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Notícia

Julieta Marques em entrevista


A entrevistada é uma figura carismática que já faz parte da História do Movimento Espírita Português. Iremos conhecer a sua caminhada em prol da doutrina espírita, na qual alicerçou a Associação Espírita de Lagos (AEL) que se tem desdobrado em várias atividades de cariz doutrinário e social. Dinâmica e segura, tem feito diversos laços de amizade e pontes culturais entre Portugal e Brasil. Pela AEL passaram Francisco Thiessen, Newton Boechat, Henrique de Magalhães, Mª. Júlia Prieto Peres, Ricardo di Bernardi, Cecília Rocha, João Rabelo, Carlos Campetti, Heloísa Pires, José Raul Teixeira, Juan Durante, Ariston Santana Teles, Durval Ciamponi, Susana Mouzinho e Divaldinho Mattos. Nas viagens ao Brasil conheceu Chico Xavier, Deolindo Amorim, Jerônimo Mendonça, Jorge Andrea, entre outros. Nos dois continentes tem participado de congressos, palestras, programas de TV e rádio. Responsável por encontros de jovens espíritas e pela Semana da Mulher Espírita, uma senhora sensível, simpática e frontal.

 

D. Julieta, muito obrigado pela sua disponibilidade. Pode-nos falar um pouco de si? Onde nasceu, constituição da sua família, sua profissão, fatos da sua vida que queira relatar.

Nasci na vila da Chamusca, na província do Ribatejo, sou a filha primogênita, pois que tenho mais dois irmãos. Quando eu nasci, grassava o 2º conflito mundial na Europa e as dificuldades eram imensas. Meu pai, por razões políticas, ficou sem trabalho durante oito anos, fazia apenas trabalho sazonal, e sobrevivemos com o ordenado de minha mãe, até que foi praticamente deportado para África, Angola, para onde, um ano após, seguiu o resto da família.

Como foi seu primeiro contato com o Espiritismo? E quando se tornou espírita?

Quando minha mãe desencarnou, tinha eu quinze anos, tive o primeiro contato, mas a violência da dor que eu sentia não me motivou a entender o que era o Espiritismo, só sete anos depois é que de regresso a Portugal, na cidade de Lagos, tive então o meu verdadeiro encontro com a Doutrina Espírita.

Qual foi a sua trajetória no movimento espírita português?

Quando cheguei à casa espirita, era muito jovem, vinte e dois anos, e quase todos os elementos trabalhadores estava na casa dos cinquenta anos, não se estudava, todo trabalho assentava na prática mediúnica, e isso não me satisfazia. Quando os médiuns desencarnaram, a direção deliberou encerrar a casa, mas eu me opus, então fizeram-me uma proposta que eu aceitei, começar a organizar grupos de estudo. A direção sorriu e entregou-me a chave da casa. Foi duro, mas consegui vencer e mostrar quão importante é o estudo. E a casa cresceu em trabalho, trabalhadores e até em espaço físico, graças a Deus.

Que cargos e que encargos teve e tem neste momento?

Durante trinta e oito anos fui presidente da Associação Espírita de Lagos, há cinco anos pedi minha demissão por razões de saúde, hoje ocupo o lugar de vice-presidente por dois anos.

Que dificuldades enfrentou como dirigente do centro espírita?

A incompreensão dos mais velhos que não entendiam que Espiritismo sem estudo não é nada, e que a prática mediúnica por si só não é Doutrina Espírita.

Que espíritas portugueses destaca na história do movimento nacional?

Dra. Maria Amélia Cardia, Joaquim Freire, António Vilela, General Passaláqua, D. Maria O’Neill, e tantos outros que ora não recordo o nome.

Sentiu a perseguição aos espíritas durante o regime ditatorial?

Não posso dizer que senti na pele, mas senti na alma, pois que não havia como nos comunicar, depois que a Federação e todas as casas espíritas foram convocadas a suspender suas atividades, o que nos deixava num grande vazio.

Como viveu esses momentos?

