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Notícia

Espíritas aprofundam questão da transição planetária


Por Nuno Emanuel





Há 2.000 anos – Emmanuel - Chico Xavier | Capítulo VI – II Parte

Alvoradas do reino do Senhor
 
"(…) Depois de alguns dias de emoções suaves e carinhosas, todos os espíritos, reunidos naquela paisagem luminosa, se prepararam para receber a visita do Senhor, como quando da sua divina presença na bucólica moldura da Galileia. Num dia de rara e indefinível beleza, em que uma claridade de cambiantes divinos entornava saboroso mel de alegria em todos os corações, descia o Cordeiro de Deus da esfera superior de suas glórias sublimes e tomando a palavra naquele cenáculo de maravilhas recordava as suas inesquecíveis pregações junto às águas tranquilas do pequeno mar da Galileia. De modo algum se poderia traduzir fielmente, na Terra, a beleza nova da sua palavra eterna, substância de todo o amor, de toda a verdade e de toda a vida, mas constitui para nós um dever, neste escorço, lembrar a sua ilimitada sabedoria, ousando reproduzir, imperfeitamente e de leve, a essência de sua lição divina naquele momento inesquecível. Figurava-se, a todos os presentes, a cópia fiel dos quadros graciosos e claros do Tiberíades. A palavra do Mestre derramava-se no ádito das almas, com sonoridades profundas e misteriosas, enquanto de seus olhos vinha a mesma vibração de misericórdia e de serena majestade.

- Vinde a mim vós todos que semeastes, com lágrimas e sangue, na vinha celeste do meu reino de amor e verdade!... Nas moradas infinitas do Pai, há luz bastante para dissipar todas as trevas, consolar todas as dores, redimir todas as iniquidades... Glorificai-vos, pois, na sabedoria e no amor de Deus Todo-Poderoso, vós que já sacudistes o pó das sandálias miseráveis da carne, nos sacrifícios purificadores da Terra! Uma paz soberana vos aguarda, para sempre, no reino dilatado e sem fim, prometido pelas divinas aleluias da Boa Nova, porque não alimentastes outra aspiração no mundo senão a de procurar o reino de Deus e de Sua justiça. Entre a manjedoura e o Calvário, tracei para as minhas ovelhas o eterno e luminoso caminho... O Evangelho floresce, agora, como a seara imortal e inesgotável das bênçãos divinas. Não descansemos, contudo, meus amados, porque tempo virá na Terra em que todas as suas lições hão de ser espezinhadas e esquecidas... Depois de longa era de sacrifícios para consolidar-se nas almas, a doutrina da redenção será chamada a esclarecer o governo transitório dos povos; mas o orgulho e a ambição, o despotismo e a crueldade hão de reviver os abusos nefandos de sua liberdade! O culto antigo, com as suas ruínas pomposas, buscará restaurar os templos abomináveis do bezerro de ouro. Os preconceitos religiosos, as castas clericais e os falsos sacerdotes restabelecerão novamente o mercado das coisas sagradas, ofendendo o amor e a sabedoria de nosso Pai, que acalma a onda minúscula no deserto do mar, como enxuga a mais recôndita lágrima da criatura, vertida no silêncio de suas orações ou na dolorosa serenidade de sua amargura indizível!... Soterrando o Evangelho na abominação dos lugares santos, os abusos religiosos não poderão, todavia, sepultar o clarão de minhas verdades, roubando-as ao coração dos homens de boa vontade!... Quando se verificar esse eclipse da evolução de meus ensinamentos, nem por isso deixarei de amar intensamente o rebanho das minhas ovelhas tresmalhadas do aprisco!... Das esferas de luz que dominam todos os círculos das atividades terrestres, caminharei com os meus rebeldes tutelados, como outrora entre os corações impiedosos e empedernidos de Israel, que escolhi, um dia, para mensageiro das verdades divinas entre as tribos desgarradas da imensa família humana!... Em nome de Deus Todo-Poderoso, meu Pai e vosso Pai, regozijo-me aqui convosco pelos galardões espirituais que conquistastes no meu reino de paz, com os vossos sacrifícios abençoados e com as vossas renúncias purificadoras! Numerosos missionários de minha doutrina ainda tombarão, exânimes, na arena da impiedade, mas hão de constituir convosco a caravana apostólica, que nunca mais se dissolverá, amparando todos os trabalhadores que perseverarem até ao fim, no longo caminho da salvação das almas!... Quando a escuridão se fizer mais profunda nos corações da Terra, determinando a utilização de todos os progressos humanos para o extermínio, para a miséria e para a morte, derramarei minha luz sobre toda a carne e todos os que vibrarem com o meu reino e confiarem nas minhas promessas, ouvirão as nossas vozes e apelos santificadores!... Pela sabedoria e pela verdade, dentro das suaves revelações do Consolador, meu verbo se manifestará novamente no mundo, para as criaturas desnorteadas no caminho escabroso, através de vossas lições, que se perpetuarão nas páginas imensas dos séculos do porvir!... Sim! amados meus, porque o dia chegará no qual todas as mentiras humanas hão de ser confundidas pela claridade das revelações do céu. Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá toda a Terra, que pagará, então, à evolução dos seus institutos, os mais pesados tributos de sofrimentos e de sangue... Exausto de receber os fluidos venenosos da ignomínia e da iniquidade de seus habitantes, o próprio planeta protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos cataclismos... As impiedades terrestres formarão pesadas nuvens de dor que rebentarão, no instante oportuno, em tempestades de lágrimas na face escura da Terra e, então, das claridades da minha misericórdia, contemplarei meu rebanho desditoso e direi como os meus emissários: "Ó Jerusalém, Ó Jerusalém?..." Mas nosso Pai, que é a sagrada expressão de todo o amor e sabedoria, não quer que se perca uma só de suas criaturas, transviadas nas tenebrosas sendas da impiedade!... Trabalharemos com amor, na oficina dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos, examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo aproveitamento e, quando as instituições terrestres reajustarem a sua vida na fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da seleção natural dos espíritos e dentro das convulsões renovadoras da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual.

