Vinha de Luz
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Vinha de Luz Editora

ANTECEDENTES

Geraldo Lemos Neto dedicou-se ao trabalho do livro espírita desde 1984, estimulado pelo médium e amigo Francisco Cândido Xavier. Entre 1984 e 1995, ocasião em que esteve compondo a diretoria da União Espírita Mineira (UEM), sob a presidência de Dona Neném Aluotto, foi fundado o departamento editorial da federativa mineira sob a sua direção e seu objetivo definido era justamente o de trazer a lume mensagens psicografadas por Chico Xavier, ainda inéditas no campo editorial. Assim, na sequência, surgiram as seguintes obras mediúnicas de Chico Xavier: BASTÃO DE ARRIMO, pelo espírito de William Machado de Figueiredo, APELOS CRISTÃOS, pelo espírito de Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, ACEITAÇÃO E VIDA, pelo espírito de Margarida Soares, ROSEIRAL DE LUZ, por espíritos diversos, PÉTALAS DA PRIMAVERA, por espíritos diversos, FULGOR NO ENTARDECER, por espiritos diversos, MIGALHA, pelo espírito de Emmanuel, e as obras biográficas PRESENÇA DE CHICO XAVIER EM ARAXÁ, organizada por Dona Sylvia de Almeida Barsante e CHICO XAVIER - MANDATO DE AMOR, organizado por Geraldo Lemos Neto, contendo psicografias de Chico, de espíritos diversos. Foram ainda editadas sob a sua coordenação a obra MENSAGEIROS DO BEM, de Martins Peralva, que estuda o livro OS MENSAGEIROS, de Chico Xavier, pelo espírito de André Luiz, e BASES DO ESPIRITISMO, obra de estudo doutrinário, de Jarbas Leone Varanda.

CHAMADO ESPIRITUAL

Na madrugada entre os dias 16 e 17 de abril de 2003, estando já ausente do trabalho editorial por oito anos, Geraldo Lemos Neto teve singular desdobramento espiritual que lhe alterou sobremaneira o destino. Encontrou-se inicialmente com seu tio-avô Zeca Machado, seu guia espiritual, por informação de Chico Xavier, que o convidou a se encontrar com o espirito liberto de Chico Xavier nas cercanias da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte | MG. Os dois para lá se dirigiram para um comovente reencontro com Chico Xavier e Neném Aluotto, ambos já desencarnados. Na ocasião o convite ao trabalho do livro espírita foi novamente feito e, retornando ao corpo físico, Geraldo Lemos Neto guardou todos os detalhes do tríplice encontro, traçando, a partir daí, novos rumos para o porvir. Este fato foi ainda corroborado pela confirmação de dois outros médiuns, que no mesmo dia sonharam com situações semelhantes em torno da tarefa do livro. Ivanir Severino da Silva, médium e dirigente da Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis (Fecfas), telefonou no dia seguinte relatando um sonho que tivera. Estava se encaminhando espiritualmente para rever Chico Xavier, quando, a meio caminho, deparou-se com Geraldo Lemos Neto rodeado de Dona Neném Aluotto e de sua avó Carmem Machado dos Santos. Os três retornavam de um encontro com Chico na Espiritualidade e traziam os braços cheios de livros. Perguntando a Dona Neném que livros seriam aqueles, ela respondeu a Ivanir que eram os livros que seriam publicados na Terra no futuro próximo, a pedido de Chico Xavier. Outra médium, Noêmia Barbosa da Silva, amiga íntima da família e conhecida carinhosamente por Nona, também lhe telefonou no dia seguinte para lhe relatar seu próprio encontro com Chico Xavier na Espiritualidade. Numa casa ampla, de vastas janelas, Chico estava sentado à mesa revirando papéis de mensagens psicografadas por ele. Ao ver Nona chegar, convidou-a a sentar-se com ele, enquanto separava as mensagens e formava, com elas, vários pacotes. Nona perguntou-lhe o que estava fazendo e Chico respondeu-lhe: "Estou separando estas mensagens para que Geraldinho as receba e as transforme em livros na Terra!"

REENCONTRO

Logo surgiu o contato de seu colega de diretoria na União Espírita Mineira ao tempo de Dona Neném Aluotto e Martins Peralva, o amigo Antônio Roberto Fontana, que sugeriu a Geraldinho sua aproximação com a Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis, sob a direção do médium Ivanir Severino da Silva. Num domingo, os três lá se encontraram na presença da secretária Tânia. Ivanir e Geraldinho não se viam há 20 anos, companheiros que haviam sido da Mocidade Espírita O Precursor, da União Espírita Mineira. Foi um encontro de emoção, onde as saudades de Chico Xavier e Dona Neném Aluotto foram a tônica. O encontro se deu justamente no setor da Fecfas onde está instalado o Memorial Chico Xavier. Ali foram lançadas as bases da fundação da nova editora, que surgiria como um novo departamento da instituição.

DEFINIÇÃO DO NOME

Mais alguns dias se passaram até que surgisse a inspiração do nome da nova editora: em homenagem a um dos livros da célebre coleção do espírito de Emmanuel, pela abençoada psicografia de Chico Xavier, e que comentam o Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita, integrante da série CAMINHO, VERDADE E VIDA, editada pela Federação Espírita Brasileira (FEB), o departamento editorial foi denominado VINHA DE LUZ. A partir daí, com a definição do nome, houve a composição de sua estrutura básica de funcionamento com a convocação dos antigos amigos e colaboradores de Geraldo Lemos Neto na tarefa do livro, nos tempos da UEM: Luiz Augusto da Costa e Célia Maria de Oliveira Soares. Os livros, então, começaram a surgir.