Com a esperança de que um dia tudo fosse diferente, e continuando a fazer o que era possível dentro das dificuldades impostas.

Houve episódios curiosos?

Sim houve, por exemplo quando Divaldo Franco veio a Portugal, no ano de 1967,  alugamos uma sala para o efeito e fizemos a publicidade boca a boca. Na hora da palestra, colocamos uma pessoa à porta para no caso da Guarda Nacional Republicana aparecer podermos disfarçar a situação, pois que só tínhamos autorização de reunir quinze pessoas e ali na sala estávamos em sessenta. Mas tudo correu bem e em ordem, sem sobressaltos.

E quando a Guarda Nacional Republicana veio buscar Francisco Rafael, médium e trabalhador na vossa casa espírita?

Aí a situação deixou-nos em suspense, pois que a Guarda entrou na casa espírita armada de espingarda em punho e não informaram porque foram buscar nosso irmão. Ele foi e nós ficamos orando para que tudo se resolvesse bem. Aguardamos até à uma hora da madrugada, de manhã fui à casa dele e perguntei à irmã com quem ele vivia o que se tinha passado. O problema era que o sargento tinha um filho que estava com uma terrível obsessão e alguém sugeriu ao senhor que mandasse buscar o médium espírita, que talvez resolvesse o caso. Foi isso e nada mais, mas valeu a pena, pois conquistamos um amigo e admirador da Doutrina.

Por que é que a vossa casa espírita foi a única a não ser encerrada pela ditadura?

Naquela ocasião a província do Algarve era totalmente esquecida do governo e até do país. Era como se ainda fôssemos mouros/árabes. Então tudo era esquecido. Naturalmente que deve ter havido intervenção espiritual. A Associação Espírita de Lagos mantinha seu trabalho apostolar e social desde o início do século XX, pois que tudo começou no ano de 1913. Toda a cidade conhecia a instituição, mas quis Deus que assim fosse. O documento que deveria ter seguido pelo correio ficou esquecido na secretária do secretário do ministro e no fundo duma rima de papéis.

Quais as personalidades (inter)nacionais mais marcantes no início da divulgação da Doutrina Espírita em Portugal?

Não podemos deixar de dizer que a vinda de Divaldo Pereira Franco no ano de 1967 marcou bem forte o movimento; outros se lhe seguiram, como Henrique Rodrigues, Francisco Thiessen, Newton Boechat, Maria Júlia Prieto Peres, Ariston Santana Teles,  Marialusa Vasconcelos, e outros se seguiram até hoje. O intercâmbio não cessa, o que é muito bom para todos.

Como foi preparar essa primeira vinda de Divaldo Franco a Portugal, em 1967?

Foi simples. Ele veio a convite de Eduardo de Matos, que nos contatou, e a alegria da visita era imensa e tudo aconteceu de forma natural e com muita expectativa também, pois que ninguém sabia quem era a visita, só se sabia que era espírita e médium, nada mais.

Os espíritas portugueses souberam da viagem de Chico Xavier e Waldo Vieira a Portugal, em 1965?

Soubemos depois de já ter passado. Não nos esqueçamos de que era ainda o tempo da ditadura e tudo era muito em segredo que acontecia, infelizmente.

Que convite/desafio lhe fez a ex-presidente da FEP, D. Maria Raquel Duarte Santos, na primavera de 1978?

Depois da Revolução dos Cravos, em 1974, surgiu a nova Constituição com a liberdade religiosa. Aí nossa presidente solicita-me que convoque os espíritas da região. Mas convocar como se não sabia quem eram e onde estavam? Pedi então que me fornecesse o endereço dos assinantes da Revista Estudos Psíquicos, que ainda circulava, e mediante essa informação fiz a convocatória. Foi um êxito, uma alegria sem tamanho! Quando entro na sala alugada para o efeito eu vejo diante de mim uma pequena multidão sorrindo e expectante. Tudo começou aí de novo, num tempo novo.

Como se formou a União Espírita do Algarve?