A voz do Mestre parecia encher os âmbitos do próprio Infinito, como se ele a lançasse, qual baliza divina do seu amor, no ilimitado do espaço e do tempo, no seio radioso da Eternidade. Terminando a exposição de suas profecias augustas, sua figura sublimada elevava-se às Alturas, enquanto um oceano de luz azulada, de mistura aos sons de melodias divinas e incomparáveis, invadia aqueles domínios espirituais, com as tonalidades cariciosas das safiras terrestres. Todos os presentes, genuflexos na sua doce emoção, choravam de reconhecimento e alegria, enchendo-se de santificada coragem para as elevadas tarefas que lhes competia levar a efeito, no curso incessante dos séculos. Flores de maravilhoso azul celeste choviam do Alto sobre todas as frontes, desfazendo-se, todavia, ao tocarem nas delicadas substâncias que formavam o solo daquela paisagem de soberana harmonia, como se fossem lírios fluídicos de perfumada neblina. (...)
 
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ANTE OS MUNDOS SUPERIORES - Por Emmanuel
 
Reunião pública de 21-08-61 - 1ª Parte, Cap. III, Ítem 11 - livro “Justiça divina” - Psicografia de Chico Xavier
 
Quando nos referirmos aos mundos superiores, recordemos que a Terra, um dia, formará entre eles por estância divina. Atualmente, no entanto, apesar das magnificências que laureiam a civilização em todos os continentes, não podemos alhear-nos do preço que pagará pela promoção.
 
Sem dúvida, os campos ideológicos da vida internacional entrarão em conflitos encarniçados pelo domínio. As nuvens de ódio que se avolumam, na psicosfera do Planeta, rebentarão em tormentas arrasadoras sobre as comunidades terrestres.
 
Contudo, as vibrações do sofrimento coletivo funcionarão por radioterapia na esfera da alma, sanando a alienação mental dos povos que sustentam as chagas da miséria, em nome da ideia de Deus, e daqueles outros que pretendem extirpá-las, banindo a ideia de Deus das próprias cogitações.
 
Engenhos de extermínio desintegrarão os quistos raciais e as cadeias que amordaçam o pensamento, remediando as agonias econômicas da humanidade e dissipando as correntes envenenadas do materialismo, a estender-se por afrodisíaco da irresponsabilidade moral.
 
***

Enunciando, porém, semelhantes verdades, é forçoso dizer que não somos profetas do belicismo, nem cassandras do terror. Examinamos simplesmente o quadro escuro que as nações poderosas organizaram e que lhes atormenta, hoje, os gabinetes de governança, ainda mesmo quando se esforçam por disfarçá-lo nos banquetes políticos e nos votos de paz.
 