OUTRA INSPIRAÇÃO ESPIRITUAL

Em outro desdobramento espiritual Geraldo Lemos Neto se encontrou para conversar com Chico Xavier num banco de florida praça. Chico então lhe falou: "Você precisa conhecer Wanda Joviano!" Chico repetiu esse nome vagarosamente por três vezes. Geraldinho acordou com aquela frase do Chico na cabeça. Durante três meses ele procurou por alguma Wanda Joviano em Belo Horizonte, Pedro Leopoldo e São Paulo, sem obter sucesso algum. Conversando com um amigo, este ocasionalmente lhe segredava que sua família tinha uma "guru" espiritual, uma pessoa muito ligada a Chico Xavier nos tempos de Pedro Leopoldo. Quando perguntou pelo seu nome veio a resposta inesperada: Wanda Joviano! O contato fraterno e amigo logo se estabeleceu entre ambos, em perfeita sintonia com a tarefa da divulgação espírita. Wanda Joviano, filha do casal Dr. Rômulo Joviano e Dona Maria Amorim Joviano, trabalhou ao lado do Chico por longos anos na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo. Lá, na residência da família Joviano, Chico Xavier psicografou vários de seus romances mediúnicos, além de participar semanalmente do culto do Evangelho no lar do Grupo Doméstico Arthur Joviano. Wanda mostrou a Geraldinho as centenas, senão milhares de mensagens ainda inéditas da psicografia de Francisco Cândido Xavier. Estavam lançadas as bases para o trabalho perene do Vinha de Luz - Serviço Editorial e que desde o mês de agosto de 2010 passou a ser divulgado como VINHA DE LUZ EDITORA.

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FOCALIZANDO O TRABALHADOR ESPÍRITA GERALDO LEMOS NETO

Por Ismael Gobbo | Araçatuba, SP | 30 de março de 2010

Entrevista com Geraldo Lemos Neto, escritor, articulista, orador, médium psicógrafo, residente na cidade de Belo Horizonte, a bela capital mineira. Aqui oferecemos uma longa entrevista com Geraldinho, como ele é carinhosamente chamado, falando dos trabalhos importantes que realizou e realiza em prol da Doutrina e do movimento espírita. Geraldinho é historiador e biógrafo de Chico Xavier, teve o privilégio de frequentar sua casa e detém documentação preciosa a respeito do grande e festejado médium, obtida ao longo dos anos de familiares e de amigos que viveram intensamente a Era Chico Xavier em Pedro Leopoldo e em Uberaba.

Geraldo poderia nos fazer sua apresentação pessoal?

Sou Geraldo Lemos Neto e completo 48 anos no próximo dia 16 de abril de 2010. Moro em Belo Horizonte, onde nasci, sendo o mais velho de uma família de mais 4 irmãs. Não tive a alegria de ter filhos nesta encarnação, mas costumo brincar que os livros que temos editado são os filhos que pedi a Deus!

Como foi sua trajetória espírita?

Pelo lado materno, sou integrante de uma família espírita natural da cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a mesma cidade natal de Chico Xavier. Alguns integrantes da família Machado já eram espíritas antes mesmo de Chico Xavier, no início do século XX, como meus tios-avós José Flaviano Machado, ou simplesmente Zeca,  e Adélia Machado de Figueiredo. Minha avó Carmen Machado dos Santos foi colega de grupo escolar de Chico Xavier em sua meninice. Outros tios-avós muito queridos conviveram de perto com o desabrochar da mediunidade de Chico Xavier nos primeiros tempos, como João Machado Sobrinho, Nair Machado Paschoal e Walter Machado. Temos cartas de Chico Xavier em que ele afirma que minha bisavó Georgina Cândida Machado era a melhor amiga de sua mãe, Maria de São João de Deus. Quando publicamos a biografia CHICO XAVIER – MANDATO DE AMOR, pela União Espírita Mineira, em 1992, Chico nos revelou que a casa onde ele nasceu era uma casa geminada, onde metade pertencia aos seus pais e a outra aos meus tios-bisavôs Eliseu e Cilia Correa.

Que história bonita, Geraldinho!

Faço esse preâmbulo para dizer que desde que me entendo por gente sempre ouvi muitas referências à vida e à obra de nosso amado Chico Xavier, tendo em vista os inumeráveis casos colecionados pela família Machado em torno da bondade e da mediunidade de Chico. Assim,  desde muito cedo guardei no coração uma vontade enorme de conhecer esse homem diferente, que a todos encantava com sua generosidade e simpatia. Entre 1979 e 1981 fui estudar nos Estados Unidos da América do Norte e ao embarcar para lá ganhei de minha tia-avó Nair Machado Paschoal o melhor presente de minha vida: a obra completa de Allan Kardec. Foi um período de quietude no campo junto às montanhas rochosas nos Estados do Arizona e de Washington, quando me entreguei de alma e coração às reflexões espíritas, guardando a certeza da veracidade de nossos princípios doutrinários. Naquela ocasião, desenvolvi os primeiros sinais da psicografia e passei a receber pequenos comunicados de minha avó Carmen destinados aos familiares do Brasil. Minha mãe, Gilda, se preocupou e buscou auxílio através de sua prima Wanda de Figueiredo Noronha, amiga íntima de Chico Xavier. Indo a Uberaba e consultando o médium, voltou com a indicação dele para que eu procurasse ouvir, por telefone, a opinião de Dona Neném Aluotto Berutto, então presidente da União Espírita Mineira. Assim fiz ouvindo dela a recomendação para suspender as psicografias e procurá-la assim que voltasse a Belo Horizonte.

E as tarefas espíritas no Brasil?

Voltei em fevereiro de 1981 e logo na primeira semana “reencontrei” duas almas irmãs que foram para mim verdadeiros pais espirituais — Dona Neném Aluotto Berutto e o Sr. José Martins Peralva Sobrinho, ou simplesmente Tia Neném e Sr. Peralva, como os passei a tratar carinhosamente.  As primeiras tarefas se desenvolveram em casa dela no Cenáculo Espírita Antônio de Pádua e logo fui convidado por eles a integrar a Cantina Espírita Francisco de Assis, mantida por eles na União Espírita Mineira, aos sábados pela manhã, para a assistência às mães carentes de socorro e amparo material e espiritual. Em breve tempo, fui convidado a integrar as atividades da Mocidade Espírita “O Precursor” da União Espírita Mineira, onde também “reencontrei” grandes amigos de outrora. Lá tivemos a alegria de participar das primeiras feiras do livro espírita de Belo Horizonte e das primeiras Comebh – Confraternização das Mocidades Espíritas de Belo Horizonte. Alguns desses amigos já retornaram à vida espiritual, como Geraldo Augusto Maia, Telma Núbia Tavares e o maestro Toninho. Outros estão aí trabalhando e servindo em nome da Doutrina, como Carlos Henrique Silva Malab e Jussara, Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza e Joana, Marinho Wenceslau Proença Silva, Mary, Wanderley Soares e Maria José, Marcelo Gardini de Almeida, o professor Alberto, do Esperanto, Décio de Araújo Filho, Paulinho Vicente, Alexandre de Senna Gouveia e Ana Maria, William Incalado Marques, Felipe Estabile Morais, Ivanir Severino da Silva, e muitos mais.