A União Espírita do Algarve nasceu desse entusiasmo e pela necessidade que tinha de não mais nos sentirmos isolados uns dos outros. Durou essa União mais de uma década, bem ativa e atuante no movimento com seminários, simpósios, encontros fraternos, até que uma nova direção a atirou para a desmotivação e hoje nada mais resta a não ser um grande desencanto.

Participou do programa de rádio "Em Defesa da Vida"? Qual a importância dessa iniciativa? Que temas e problemas abordaram?

Não participei do programa, eu criei o programa, foi o primeiro programa de rádio em Portugal! Era o tempo das rádios livres e eu entrei nessa e até hoje temos nosso tempo de antena aos sábados, durante uma hora. Os temas são sempre relacionados à Doutrina Espírita e temas da atualidade analisados sob a óptica espírita. Isso desde o ano de 1986.

Como conseguiu o respeito de entidades oficiais e o apoio das autarquias de Lagos para as iniciativas espíritas?

Sempre agindo de forma correta e organizada. Sempre que fazíamos um evento lá ía um cartão com o convite e a programação - pelo Natal o cartão de boas festas -, e nunca nada fazíamos sem a autorização devida.

Quais os principais objetivos da Associação Espírita de Lagos (AEL)?

A divulgação da Doutrina pela palavra e pelo exemplo de quantos nela se esforçam por manter a linha de diferença, pois que devemos primar pela diferença no comportamento ético-moral e também pelo trabalho assistencial que sempre fizemos.

Que tipo de tarefas de assistência social a AEL desenvolve?

Distribuição da cesta básica e visita aos idosos.

Acha que as instituições espíritas devem ter tarefas de assistência social?

Sem esse trabalho a casa espírita morre, pois que lhe falta o sustento do amor ao próximo.

Qual a sua importância, sobretudo em períodos de crise como atravessa Portugal?

Alimentar a esperança nas pessoas de que tudo passa. Iutras crises já aconteceram e vamos sobreviver também a esta. Confiança no porvir! Jesus está ao leme desta nau, confiemos!

Quais as atividades doutrinárias que destaca na AEL?

Estudos da Codificação e livros complementres, educação e estudo da mediunidade e educação infanto-juvenil.

A AEL tem alguma publicação regular?

Não tem neste momento, nem se justifica, mas já teve, quando não havia ainda jornais espíritas publicados em Portugal, que temos dois.

Acha importante a música na casa espírita?

A música é a linguagem dos anjos, não nos esqueçamos de que a música está no ar. Desde as águas ao vento, aos pássaros, tudo emite som até o ribombar do trovão à chuva, e que os anjos cantaram anunciando o nascimento do Menino. É muito importante sim!!!

Que obras publicou? O que a motivou a publicá-las?

Publiquei três livrinhos dedicados à garotada, com histórias verdadeiras. A primeira vivida com uma gaivota, depois as vidas de Divaldo Franco e de nosso Chico Xavier.

O que a motivou a publicá-las?

Estes são os heróis que a nossa meninada precisa conhecer.

Sentiu-se inspirada?

Penso que sim, nada acontece sem a permissão de Deus.

Para terminar o “Chiquito”, que impulso sentiu?

 A vontade irresistível de escrever.  Foi o que fiz de imediato e em duas horas escrevi o que não consegui em quatro anos.

Pensa em publicar mais obras?

Estou escrevendo minha experiência como espírita, com os espíritos e com os espíritas.

Que opinião tem dos seres elementais? Que relato ocorreu com a sua filha?

Acho-os adoráveis e ainda bem que existem. E tudo aconteceu quando minha filha, em estado alterado de consciência, me relatava que via um ser - pela descrição, para mim, era um gnomo. Loucura! Não podia ser, mas era mesmo, tive a confirmação por uma amiga teósofa que, sendo clarividente, me confirmou o fato.

Do tríplice aspecto da Doutrina há algum que a sensibilize mais?

Os três são importantes e não posso dissociá-los, mas o Evangelho é o que mais me seduz.

Conhece o movimento espírita brasileiro?