E, ao fazê-lo, desejamos apenas asseverar a nossa fé positiva no grande futuro, quando o homem, superior a todas as contingências, respirar, enfim, livre dos polvos da guerra que lhe sugam as energias e lhe entornam inutilmente o sangue em esgotos de lágrimas.
 
***

Abrindo as estradas do espírito para essa era de luz, abracemos a charrua do suor, pela vitória do bem, seja qual seja o nosso setor de ação.
 
Obreiros da imortalidade, contemplaremos os habitantes da Terra a emergirem de todos os escombros com que pretendam sepultar-lhes as esperanças, elevando-se em direitura de outras plagas do Universo!
 
E enquanto nos empenhamos, cada vez mais, em largas dívidas para com a ciência que nos rasga horizontes e traça caminhos novos, vivamos na retidão de consciência, fiéis ao Cristo, no serviço incessante de burilamento da alma, na certeza de que, se a glorificação chega por fora, a verdadeira felicidade é obra de dentro.
 
Emmanuel | Justiça Divina - 1962
 

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Sobre a nova Terra




Meus filhos! 

Que a paz prevaleça em nossos pensamentos e atitudes no prelibar de uma nova era.

 Amanhecem dias convidativos, chamando os trabalhadores da última hora para que se encontrem no abrigo do Senhor e que, pela água da transformação, saiam a semear a Boa Nova, exemplificando-a.

 A persuasão do trabalhador pelo Evangelho, evidentemente, se dará mais pela expressão da nossa conduta do que, certamente, apenas pela palavra. 

Os dias são chegados... 

A trombeta soa, chamando-nos a todos ao Evangelho do Senhor. 

Homens de boa fé, estais prontos a erigir a nova Terra que todos almejamos para os nossos dias terrenos? Meus filhos, amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a vós mesmos, conforme os preceitos do Senhor da luz. 

Evangelizemo-nos, transformando-nos dia a dia e sigamos intimoratos, sem nos importarmos com os obstáculos que surgem à nossa frente, que são experiências improcrastináveis para o engrandecimento do tarefeiro até a última hora.

Muita paz, meus filhos.

Com os votos fraternais deste irmão humílimo que vos fala, 



Bezerra



AUTOR: BEZERRA DE MENEZES | PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER. LIVRO: BEZERRA, CHICO E VOCÊ.
 

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Bibliografia complementar pesquisada após audição da palestra de Geraldo Lemos Neto

TRANSIÇÃO DE PLANETA DE PROVAS E EXPIAÇÕES PARA O DE REGENERAÇÃO



Partes do livro "A Caminho da luz", ditado pelo espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier 
(Mensagem inicial recebida em 17/08/1938.)