Como tem participado no movimento espírita em geral?

Da Mocidade Espírita "O Precursor" fui convidado por Dona Neném Aluotto a integrar a diretoria da União Espírita Mineira, a partir de 1983. Assumi o cargo de diretor-segundo secretário e minha função era justamente secundar os trabalhos do primeiro-secretário Martins Peralva, extraordinária personalidade, detentor de grandes conhecimentos doutrinários e renomado escritor espírita. Na diretoria da União Espírita Mineira, além de Dona Neném e de Martins Peralva, tive a grata alegria de conviver com Noraldino de Melo Castro,  um dos signatários do Pacto Áureo, do movimento federativo, Pedro Valente da Cunha, Antonio Roberto Fontana, José Alves Neto, Marival Veloso de Matos e Mário Wenceslau Proença Silva. Quando Noraldino desencarnou, Peralva assumiu a vice-presidência e, por minha vez, passei a diretor-primeiro secretário, responsabilizando-me pelo registro em ata de todos os Cofemg’s ( Conselho Federativo Espírita do Estado de Minas Gerais) que reunia os 15 CREs — Conselhos Regionais Espíritas espalhados por todo o Estado. Durante o exercício do encargo de direção, tive a alegria de fundar o departamento editorial da União Espírita Mineira, com o lançamento do livro de autoria mediúnica de Chico Xavier, cujo título é BASTÃO DE ARRIMO, que organizamos e lançamos em 1 de dezembro de 1984, contendo as mensagens de William Machado de Figueiredo, desencarnado em 1941, em Pedro Leopoldo, para sua mãe, minha tia-avó Adélia Machado de Figueiredo.

Quais os livros de sua autoria?

Primeiramente, gostaria de dizer que desde o lançamento do BASTÃO DE ARRIMO,  por obra do destino, tenho me especializado na edição de livros da psicografia de nosso amado Chico Xavier, contendo mensagens antigas, mas ainda inéditas em termos editoriais. Na sequência,  pela União Espírita Mineira, fui o responsável pela edição dos seguintes livros da lavra mediúnica de Chico: Em 1986, APELOS CRISTÃOS, pelo espírito de Bezerra de Menezes, reunindo as mensagens que este insígne benfeitor dirigiu à minha família e tirando-as de seu aspecto particular. Em 1988, ROSEIRAL DE LUZ, por espíritos diversos, reunindo trovas inéditas. Em 1989, ACEITAÇÃO E VIDA, pelo espírito de minha tia-bisavó Margarida Soares. Em 1990, PÉTALAS DA PRIMAVERA, por espíritos diversos. Em 1991, FULGOR NO ENTARDECER, por espíritos diversos. Em 1992, o livro biográfico contendo também mensagens de espíritos diversos, e ainda testemunhos dos amigos, o CHICO XAVIER – MANDATO DE AMOR. Em 1993, o livro de autoria de Emmanuel, cujo título é MIGALHA. Pela União Espírita Mineira, organizamos, ainda em 1987, o PRESENÇA DE CHICO XAVIER EM ARAXÁ, de autoria de Dona Sylvia de Almeida Barsante, de Araxá. Em 1988, o ÍNDICE GERAL DAS MENSAGENS PSICOGRAFADAS POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER,  de autoria de Vivaldo da Cunha Borges,  meu cunhado, que morava com Chico Xavier em Uberaba. Em 1992, o MENSAGEIROS DO BEM, de autoria de Martins Peralva, que estuda o livro Os Mensageiros de André Luiz,  e o BASES DO ESPIRITISMO, de autoria de Jarbas Leone Varanda, distinto amigo de Uberaba.

E o Vinha de Luz — Serviço Editorial?