Pouco, o suficiente para perceber a dinâmica que imprimem e como a Doutrina se expande. Com alguns desvios, mas é natural, não nos choquemos por isso.

Que vivências tem dessas suas viagens?

As mais gratificantes, desde o amigos que conquistei aos exemplos dignificantes de solidariedade e fraternidade, tudo era belo para mim, por isso estou grata ao Altíssimo pela bênção das viagens que tenho feito.

Esteve com Chico Xavier?

Estive com nosso Chico por três vezes e de todas guardo gratas lembranças.

Recebeu uma comunicação de Bezerra de Menezes?

Na primeira visita que fiz a Chico, ele perguntou-me se eu não queria receber uma mensagem e eu respondi que para mim não. Que podia eu pedir naquela hora? Eu tinha tudo, nada me faltava e estava ali diante daquele homem todo amor! Só uma mensagem, se houvesse oportunidade, para a nossa casa espírita, e aí veio a mensagem que guardo religiosamente. Mais tarde veio uma segunda, também para a nossa casa.

Conheceu Deolindo Amorim?

Conheci Deolindo Amorim, alma nobre e gentil. Junto dele sentia-me muito bem, conversando naquele seu jeito tão peculiar e com o olhar tão franco, que sabia bem estar em sua presença sempre escutando, pois que tenho por hábito junto dos sábios escutar e pouco falar. Só assim tenho aprendido alguma coisa.

Assistiu a fenômenos de materialização?

Foi também daquelas situações que nos enchem a alma e não mais esquecemos. A primeira foi no Centro da Regeneração, fundado por Dr. Bezerra de Menezes, no Rio de Janeiro. Uma outra em Jacarepaguá, no Frei Luis, e a terceira foi de novo no Regeneração. Valeu pela experiência.

E nos Encontros de Amigos de Chico Xavier no Brasil? O que tem sido mais gratificante?

Nos Encontros dos Amigos de Chixo Xavier o que se torna notório é o trabalho da organização, para que tudo decorra como nosso Chico merece, e ele merece tudo e muito mais, não podemos deixar cair no esquecimento essa figura que fez parte de nosso tempo, de nosso século e de nosso milênio e que deixou uma obra ímpar para a posteridade para que todos possamos caminhar com mais segurança rumo à Eternidade.

Como decorreu 5º Encontro em setembro de 2012, em Votuporanga, São Paulo? Qual foi o tema da sua palestra?

O 5º Encontro dos Amigos de Chico Xavier foi mais um grande momento de alegria cristã e a oportunidade de amigos e companheiros de ideal espírita se encontrarem, pois que estavam caravanas do Ceará e de Sergipe. Os organizadores primaram pela simplicidade da decoração, mas de grande relevância o ambiente espiritual que se sentiu e a alegria que irradiava de todos. O tema da minha palestra foi-me dado pela comissão organizadora do evento, e foi sobre o livro ”E a vida continua”, o que fiz trabalhando o primeiro capítulo do mesmo.   

E o seu périplo de palestras no Brasil este ano, que vivências recorda?

As mais edificantes, desde o carinho com que fui em toda a parte recebida, às manifestações de que eu volte mais uma vez.

Considera que a vida e a obra de Chico Xavier são devidamente conhecidas na Europa?

Está nesta hora, havendo uma grande movimentação sobre as obras e quanto a quem foi Chico Xavier. Hoje não se ouve mais dizer que ele era apenas mais um médium, hoje o nome de Chico é falado com respeito e admiração, o povo, enfim, acordou para descobrir esse manancial de luz, que é Chico Xavier.

Pode partilhar conosco uma vivência íntima que teve quando preparava um trabalho sobre Chico Xavier?

Não sei se devo, pelo que isso suscita, sem querer más interpretações, preferia não falar nisso.

E o que a levou a contatar Geraldinho Lemos Neto?

Simplesmente sendo Geraldinho o discípulo de nosso Chico! Só ele estaria em situação de me informar sobre a veracidade ou não do fato em si. E foi isso que aconteceu, ele confirmou.