Introdução

        Enquanto as penosas transições do século 20 se anunciam ao tinido sinistro das armas, as forças espirituais se reúnem para as grandes reconstruções do porvir.
 Aproxima-se o momento em que se efetuará a aferição de todos os valores terrestres para o ressurgimento das energias criadoras de um mundo novo, e natural é que recordemos o ascendente místico de todas as civilizações que surgiram e desapareceram, evocando os grandes períodos evolutivos da humanidade, com as suas misérias e com os seus esplendores, para afirmar as realidades espirituais acima de todos os fenômenos transitórios da matéria.
 Esse esforço de síntese será o da fé reclamando a sua posição em face da ciência dos homens, e ante as religiões da separatividade, como a bússola da verdadeira sabedoria.
 Diante dos nossos olhos de espírito passam os fantasmas das civilizações mortas, como se permanecêssemos diante de um "écran" maravilhoso. As almas mudam a indumentária carnal, no curso incessante dos séculos; constroem o edifício milenário da evolução humana com as suas lágrimas e sofrimentos, e até nossos ouvidos chegam os ecos dolorosos de suas aflições. Passam as primeiras organizações do homem e passam as suas grandes cidades, transformadas em ossuários silenciosos. O tempo, como patrimônio divino do espírito, renova as inquietações e angústias de cada século, no sentido de aclarar o caminho das experiências humanas. Passam as raças e as gerações, as línguas e os povos, os países e as fronteiras, as ciências e as religiões. Um sopro divino faz movimentar todas as coisas nesse torvelinho maravilhoso.
 Estabelece-se, então, a ordem equilibrando todos os fenômenos e movimentos do edifício planetário, vitalizando os laços eternos que reúnem a sua grande família.
 Vê-se, então, o fio inquebrantável que sustenta os séculos das experiências terrestres, reunindo-as, harmoniosamente, umas às outras, a fim de que constituam o tesouro imortal da alma humana em sua gloriosa ascensão para o Infinito.
 As raças são substituídas pelas almas e as gerações constituem fases do seu aprendizado e aproveitamento; as línguas são formas de expressão, caminhando para a expressão única da fraternidade e do amor, e os povos são os membros dispersos de uma grande família trabalhando para o estabelecimento definitivo de sua comunidade universal.
 Seus filhos mais eminentes, no plano dos valores espirituais, são agraciados pela Justiça Suprema, que legisla no Alto para todos os mundos do Universo, e podem visitar as outras pátrias siderais, regressando ao orbe, no esforço abençoado de missões regeneradoras dentro das igrejas e das academias terrenas.
 Na tela mágica dos nossos estudos, destacam-se esses missionários que o mundo muitas vezes crucificou na incompreensão das almas vulgares, mas, em tudo e sobre todos, irradia-se a luz desse fio de espiritualidade que diviniza a matéria, encadeando o trabalho das civilizações, e, mais acima, ofuscando o "écran" das nossas observações e dos nossos estudos, vemos a fonte de extraordinária luz, de onde parte o primeiro ponto geométrico desse fio de vida e de harmonia, que equilibra e satura toda a Terra numa apoteose de movimento e divinas claridades.
 Nossos pobres olhos não podem divisar particularidades nesse deslumbramento, mas sabemos que o fio da luz e da vida está nas suas mãos. É ele quem sustenta todos os elementos ativos e passivos da existência planetária. No seu coração augusto e misericordioso está o Verbo do princípio. Um sopro de sua vontade pode renovar todas as coisas, e um gesto seu pode transformar a fisionomia de todos os horizontes terrestres.
 Passaram as gerações de todos os tempos, com as suas inquietações e angústias. As guerras ensanguentaram o roteiro dos povos nas suas peregrinações incessantes para o conhecimento superior.
 Caíram os tronos dos reis e esfacelaram-se coroas milenárias. Os príncipes do mundo voltaram ao teatro de sua vaidade orgulhosa, no indumento humilde dos escravos, e, em vão, os ditadores conclamaram, e conclamam ainda, os povos da Terra, para o morticínio e para a destruição.
 O determinismo do amor e do bem é a lei de todo o Universo e a alma humana emerge de todas as catástrofes em busca de uma vida melhor.
 Só Jesus não passou, na caminhada dolorosa das raças, objetivando a dilaceração de todas as fronteiras para o amplexo universal.
 Ele é a Luz do Principio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia.
 Todas as coisas humanas passaram, todas as coisas humanas se modificarão. Ele, porém, é a luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
 Enquanto falamos da missão do século 20, contemplando os ditadores da atualidade, que se arvoram em verdugos das multidões, cumpre-nos voltar os olhos súplices para a infinita misericórdia do Senhor, implorando-lhe paz e amor para todos os corações.

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A gênese planetária


A COMUNIDADE DOS ESPÍRITOS PUROS

         Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma comunidade de espíritos puros e eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
 Essa comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
 A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.
 