Em 2003, fundamos o Vinha de Luz – Serviço Editorial, que até o ano passado funcionou vinculado à Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis de Belo Horizonte, e que atualmente está subordinado às atividades da Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo e ao Grupo Espírita Scheilla de Pedro Leopoldo, fundado há 55 anos por meu tio-avô Zeca Machado a pedido de Chico Xavier. Por ele temos tido a satisfação de continuar editando obras inéditas da lavra mediúnica de Chico Xavier, a grande maioria proveniente das mensagens que ele recebia no culto do Evangelho no lar da família de Dr. Rômulo Joviano, chamado "Grupo Doméstico Arthur Joviano", que Chico Xavier frequentou na Fazenda Modelo, de 1934 a 1952. Assim, na sequência, tivemos, em 2 de abril de 2006, por ocasião da inauguração da Casa de Chico Xavier, o lançamento de SEMENTEIRA DE LUZ, pelo espírito de Neio Lúcio. Em 2007, foi a vez de DEUS CONOSCO, pelo espírito de Emmanuel. Em 2008, por ocasião do I Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra, realizado em abril na cidade de Uberaba, MG, lançamos o MILITARES NO ALÉM, por espíritos diversos. No ano de 2009, no II Encontro dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra em Pedro Leopoldo, MG, foi a vez de mais dois livros, PÉROLAS DE SABEDORIA, pelos espíritos de Neio Lúcio e Emmanuel, e ILUMINURAS, pelo espírito de Emmanuel. Agora, no centenário de Chico Xavier, em 2010, estamos lançando duas novas obras de autoria espiritual de Neio Lúcio — no dia 4 de abril será lançado SEMENTEIRA DE PAZ, e em agosto será a vez do COLHEITA DO BEM. Também em abril será lançado o maravilhoso CHICO XAVIER – O PRIMEIRO LIVRO, de espíritos diversos, e que Chico Xavier confeccionou, ele mesmo, manualmente, a partir de 1928, portanto muito antes do surgimento do "Parnaso". Também de outros autores editamos os seguintes livros: CÉLIA LUCIUS, SANTA MARINA, de autoria de Clóvis Tavares e Flávio Mussa Tavares de Campos, RJ; a biografia infantil de Chico Xavier, chamada CHIQUITO, da autora portuguesa Julieta Marques;  o livro ERA UMA VEZ PARA SEMPRE, do médium Carlos Malab; o livro IRMÃO JOSÉ, IRMÃO EM CRISTO, do médium Ivanir Severino da Silva; e mais recentemente o belo EVANGELHO PURO, PURO EVANGELHO — NA DIREÇÃO DO INFINITO, de Martins Peralva, lançado postumamente no último dia 22 de dezembro de 2009. Tive ainda a satisfação de colaborar também ativamente na edição dos seguintes livros em parceria com outras editoras: MENSAGENS DE INÊS DE CASTRO, de Chico Xavier, pelo espírito de Inês de Castro, editado por Caio Ramacciotti no GEEM – Grupo Espírita Emmanuel de São Bernardo do Campo; A VOLTA DE ALLAN KARDEC e também ASPECTO RELIGIOSO DO ESPIRITISMO, ambos de autoria de Weimar Muniz de Oliveira, editados pela Federação Espírita do Estado de Goiás – Feego.


E os livros por você psicografados?

Quanto aos livros de minha própria psicografia temos o primeiro que foi lançado em 2 de abril de 2004, de espíritos diversos, que se chama RÉSTIA DE LUZ, e em 31 de julho de 2005, de autoria do espírito de Theophorus, tivemos a ocasião de publicar o romance histórico do Cristianismo primitivo cujo título é IGNÁCIO DE ANTIOQUIA, ambos publicados pelo Vinha de Luz – Serviço Editorial.

Como e quando conheceu Chico Xavier?

Como já foi dito anteriormente, sou de uma família muito próxima a Chico Xavier desde muito tempo e os seus casos, contados em reuniões familiares, sempre me comoveram muito. Então comecei a escrever-lhe cartas de agradecimento, nas quais apenas assinava “um amigo”, sem me preocupar em registrar o remetente, por imaginá-lo uma pessoa muito ocupada. Em outubro de 1981, chamado por minha tia-avó Nair Machado Paschoal, fui a São Paulo colaborar como voluntário num evento no Centro Espírita União, onde Chico lançaria dois novos livros de sua psicografia. Participei ao lado dela daquela noite inesquecível, trabalhando na arrumação dos livros que Chico autografaria, das 8 horas da noite até as 7h30 do dia seguinte, portanto, quase 12 horas de serviços ininterruptos. Me impressionou assistir a figura de Chico Xavier com carinho extremo recebendo milhares de visitantes, conversando com eles, estimulando-os em nome de Jesus e ofertando-lhes rosas e livros. Quando já não mais havia ninguém na fila, às 7h30, chegou a nossa vez de abraçá-lo. Fiquei estupefato quando Chico chamou-me de Geraldinho (conforme todos em família me chamam) e revelar que gostava muito de receber as minhas cartinhas, que muito lhe alegravam, mas que não entendia o porquê de duas coisas: do fato de eu não as assinar e da razão de não colocar o endereço do remetente para que ele pudesse me responder. Não pude dizer coisa alguma, já que as lágrimas me rolavam pelas faces. Em seguida, Chico ofertou-me um buquê de rosas e me convidou a visitá-lo em Uberaba. Não preciso dizer que 15 dias depois lá estava eu em Uberaba para conhecer o seu trabalho extraordinário de assistência e consolação em nome da Doutrina Espírita.

E não parou mais de ir a Uberaba?

A partir daí desenvolvemos uma amizade que, para mim, foi um verdadeiro tesouro em minha vida. Aconteceu ainda que me casei em 1986 com a irmã de Vivaldo da Cunha Borges, Eliana, que morava junto com Chico em Uberaba e fazia a diagramação de todos os seus livros. Passei então a ir mais frequentemente a Uberaba, hospedando-me com Chico, com quem pude desfrutar de longas conversas nas madrugadas. Nunca me esquecerei do amado amigo, com quem aprendi a amar Jesus e a raciocinar que a Doutrina Espírita, sendo a doutrina do Cristo Redivivo, veio de Jesus para o coração do povo sofredor e aflito, sobrecarregado e sedento de novas luzes. Quero dizer que em Uberaba fiz amigos queridos, que permancem até hoje em meu coração, como o casal Carlos e Márcia Baccelli, o Eurípedes Humberto Higino dos Reis, a Neusa Arantes, o casal Weaker e Zilda Batista, a Sônia Barsante, a Sônia Benaventana, sem esquecer as servidoras da residência de Chico, D. Dinorá e D. Enoy. Lá também conheci mais de perto a sobrinha de Chico, Lúcia, filha de Dona Luiza Xavier, e seu filho Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves, que até hoje me honram com sua amizade.


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Geraldinho, sendo de Belo Horizonte, cidade muito próxima de Pedro Leopoldo, você teve oportunidade de pesquisas com contemporâneos de Chico. O que eles dizem da pessoa do Chico na infância e na mocidade? Como ele era na vida familiar, com os irmãos, no trabalho com os colegas, na vida social?