Pelas suas convicções e de testemunhos de amigos íntimos de Chico Xavier, que vivências anteriores deste apóstolo de Jesus estão sendo comprovadas?

Para mim, depois do estudo comparado que fiz, ele terá sido Allan Kardec, mas que isso não sirva de foco divisor entre espíritas pró e contra. O que importa é a obra que deixaram para a humanidade avançar para a Luz.

Que outros momentos destaca da sua presença no movimento espírita internacional?

Nos congressos mundiais, num congresso em Aracaju, num outro em São Paulo e no Achamento do Brasil, em Salvador.

Quais os eventos (congressos, seminários) em que participou que mais e melhor recorda?

Conforme o que acima disse, cada vez que sou convidada a participar num evento dessa natureza sinto-me revigorar para continuar para mais e melhor servir à Doutrina Espírita.

De que forma portugueses famosos no Brasil, como João de Deus, Guerra Junqueiro, Antero de Quental , Júlio Diniz e Camilo Castelo Branco voltaram ao convívio na Terra através de médiuns espíritas brasileiros?

Naturalmente não encontraram condições para exteriorizar seu saber em médiuns portugueses, por isso recorreram ao Brasil e lá encontraram Yvone Pereira e Chico Xavier e muito bem, melhor não podia ser!!!

Ainda sente alguma discriminação em relação aos espíritas na sociedade portuguesa atual?

Não, nesta hora já tudo está bem, graças  a Deus! Esse tempo já passou.

E desinformação? Os “mídia” portugueses falam de Espiritismo sem preconceitos?

Sempre existe alguma de quando em vez, mas logo os responsáveis pela ADEP saem a terreiro para defenderem a nossa posição de espíritas e do Espiritismo.

Que sentimento nutre em relação a João Xavier de Almeida, ex-presidente da FEP?

Um carinho e um respeito muito grande como amigo de muitos anos e como exemplo de espírita.

Como acha que está o movimento espírita em Portugal?

Crescendo e tentando acertar-se nas diretrizes deixadas pelos espíritos da falange do Espírito da Verdade.

Que evolução nota? Quais os principais problemas com que se depara?

Evolução é pouca, muito embora os esforços que uns quantos estão fazendo, mas acredito que em breves anos tudo estará bem melhor.

O que é que a AEL tem feito para melhorar a situação?

Nosso papel é o dar exemplo pelo trabalho digno e organizado, sem vaidades, nem nos querermos sobrepor seja a quem for, cada um tem seu papel a realizar, desde que o faça bem-feito tudo bem, o que nem sempre acontece…

Sente que há união entre os dirigentes e trabalhadores espíritas? 

É muito subjetiva a pergunta, e a resposta não é fácil. Olhando o panorama nacional digo que não. Eu, por exemplo, sou persona non grata em algumas casas espíritas, especialmente na nossa região, no restante do país sou requisitada constantemente. Muitos dirigentes estão de costas voltadas uns para com os outros. Não entendo, mas deve haver uma causa. Seria bom conhecê-la, talvez aí então o entendimento acontecesse.

Que novos projetos têm a AEL a breve prazo?

A programação para o seu centenário, pois que este acontece no próximo ano e pensamos ter uma programação por todo o ano. Começamos logo por receber Carlos Baccelli no mês de janeiro, o que é muito gratificante para nós. Depois, bem depois ainda, não está feito o programa, na totalidade.

Como perspectiva o futuro do movimento nacional e internacional?

Crescendo e muito, e temos que os preparar, pois nova propostas estão chegando. Novas descobertas, que nos exigem muita acuidade para perceber tudo, sem os excessos da pureza doutrinária que deixa muita fumaça pelo caminho…

O que sentiu quando foi à Ucrânia e Rússia?

Alegria imensa, pois que iria ter oportunidade de conhecer pessoalmente a Dra. Barbara Ivanova, com quem me correspondia havia já alguns anos.

Acha que Portugal terá um papel importante na divulgação da Doutrina na Europa e em África?