AS PROMESSAS DO CRISTO

        Tendo ouvido a palavra do divino Mestre antes de se estabelecerem no mundo, as raças adâmicas, nos seus grupos insulados, guardaram a reminiscência das promessas do Cristo, que, por sua vez, as fortaleceu no seio das massas, enviando-lhes periodicamente os seus missionários e mensageiros.
 Eis por que as epopeias do Evangelho foram previstas e cantadas alguns milênios antes da vinda do Sublime Emissário.
       Os enviados do Infinito falaram, na China milenária, da celeste figura do Salvador, muitos séculos antes do advento de Jesus.
       Os iniciados do Egito esperavam-no com as suas profecias.
       Na Pérsia, idealizaram a sua trajetória, antevendo-lhe os passos nos caminhos do porvir; na Índia védica era conhecida quase toda a história evangélica, que o sol dos milênios futuros iluminaria na região escabrosa da Palestina e o povo de Israel, durante muitos séculos, cantou-lhe as glórias divinas, na exaltação do amor e da resignação, da piedade e do martírio, através da palavra de seus profetas mais eminentes.
        Uma secreta intuição iluminava o espírito divinatório das massas populares.
 Todos os povos o esperavam em seu seio acolhedor; todos o queriam, localizando em seus caminhos a sua expressão sublime e divinizada. Todavia, apesar de surgir um dia no mundo, como alegria de todos os tristes e providência de todos os infortunados, à sombra do trono de Jessé, o Filho de Deus em todas as circunstâncias seria o Verbo de Luz e de Amor do Princípio, cuja genealogia se confunde na poeira dos sóis que rolam no Infinito. (Entre as considerações acima e as do capítulo precedente, devemos ponderar o interstício de muitos séculos. Aliás, no que e refere à historicidade das raças adâmicas será justo meditarmos atentamente no problema da fixação dos caracteres raciais. Apresentando o meu pensamento humilde, procurei demonstrar as largas experiências que os operários do Invisível levaram a efeito sobre os complexos celulares, chegando a dizer da impossibilidade de qualquer cogitação mendelista nessa época da evolução planetária. Aos prepostos de Jesus foi necessária grande soma de tempo, no sentido de fixar o tipo humano.
 Assim, pois, referindo-nos ao degredo dos emigrantes da Capela, devemos esclarecer que, nessa ocasião, já o primata hominis se encontrava arregimentado em tribos numerosas. Depois de grandes experiências foi que as migrações do Pamir se espalharam pelo orbe, obedecendo a sagrados roteiros, delineados nas Alturas.
 Quanto ao fato de se verificar a reencarnação de espíritos tão avançados em conhecimentos, em corpos de raças primigênias, não deve causar repugnância ao entendimento. Lembremo-nos de que um metal puro, como o ouro, por exemplo, não se modifica pela circunstância de se apresentar em vaso imundo, ou disforme. Toda oportunidade de realização do bem é sagrada. Quanto ao mais, que fazer com o trabalhador desatento que estraçalha no mal todos os instrumentos perfeitos que lhe são confiados? Seu direito, aos aparelhos mais preciosos, sofrerá solução de continuidade. A educação generosa e justa ordenará a localização de seus esforços em maquinaria imperfeita, até que saiba valorizar as preciosidades em mão. A todo tempo, a máquina deve estar de acordo com as disposições do operário, para que o dever cumprido seja caminho aberto a direitos novos.
 Entre as raças negra e amarela, bem como entre os grandes agrupamentos primitivos da Lemúria, da Atlântida e de outras regiões que ficaram imprecisas no acervo de conhecimentos dos povos, os exilados da Capela trabalharam proficuamente, adquirindo a provisão de amor para suas consciências ressequidas. Como vemos, não houve retrocesso, mas providência justa de administração, segundo os méritos de cada qual, no terreno do trabalho e do sofrimento para a redenção. - (Nota de Emmanuel.)

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O Espiritismo e as grandes transições


A EXTINÇÃO DO CATIVEIRO

        O século 19 caracteriza-se por suas numerosas conquistas. A par dos grandes fenômenos de evolução científica e industrial que o abalaram, observam-se igualmente acontecimentos políticos de suma importância, renovando as concepções sociais de todos os povos da raça branca.
 Um desses grandes acontecimentos é a extinção do cativeiro.
 Cumprindo as determinações do divino Mestre, seus mensageiros do plano invisível laboram junto aos gabinetes administrativos, de modo a facilitar a vitória da liberdade.

    •    As decisões do Congresso de Viena, reprovando o tráfico de homens livres, encontrara funda repercussão em todos os países.
    •    Em 1834, o parlamento inglês resolve abolir a escravidão em todas as colônias da Grã-Bretanha.
    •    Em 1850, o Brasil suprime o tráfico africano.
    •    Na revolta de 1848, a França delibera a extinção do cativeiro em seus territórios.
    •    Em 1861, Alexandre II da Rússia declarava livres todos os camponeses que trabalhavam sob o regime da escravidão,
   •   e  de 1861 a 1865, uma guerra nefanda devasta o solo hospitaleiro dos Estados Americanos do Norte, na luta da secessão, que termina com a vitória da liberdade e das ideias progressistas da grande nação da América.