Bem, tenho de fato a felicidade de ter conhecido muita gente que conviveu com Chico Xavier desde a sua meninice em Pedro Leopoldo, notadamente meus avós e tios-avós, entre os quais cito as irmãs de Chico, Dona Luiza Xavier, Geralda Xavier Quintão, Doralice Xavier, Cidália Xavier de Carvalho, e meus tios-avós Zeca e Zilica Machado, Adélia Machado de Figueiredo, João Machado Sobrinho e Altamira de Abreu Machado, Nair Machado Paschoal e Sylvio do Couto Paschoal, Walter Machado, minha avó Carmen Machado dos Santos, que pertenceram à geração do próprio Chico. Mais novos que eles, os  sobrinhos de Chico, Maria Lúcia Xavier, Luizinha Ferreira Gonçalves, Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves, Wagner Silva, os extraordinários amigos Maria Philomena Aluotto Berutto, nossa querida Neném Aluotto, José Martins Peralva Sobrinho e Jupira Silveira Peralva, Wanda Amorin Joviano e Suzana Maia Mousinho, Noêmia Barbosa da Silva e seus irmãos Irene e Euclides, os primos Wanda de Figueiredo Noronha e Paulo Noronha, Ana Maria Machado Barbosa e Dartagnan Barbosa, José Estáquio Machado, Eliana Machado Bahia, Antônio Urbano Machado, Leonardo Machado, meu tio Gilberto Santos, minha mãe Gilda dos Santos, os amigos Bárbara Waleska, Basílio Silveira Peralva, Iêda Peralva Lima, Ana Carmela Aluotto Aleixo, Antonio Roberto Fontana e Neida Fontana, Pedro Valente da Cunha, Noraldino de Melo Castro, Bady Raimundo Cury, Cotinha e Edson Toledo, Hélcio Marques, Arlete Marques, Arnaldo Rocha e Neusa, D. Maria de Lourdes Borges Cunha e o Sr. Salvador da Cunha, e os de minha geração, Eliana da Cunha Borges, e seus irmãos Vivaldo, Dalva, Beth e Geraldo, os amigos Jhon Harley Madureira Marques e Renata, Niele Jerônimo, Ivanir Severino da Silva. Enfim, todas essas pessoas foram ligadas ao coração de Chico Xavier nas cidades de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte, e com cada uma delas Chico partilhou o seu amor, a sua bondade natural, a sua alegria espontânea, a sua solidariedade incondicional. Todos são unânimes em afirmar isto, que o amor ao trabalho, a dedicação ao Evangelho de Jesus e à Doutrina Espírita foram suas características mais marcantes, e em especial a sua caridade, aliada a uma disciplina impecável para com o serviço da consolação e da esperança. Chico Xavier espalhava alegria por onde passava, com seus casos e anedotas a rir-se de si mesmo. Ao mesmo tempo, era de se ver sua seriedade quando os nossos postulados espíritas-cristãos estavam em jogo. Firmeza de caráter e coerência de sentimentos com a luz da razão esclarecida! Para nós, um verdadeiro apóstolo do Cristo, em tempos modernos.

É verdade que o Chico gostava muito de música e cinema?

É verdade sim. Chico psicografava em casa usando um gravador com fitas de música clássica que os amigos lhe ofertavam, ou que ele buscava. Apreciava muito os compositores clássicos românticos, como Beethoven, Lizt, Chopin, Mendelsson, Brahms e também os mais recentes Sibelius, Mahler, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazaréh, e Heitor Villa Lobos, as músicas de canto popular, e uma vez ele nos contou que a sua música preferida era o Hi Lily, Hi Lo, de um compositor norte-americano. Chico também apreciava muito a música popular brasileira. Quanto ao cinema, meus tios-avós costumavam relatar que Chico adorava ir ao cinema de Pedro Leopoldo acompanhado dos amigos e que depois se reuniam todos em sua casa ou na casa de André Luiz, seu irmão, para os comentários. Era de se ver Chico pedindo a meu tio-avô Walter Machado, que sempre teve dotes artísticos, para que desenhasse os artistas de Hollywood, no que era atendido com prazer. Quando convivi mais de perto na intimidade de sua casa de Uberaba, por várias ocasiões assistíamos juntos, na casa de Vivaldo da Cunha Borges, meu cunhado que com Chico morava, as fitas em VHS de filmes que faziam a alegria de Chico, como foi o caso de Ghost, Jornada nas Estrelas, e muitos mais.

Poderia nos falar do período da psicografia em Pedro Leopoldo, sobretudo lá na Fazenda Modelo, no porão da casa do Dr. Rômulo Joviano?