Naturalmente que o trabalho que nossa irmã Amélia Cazalma está fazendo, juntamente com seu marido e grupo de trabalho, vai trazer uma nova luz para nossos irmãos africanos. Bem como o trabalho que em Maputo nossa irmã Irene está fazendo, embora em menos escala. Mas está lá e isso é importante, aquele pontinho de luz kardecista.

Que testemunhos teve em Angola e Moçambique?

Em Moçambique, o duma vontade enorme de crescer e fazer mais, esse era o objetivo de nossa irmã Ângela, mas o anjo da morte veio buscá-la e ficou em seu lugar a Irene. Deus lhe dê a força e a coragem que é preciso para levar por diante a jornada de divulgar a Doutrina Espírita.

É verdade que muitos “espíritas” ingleses não adotam a reencarnação e a lei de causa e efeito? Por que será?

Talvez preconceito, mas não adianta não aceitarem, eles vão mesmo reencarnar, não lhe adiantará nada a sua negação. A Lei sobrepõe-se à vontade dos homens.

Se tivesse que escolher cinco livros espíritas (ou não espíritas), quais levaria consigo?

Os livros da Codificação, depois a série André Luiz, depois o livro “A vida viaja na Luz” e por último “Chico Xavier - Páginas de uma vida”.

Que livros espíritas está a ler?

Exatamente estes que frisei.

Acha que devemos ler livros contra a Doutrina?

Eu faço-o, pois que preciso saber quais as bases do autor para se opor à Doutrina.

Quais os palestrantes que mais a cativam?

Aqui em Portugal: Reinaldo Barros, Nuno Cruz, Fernando Santos, Maria Júlia. Óbvio que não conheço todos, mas dos que conheço estes são nota dez. Brasileiros não conheço tantos assim, mas  dentre eles destaco: Haroldo Dutra Dias, Alberto Almeida, André Peixinho, Clóvis Nunes, Divaldinho Mattos, entre outros.

O que sentiu quando viu a foto da sua neta Adriana Xavier abraçada espontaneamente a um polícia no decorrer de uma das maiores manifestações devidas à crise europeia e mundial?

Naturalmente que enorme surpresa, nem ela mesma esperava tal repercussão em nível mundial. Significa que ali houve a mão da Espiritualidade. Isso nota-se na postura, se olharmos a foto da mão dela sobre o coração dele, e a “manápula” dele sobre o braço dela, como eu digo: a força da razão e a razão pela força, é o simbolismo que eu tiro.

O que pressente nesta “nova geração”?

Acredito nesta geração que está chegando ao planeta, com uma visão diferente das coisas, da vida com o aportar para novos valores perdidos, como a dignidade, o respeito, o trabalho, a paz e tudo o que diz respeito ao planeta tão mal-amado.

As suas considerações finais, por gentileza. Alguma mensagem que queira dirigir.

Apenas e só que façamos a vontade do Pai que está nos céus, que nos amemos e que façamos por merecer a máxima “Meus discípulos se conhecerão por muito se amarem.” Meus votos de muita paz para todos e meu abraço fraterno. Cumprimentos gratos.



Julieta Marques visitando Chico Xavier, em Uberaba




Antônio Roberto Fontana, Oceano Vieira de Melo, João Cabral, Julieta Marques, Noêmia José e outros amigos de Chico Xavier,
 do Brasil e Portugal, na Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo



Julieta na Escola Jesus Cristo, de Campos, Rio de Janeiro e no programa da TVI. Capas de seus livros




Adriana Xavier, neta de Julieta Marques, abraçando policial numa manifestação nacional




Carlos Baccelli, Pedro Bonilha, Julieta Marques,
Jhon Harley, Geraldo Lemos Neto e Pedro Brunet no
5º Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua Obra, em Votuporanga, São Paulo




Clique aqui para assistir entrevista de Julieta Marques no programa
A tarde é sua
- Mediunidade nas Crianças - Parte 1 de 2 – 14/12/2011


Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Nuno Emanuel
26/11/2012
 


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