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Notícia

Astrônomo "caçador" de planetas agora vai procurar ETs



SALVADOR NOGUEIRA | COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Americano Geoffrey Marcy foi pioneiro em exoplanetas e descobriu centenas de corpos fora do Sistema Solar.
Cientista mudará abordagem "padrão" de busca por sinais de rádio e se concentrará em achar raios laser.



Divulgação Nasa   

EM SINTONIA - O sistema planetário Gliese 876, no qual um planeta orbita a estrela duas vezes a cada volta do planeta mais externo

Cansado de apenas descobrir planetas, o astrônomo americano Geoffrey Marcy decidiu ir atrás dos ETs.

Depois de descobrir centenas de planetas fora do Sistema Solar -incluindo o primeiro sistema multiplanetário-, o pesquisador aparentemente ficou entediado.

"Estou nessa feliz posição em que minha carreira foi mais bem-sucedida do que eu jamais poderia ter imaginado", disse Marcy em entrevista à revista "New Scientist".
"É hora de jogar os dados, tentar algo bem improvável. Cientistas mais jovens não podem colocar seus ovos nessa cesta, porque as chances de sucesso são baixas. Mas eu posso me dar ao luxo."

Sem dúvida é um reforço de peso para as pesquisas conhecidas pela sigla Seti (busca por inteligência extraterrestre, em inglês).

No fim do ano passado, Marcy foi escolhido para a cátedra Alberts, na Universidade da Califórnia em Berkeley -a primeira do tipo destinada especificamente a fomentar pesquisas de busca por civilizações alienígenas.

Em sua nova função, o astrônomo americano está desenvolvendo duas grandes linhas de pesquisa -ambas fugindo ao lugar-comum do que se convencionou ver em pesquisas de Seti.

Desde 1960, quando o americano Frank Drake apontou o primeiro radiotelescópio para o céu em busca de transmissões alienígenas, a imensa maioria dos esforços tem sido buscar sinais de rádio.

Marcy, contudo, acha que os ETs provavelmente usariam lasers para se comunicar. E é isso que ele pretende buscar, junto com Andrew Howard, de Berkeley.

"Se Gene Roddenberry [criador da série "Jornada nas Estrelas"] está certo e os klingons e romulanos estão mesmo lá fora, eles precisam se comunicar uns com os outros. E eles não vão fazer isso esticando cabos de fibra óptica entre as estrelas. Vão fazer isso por laser."

Uma das vantagens do laser, em vez do rádio, é que é mais econômico, do ponto de vista energético, além de mais "privativo". Um sinal de rádio vaza muito mais fácil do que um laser, apontado apenas sobre um alvo pequeno, como um planeta a cinco anos-luz de distância.

Entretanto, muitos astrônomos são céticos a essa abordagem. Justamente por ser mais privativo, é um sinal bem mais difícil de achar.

SUPERCIVILIZAÇÕES

Outra linha de pesquisa a que Marcy pretende se dedicar é a busca de sinais de supercivilizações, na forma das chamadas esferas Dyson.

Concebidas pelo famoso físico Freeman Dyson, elas seriam estruturas construídas ao redor de estrelas para absorver o máximo de energia.

Presume-se que só civilizações muito mais sofisticadas que a nossa possam construí-las, mas, segundo Marcy, talvez seja possível notar variações no brilho das estrelas que denotem sua existência.


FRASE

"É hora de tentar algo improvável. Cientistas mais jovens não podem colocar seus ovos nessa cesta, porque as chances de sucesso são baixas. Eu posso me dar ao luxo."
GEOFFREY MARCY
Astrônomo da Universidade da Califórnia em Berkley


Proposta gera críticas entre pesquisadores

A busca de raios laser como indício de de outras civilizações, proposta por Geoffrey Marcy, encontra resistência entre alguns astrônomos, que são bastante céticos quanto a essa abordagem.

"Para detectar esse pulso de laser, os klingons vão ter de mirar em um detector, sei lá, de 1.000 m2, em alguma universidade americana", diz Cassio Leandro Barbosa, astrônomo da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), em São José dos Campos (SP).

O pesquisador brasileiro também levanta dúvidas adicionais sobre qual frequência de laser buscar.

No caso do rádio, há um consenso entre os entusiastas da Seti de que a melhor frequência é a da água, que além de ser uma substância ligada intimamente à vida, também é bastante livre de interferência natural no espaço. Na frequência de laser, no entanto, essa é uma questão em aberto.

Para Marcy, uma vez que se adivinha qual o método de comunicação favorito dos ETs, todo o resto fica fácil. Ele acredita que civilizações alienígenas já devem ter nos observado telescopicamente -como estamos prestes a fazer com outros mundos- e sabem que estamos aqui.

"A nossa galáxia tem mais de 10 bilhões de anos. A Terra tem apenas 4,5 bilhões de anos. Eles [os alienígenas] presumivelmente já estão com a luz acesa há muito mais tempo", avalia o astrônomo.

(SN)

Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Alexandre Caroli Rocha | Folha de São Paulo | 16/04/2012 | Caderno Ciência
16/04/2012
 


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