Sim, o período da psicografia de Pedro Leopoldo, sem dúvida nenhuma, foi o mais fecundo. É simplesmente incrível a gente hoje verificar a exuberância da obra recebida por Chico Xavier naqueles primeiros anos de mediunidade, afinal, aos olhos do mundo, tratava-se apenas de um rapaz simplório e humilde, trabalhador e aparentemente inculto, a assombrar o Brasil com a força de seu caráter e a mais pura e lídima sintonia com o plano da Vida Mais Alta! Nos primeiros tempos de mediunidade, Chico conheceu o Sr. Fausto Joviano, no Centro Espírita Luiz Gonzaga, que, impressionado com a mediunidade autêntica do rapazola, e condoído de sua situação econômica precária, resolveu levá-lo à presença de seu irmão Dr. Rômulo Joviano, então diretor da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura em Pedro Leopoldo. A afinidade natural se estabeleceu entre os dois espíritos que, certamente, se reencontravam para o desempenho de sagrados deveres para com a vida comunitária e a Espiritualidade Maior. Chico foi então admitido como colaborador da Fazenda Modelo e depois dos serviços, que terminavam às 17 horas, foi convidado a participar duas vezes por semana das reuniões particulares que se realizavam na residência da família Joviano. Assim, a partir de 1934, até o ano de 1952, quando a família Joviano se mudou para o Rio de Janeiro, Chico Xavier psicografava duas vezes por semana nas reuniões do culto do Evangelho no lar do Grupo Doméstico Arthur Joviano, às terças e quartas-feiras. Naquelas inolvidáveis reuniões, os espíritos de Arthur Joviano (depois revelado como o mesmo Neio Lúcio de 50 anos depois e também Jaques Duchesne Davemport, de Renúncia) e Emmanuel, além de outros espíritos, passaram a coordenar informações preciosas sobre o trabalho psicográfico de lançamento de livros dos autores espirituais que escreviam através de Chico Xavier. Hoje temos a alegria de ter essas mensagens esclarecedoras publicadas através dos livros SEMENTEIRA DE LUZ, DEUS CONOSCO, MILITARES NO ALÉM, PÉROLAS DE SABEDORIA, ILUMINURAS, SEMENTEIRA DE PAZ (a ser lançado em 4 de abril ) e COLHEITA DE BÊNÇÃOS (a ser lançado em 8 de julho). Além dessas reuniões, nos outros dias disponíveis, Chico, após o serviço profissional, ao qual se dedicava com profundo desvelo e disciplina, também passou a receber pela psicografia os romances de Emmanuel, os primeiros livros de André Luiz e também os de Humberto de Campos. Para tanto, Dr. Rômulo reservara uma sala no primeiro andar da Fazenda Modelo (não era propriamente um porão), onde Chico pudesse se desincumbir da tarefa sem ser importunado por ninguém. Esse clima de proteção e cuidado em torno da mediunidade de Chico Xavier foi essencial para que o nobre medianeiro ficasse em absoluta tranquilidade espiritual e em paz de espírito, longe do burburinho da cidade e do assédio dos que o procuravam, e pudesse, assim, nos brindar com livros como o PAULO E ESTÊVÃO,  o 50 ANOS DEPOIS, o RENÚNCIA, a série NOSSO LAR, até 1952, e outros mais. A estória do sapo foi mesmo muito engraçada. Chico nos contou que quando recebia pela psicografia o PAULO E ESTÊVÃO ele ficava absolutamente sozinho na sala já mencionada, na companhia dos espíritos protetores que lhe faziam ver as cenas do livro que haveria de psicografar sobre a saga do apóstolo dos gentios. Naquela ocasião, Chico nos revelou que ele tinha muito asco de sapos, que lhe faziam sentir muitos arrepios de pavor. Mas a partir do momento em que começou a grafar as primeiras linhas, um grande sapo apareceu e se postou diante de si, imóvel. Embora o asco que a presença daquele sapo lhe causava, Chico permaneceu  tranquilo na execução dos serviços espirituais em andamento.

E o sapo Jorge acabou fazendo companhia ao Chico?

A psicografia corria célere e o sapo somente se movia na direção da porta de saída quando os trabalhos da noite se encerravam. No dia seguinte, lá estava ele de volta, no justo momento em que Chico reiniciaria os serviços mediúnicos. Chico passou então a nutrir certa simpatia pelo sapo, e a considerar que ele também, o sapo, era uma criação divina, filho de nosso Pai celestial, embora ainda na condição de animal irracional em que se encontrava, mas que certamente haveria de evoluir com os milênios e aspirar um dia a ser um ser inteligente da Criação para colaborar com o progresso geral. O asco de Chico pelo sapo acabou passando, até que Chico, considerando-o um irmão da Criação, resolveu apelidá-lo de Jorge. O sapo ficava lá imóvel, observando o afã da célere psicografia de Chico Xavier, coordenado por Emmanuel, e Chico então passou a se dirigir a ele com frases de simpatia e bondade, agradecendo a sua companhia naquelas tarefas. O tempo passou, Chico banhado em lágrimas agradeceu o término do extraordinário livro PAULO E ESTÊVÃO e não tendo alguém para compartilhar, naquele momento, a sua gratidão, despediu-se do sapo Jorge, que se ausentava na direção do mato para nunca mais aparecer. Chico, tomado de gratidão, ajoelhou-se no local fixo onde o sapo durante todo aquele tempo havia ficado imóvel, e beijou enternecidamente o chão, agradecendo a Jesus a companhia do irmão mais novo da criação divina, o único que na Terra fora sua testemunha naquele feito extraordinário.

O que você poderia nos dizer dos pais do Chico?

Sei que a mãe de Chico Xavier, Dona Maria de São João de Deus, era pessoa de profunda sensibilidade e, conforme ele mesmo dizia aos mais próximos, tinha dotes artísticos e uma profunda cultura humanística de outras vidas, tendo solicitado nesta última encarnação uma vida humilde, na simplicidade do interior e na maternidade múltipla para se apagar na abnegação e no sacrifício. Ela nasceu em Santa Luzia, no Hospital dedicado a São João e mantido por freiras. Desde muito cedo era piedosa e há registros de singelas doações de caridade em seu nome nos quadros dessa instituição. Segundo informações de Chico Xavier a familiares mais próximos, ela já retornou à vida física para se casar novamente com o Sr. João Cândido e receber como filha a D. Cidália Batista, afim de que juntas possam tentar a espiritualização do antigo marido. O Sr. João Cândido era homem muito rude e nunca pôde compreender direito a sensibilidade mediúnica do filho Chico Xavier, chegando mesmo a persegui-lo, queimando-lhe os livros. No final de sua longa existência, chegou a arrepender-se nos estertores da morte, e pediu perdão a Chico Xavier. O mesmo ocorreu com a madrinha D. Rita, e Chico nos contou que quando a morte se lhe avizinhava, e naturalmente temendo a vida no Além e as consequências de seus atos criminosos, ela mandou chamar o Chico para lhe pedir desculpas. Foi um momento muito doloroso na vida do Chico.
 
Como tem sido os contatos com D. Cidália Xavier Carvalho, a única encarnada dos irmãos do Chico?

D. Cidália eu conheci através de um querido amigo de Pedro Leopoldo, o Jhon Harley Madureira Marques, também grande amigo de Chico Xavier, desde os idos de 1981. Tive a alegria de conhecer várias irmãs de Chico, como D. Luiza, D. Geralda, D. Cidália, D. Doralice, e o André Luiz, irmão de Chico Xavier. Todos me trataram com muita afabilidade e doçura, e guardo-os no coração como a irmãos muito queridos. D. Cidália me tem ofertado palavras de reconforto e amizade, que guardarei para sempre no imo d’alma, e agradeço a ela a bondade de sua amizade e carinho, sendo para mim sempre uma alegria revê-la.

Como foi sua trajetória de pesquisas junto a Francisco Cândido Xavier?