RESTABELECENDO A VERDADE

        O Espiritismo vinha, desse modo, na hora psicológica das grandes transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse o fruto sagrado de quantos trabalharam e sofreram no esforço penoso da civilização.
 Com as provas da sobrevivência, vinha reabilitar o Cristianismo que a Igreja deturpara, semeando, de novo, os eternos ensinamentos do Cristo no coração dos homens. Com as verdades da reencarnação, veio explicar o absurdo das teorias igualitárias absolutas, cooperando na restauração do verdadeiro caminho do progresso humano.
 Enquadrando o socialismo nos postulados cristãos, não se ilude com as reformas exteriores para concluir que a única renovação apreciável é a do homem íntimo, célula viva do organismo social de todos os tempos, pugnando pela intensificação dos movimentos educativos da criatura, à luz eterna do Evangelho do Cristo. Ensinando a lei das compensações no caminho da redenção e das provas do indivíduo e da coletividade, estabelece o regime da responsabilidade, em que cada espírito deve enriquecer a catalogação dos seus próprios valores. Não se engana com as utopias da igualdade absoluta, em vista dos conhecimentos da lei do esforço e do trabalho individual, e não se transforma em instrumento de opressão dos magnatas da economia e do poder, por consciente dos imperativos da solidariedade humana.
 Despreocupado de todas as revoluções, porque somente a evolução é o seu campo de atividade e de experiência, distante de todas as guerras pela compreensão dos laços fraternos que reúnem a comunidade universal, ensina a fraternidade legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias extremistas.
 Nestes tempos dolorosos em que as mais penosas transições se anunciam ao espírito do homem, só o Espiritismo pode representar o valor moral onde se encontre o apoio necessário à edificação do porvir. 
Enquanto os utopistas da reforma exterior se entregam à tutela de ditadores impiedosos, como os da Rússia e da Alemanha, em suas sinistras aventuras revolucionárias, prossegue ele, o Espiritismo, a sua obra educativa junto das classes intelectuais e das massas anônimas e sofredoras, preparando o mundo de amanhã com as luzes imorredouras da lição do Cristo.

LUTAS RENOVADORAS

        O século 20 surgiu no horizonte do globo qual arena ampla de lutas renovadoras. As teorias sociais continuam seu caminho, tocando muitas vezes a curva tenebrosa do extremismo, mas as revelações do além-túmulo descem às almas, como orvalho imaterial, preludiando a paz e a luz de uma nova era.
 Numerosas transformações são aguardadas e o Espiritismo esclarece os corações, renovando a personalidade espiritual das criaturas para o futuro que se aproxima.
 As guerras russo-japonesa e a europeia de 1914 a 1918 foram pródromos de uma luta maior, que não vem muito longe, e dentro da qual o planeta alijará todos os espíritos rebeldes e galvanizados no crime, que não souberam aproveitar a dádiva de numerosos milênios, no patrimônio sagrado do tempo.
 Então a Terra, como aquele mundo longínquo da Capela, ver-se-á livre das entidades endurecidas no mal, porque o homem da radiotelefonia e do transatlântico precisa de alma e sentimento, a fim de não perverter as sagradas conquistas do progresso. Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do amor e da fraternidade sob a égide de Jesus, cuja misericórdia é o verbo de vida e luz, desde o princípio.
 Época de lutas amargas, desde os primeiros anos deste século a guerra se aninhou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. A Liga das Nações, o Tratado de Versalhes, bem como todos os pactos de segurança da paz, não têm sido senão fenômenos da própria guerra, que somente terminarão com o apogeu dessas lutas fratricidas, no processo de seleção final das expressões espirituais da vida terrestre.

A AMÉRICA E O FUTURO

        Embora compelida a participar das lutas próximas, pelo determinismo das circunstâncias de sua vida política, a América está destinada a receber o cetro da civilização e da cultura, na orientação dos povos porvindouros.
 Em torno dos seus celeiros econômicos, reunir-se-ão as experiências europeias, aproveitando o esforço penoso dos que tombaram na obra da civilização do Ocidente para a edificação do homem espiritual, que há de sobrepor-se ao homem físico do planeta, no pleno conhecimento dos grandes problemas do ser e do destino.
 Para esse desiderato grandioso, apresta-se o plano espiritual, no afã de elucidação dos nobres deveres continentais. O esforço sincero de cooperação no trabalho e de construção da paz não é aí uma utopia, como na Europa saturada de preconceitos multisseculares.
 Nos campos exuberantes do continente americano estão plantadas as sementes de luz da árvore maravilhosa da civilização do futuro.