Conheci pessoalmente Chico Xavier em outubro de 1981 e desde que nos tornamos amigos, em Uberaba, passei a me interessar pelas mensagens ainda inéditas de sua abençoada psicografia. Sendo integrante de uma numerosa família, os Machado de Pedro Leopoldo, que por largos anos conviveram com Chico, dele recebendo incontáveis mensagens mediúnicas de familiares desencarnados e dos benfeitores espirituais, a princípio me dediquei a reunir esse acervo, dando-lhe a necessária e útil divulgação. Assim surgiu o primeiro livro em 1 de dezembro de 1984 pela União Espírita Mineira, reunindo as 33 mensagens de meu primo William Machado de Figueiredo, que desencarnou em Pedro Leopoldo em 1941, dirigidas ao conforto de sua mãe, minha tia-avó Adélia Machado de Figueiredo. Esse livro, BASTÃO DE ARRIMO, contará agora, no centenário de Chico Xavier, com nova edição, brevemente. Depois foi a vez das inumeráveis mensagens de Dr. Bezerra de Menezes dirigidas a vários de meus familiares em comunicados pessoais. Tive ocasião de reuni-las todas, tirando delas o aspecto particular e transformando-as no livro APELOS CRISTÃOS, de 1984, também editado pela União Espírita Mineira, que o relançou esses dias. A terceira produção foi a compilação das mensagens de Margarida Soares, minha tia-bisavó, desencarnada em 1915, em Sabará, e que se comunicava frequentemente por Chico Xavier. Utilizando a mesma técnica aplicada com as mensagens de Dr. Bezerra, reuni aquelas de Tia Margarida em livro denominado ACEITAÇÃO E VIDA, também editado pela UEM e reeditado agora, em 2010. Daí Chico Xavier nos encaminhou três livros de trovas inéditas que publicamos nos anos seguintes. São eles o ROSEIRAL DE LUZ,  o PÉTALAS DA PRIMAVERA e o FULGOR NO ENTARDECER. A partir daí nos lançamos a uma cruzada de buscas de mensagens inéditas que Chico Xavier havia recebido em Belo Horizonte, cidade a que ele vinha com muita frequência até 1959, quando se mudou para Uberaba. Me espantava verificar o fato de que os amigos dele de BH nunca haviam se dignado a publicar coisa alguma de suas memoráveis produções mediúnicas na capital dos mineiros. Então acabamos por reunir um vasto material biográfico e inúmeras mensagens ainda inéditas de sua lavra mediúnica para formatar o livro CHICO XAVIER, MANDATO DE AMOR, lançado pela UEM, em 1992. Em 1993, Chico nos encaminhou o livro de bolso de Emmanuel, chamado MIGALHA, para sua devida publicação. Depois da desencarnação de Chico Xavier, em 2002, em um sonho ele me falava que eu deveria conhecer Wanda Joviano, e repetiu este nome três vezes para que eu o pudesse guardar na memória. Acordei espantado e busquei encontrá-la por alguns meses, até que um amigo, que não é espírita, me falou da melhor amiga de sua mãe Hilda, Wanda Joviano. Espantado, pedi permissão para lhe telefonar, uma vez que naquela época ela residia no Rio de Janeiro. Desde o primeiro telefonema sentimos o reencontro do passado distante e o amor puro e simples nos unindo novamente no ideal de servir ao Cristo. Tive então contato com um vastíssimo material ainda inédito que Wanda Joviano, filha de Dr. Rômulo Joviano, guardou todo este tempo consigo, fruto das produções mediúnicas de Chico Xavier quando ele frequentava o culto do Evangelho no lar da família Joviano, chamado Grupo Doméstico Arthur Joviano, na Fazenda Modelo, onde Chico trabalhara. São preciosas mensagens de autoria espiritual de Neio Lúcio (Arthur Joviano, pai de Dr. Rômulo em última vida), de Emmanuel, de Casimiro Cunha e muitos outros espíritos comunicantes, que desde o ano de 2006 o Vinha de Luz — Serviço Editorial tem tido a alegria de publicar nos livros SEMENTEIRA DE LUZ,  DEUS CONOSCO, MILITARES NO ALÉM,  PÉROLAS DE SABEDORIA, ILUMINURAS e, agora em 4 de abril, o SEMENTEIRA DE PAZ. Tenho de destacar aqui que nada disso seria possível se não fosse a colaboração de amigos e familiares queridos, meus e de Chico Xavier, em especial D. Neném Aluotto Berutto, presidente durante 33 anos da União Espírita Mineira, Sr. Martins Peralva, eminente jornalista e escritor espírita de renome, D. Wanda Amorim Joviano, dedicada amiga de Chico Xavier, Lúcia Ferreira Gonçalves e Sérgio Luiz Ferreira Gonçalves, sobrinhos de Chico Xavier pelo tronco de D. Luiza Xavier. Também meus tios-avós Zeca, Adélia, Nair, Sylvio, Walter, Dadá e João Machado, e meus primos Wanda e Paulo Noronha, o tio Gilberto, sem a assistência dos quais tudo ficaria muito difícil. Tenho de lembrar também o carinho de Noêmia Barbosa da Silva, grande amiga de Chico, que sempre nos auxiliou muito.

Quais os momentos mais marcantes de Chico Xavier na grande mídia?

Sem dúvida alguma a reportagem do jornalista Clementino de Alencar para o Jornal O Globo do Rio de Janeiro inaugurou a divulgação da mediunidade e dos exemplos de Chico Xavier perante o grande público. Depois destacamos as entrevistas com o repórter Saulo Gomes e os dois espetaculares programas da antiga TV Tupi de São Paulo, que mobilizou o Brasil inteiro, chamados de PINGA FOGO com CHICO XAVIER. Depois veio a novela A VIAGEM, que se baseou nas obras de André Luiz. Agora, em pleno centenário, o filme CHICO XAVIER, de Daniel Filho e da Globo Filmes, e outros filmes baseados em sua obra psicográfica, como o NOSSO LAR, que estreiará em setembro, levarão ainda mais ao conhecimento das massas populares a mensagem do Consolador, que Chico Xavier tão bem representou.

O que está achando das homenagens alusivas ao centenário de nascimento do Chico?

Nada mais do que justíssimas. O reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Chico Xavier não é mais do que simples dever de todos nós, que recebemos tanto de seu coração abnegado. A gratidão não tem nada de idolatria, mas reveste-se de um valor moral que precisamos e devemos cultivar, caso contrário haveremos de nos situar no rol dos seres ingratos e insensíveis para com a multiplicidade das bênçãos que temos recebido por acréscimo da misericórdia dos Céus, através do trabalho realizado por Chico Xavier e dos espíritos que por ele se manifestaram. Não podemos dizer que a obra foi dos espíritos somente, mas sim e principalmente que foi a obra dos centenas de espíritos iluminados no amor e na sabedoria espiritual através de uma única ponte de luz materializada na face da Terra: CHICO XAVIER. Sem ele, com seus exemplos de amor e renúncia em favor de todos nós, os necessitados da Terra, nada disso teria sido possível. Então, repito, as homenagens alusivas ao centenário deste que foi um autêntico apóstolo do Cristo no século XX são justíssimas e não expressam mais do que simples dever de consciência de cada um de nós.

Como a Casa de Chico Xavier em Pedro Leopoldo foi parar em suas mãos e qual o objetivo principal de suas atividades?

Logo após a desencarnação de Chico Xavier fomos procurados em Belo Horizonte por sua sobrinha, Maria Lúcia Ferreira Gonçalves, filha de D. Luiza Xavier, irmã querida de Chico Xavier, que como herdeira dos bens de Chico Xavier desejava alienar a casa que lhe pertenceu em Pedro Leopoldo. Ela me disse ter certeza de que Chico ficaria feliz se a casa ficasse aos nossos cuidados, e assim efetivamente acabei por adquiri-la em 2004, comprometendo-me a preservá-la para a posteridade. Depois de algum tempo de reformas, quando contamos com a ajuda gratuita da arquiteta Mary Machado de Faria e sua equipe, pudemos reinaugurar a casa que Chico Xavier construiu em 1946,  para onde se mudou em 1948 e onde viveu até 1959, mantendo-a ainda em sua posse até a sua desencarnação, em 2002. Desde o dia de sua reinauguração, em 2 de abril de 2006, ela funciona na cidade natal do médium querido como um centro de referência à sua vida e obra. No decorrer dos últimos quatro anos, mais de 50.000 visitantes já passaram por ela e assinaram o livro de presenças, provenientes de todas as partes do país e do mundo. Isso sem contar aqueles que naturalmente se esquecem de registrar sua presença. Lá temos uma suíte fotográfica do médium, objetos de seu uso pessoal, o quarto de dormir e o banheirinho que era utilizado por ele totalmente preservados, uma exposição dos 460 livros já publicados de sua psicografia, além de mais 180 livros biográficos ou que se referem à sua vida e obra, uma sessão com alguns primeiros exemplares de primeiras edições, cartas manuscritas, mensagens, cartões, CD’s, DVD’s, revistas, títulos de cidadania honorária e inúmeras traduções de suas obras para o italiano, o espanhol, o inglês, o francês, o alemão, o esperanto, o sueco, o russo, o grego e o japonês. Na Casa de Chico Xavier realizamos todos os domingos, às 18 horas, o Culto do Evangelho no Lar, com o estudo de suas obras e, presentemente, estamos estudando NOSSO LAR, de André Luiz, e A VIDA ESCREVE, de Hilário Silva. Também às terças-feiras lá se reúne o Grupo Fraterno Veneranda, que congrega companheiros de todos os centros espíritas de Pedro Leopoldo em demanda às regiões mais distantes e carentes do centro da cidade para o serviço de assistência fraterna e a distribuição de alimentos, roupas, brinquedos e artigos de primeira necessidade. A Casa de Chico Xavier está aberta à visitação pública de terça-feira aos domingos, de 9h00 às 12h00, e de 15h00 às 19h00, e a entrada é gratuita.

E as comemorações do centenário de Chico Xavier pelo Brasil e o mundo todo?

Vejo como uma demonstração justíssima de apreço e gratidão ao muito que o venerável amigo nos deixou em matéria de dedicação ininterrupta ao Evangelho de Jesus restaurado em sua simplicidade e pureza originais pelos postulados do Espiritismo, que ele, Chico Xavier, tão bem soube representar na face da Terra. Então acredito que todas essas demonstrações de carinho e reconhecimento ao médium e amigo Chico Xavier não fazem mais do que materializar um simples dever de consciência coletiva ao honrar àquele que tanto sofreu e se humilhou para que todos nós tivéssemos acesso às extraordinárias revelações espirituais que, por seu intermédio, vieram ao mundo provenientes dos planos da Vida Mais Alta, em nome de Jesus. Como um autêntico apóstolo do Cristo, em pleno século XX e início do presente século XXI, Chico Xavier personificou o homem do futuro que haverá de vencer a morte e transpor os séculos na direção do Infinito, como a nos exemplificar como deve ser e agir um homem de bem, dedicado à verdade e ao amor incondicional. Por isso mesmo toda a reverência ao seu exemplo indiscutível não é nada mais que nossa obrigação de reconhecimento à obra realizada.

Algo mais que queira acrescentar?

Apenas o convite aos nossos irmãos do caminho para que conheçam as magníficas obras da psicografia de Chico Xavier, em especial aquelas que temos tido a alegria de editar para que possam desfrutar do banquete de sua profunda espiritualidade. Nelas os companheiros da Doutrina poderão ver a opinião dos espíritos de Emmanuel e Neio Lúcio sobre a própria obra psicográfica que Chico Xavier estava recebendo nas décadas de 30, 40 e 50, lançando novas luzes ao nosso entendimento. Também aproveitamos a ocasião para convidar a todos os amigos a visitarem a Casa de Chico Xavier em Pedro Leopoldo, em especial o culto do Evangelho e o estudo da obra de Chico aos domingos, pelas 18h00, ou também às terças-feiras, 18h00, para o culto da assistência fraterna, em nome de Jesus.



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