JESUS

        Há no mundo um movimento inédito de armamentos e munições.
 Teria começado neste momento? Não. A corrida armamentista do século 20 começou antes da luta de Porto Artur, em 1904. As indústrias bélicas atingem culminâncias imprevistas. Os campos estão despovoados. Os homens se recolheram às zonas de concentração militar, esperando o inimigo, sem saber que o adversário está em seu próprio espírito. A Europa e o Oriente constituem um campo vasto de agressão e terrorismo, com exceção das Repúblicas Democráticas, que se veem obrigadas a grandes programas de rearmamento, em face do Moloque do extremismo. Onde os valores morais da humanidade? As igrejas estão amordaçadas pelas injunções de ordem econômica e política. Somente o Espiritismo, prescindindo de todas as garantias terrenas, executa o esforço tremendo de manter acesa a luz da crença, nesse barco frágil do homem ignorante do seu glorioso destino, barco que ameaça voltar às correntes da força e da violência, longe das plagas iluminadas da razão, da cultura e do direito.
 Convenhamos em que o esforço do Espiritismo é quase superior às suas próprias forças, mas o mundo não está à disposição dos ditadores terrestres. Jesus é o seu único diretor no plano das realidades imortais, e agora que o mundo se entrega a todas as expectativas angustiosas os espaços mais próximos da Terra se movimentam a favor do restabelecimento da verdade e da paz, a caminho de uma nova era.
 Espíritos abnegados e esclarecidos falam-nos de uma nova reunião da comunidade das potências angélicas do sistema solar, da qual é Jesus um dos membros divinos. Reunir-se-á, de novo, a sociedade celeste, pela terceira vez, na atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de abraçar e redimir a nossa humanidade, decidindo novamente sobre os destinos do nosso mundo.
 Que resultará desse conclave dos anjos do Infinito? Deus o sabe.
  Nas grandes transições do século que passa, aguardemos o seu amor e a sua misericórdia.



Chico Xavier revelaria em 1981 a Geraldinho que essa reunião decorreu em julho de 1969.
 Após insistência de Jesus, os espíritos crísticos aceitaram conceder uma moratória de 50 anos à 
humanidade terrestre que teria que cumprir o principal objetivo de evitar a 3ª Guerra Nuclear até julho de 2019. (Nota: Nuno Emanuel – Fonte: “Não será em 2012” - Geraldo Lemos Neto / Marlene Nobre)

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UM  NOVO  CICLO  EVOLUTIVO

        Interpelamos os mestres que nos dirigem sobre os quadros dolorosos a que vimos assistindo, com infinita mágoa, em virtude das derradeiras lutas fratricidas que se vêm desenrolando na superfície do planeta. E os nossos venerandos mentores espirituais sempre nos elucidam, explicando que a Terra se acha em vias de conhecer um novo ciclo evolutivo.
 Explicam-nos, então, que esses movimentos objetivam não só o cumprimento exato das provações individuais e coletivas dos homens e dos povos, como também representam um trabalho de drenagem sobre as multidões humanas, selecionando as almas então encarnadas nesse mundo.

AS  CORRENTES  MIGRATÓRIAS

       Os nossos mestres nos falaram das grandes correntes migratórias que modificam as civilizações, asseverando que o mundo atual se encontra à beira desses movimentos inevitáveis. Compreendemos, então, que todos os progressos da civilização terrestre dependem da economia, sobre cuja base repousa todo o edifício da organização social.
 Soubemos assim que, em tempos remotíssimos, quando o planeta se encontrava em véspera de inaugurar nova posição progressiva, ocorreu o deslocamento das raças arianas que invadiram os territórios europeus. O congestionamento de certos países, o problema da economia regulamentada, a necessidade de expansão que muitas nacionalidades experimentam nos tempos modernos constituem uma determinação desesperada dessas corrente migratórias, cuja passagem é assinalada por guerras destruidoras, ensaiando novas soluções para as magnas questões da vida coletiva.
 Afirmam, portanto, os nossos guias que apenas começamos a presenciar os grandes acontecimentos que, fatalmente, terão de ocorrer nos anos vindouros. As raças amarelas e determinados núcleos da civilização ocidental requerem expansão e nova fonte econômica para a solução dos problemas que os assoberbam; e, nesses dolorosos movimentos, mas necessários, a humanidade se depura, aperfeiçoando-se cada vez mais para o seu glorioso futuro espiritual. Reconhecendo-se embora tudo isso, para as almas dotadas de pouca experiência, com respeito a esses enigmas dos povos, os quadros isolados, como nos é dado conhecer, são profundamente angustiosos.
  Mas a dor, a dor soberana que aí na Terra dobra toda a cerviz e subjuga todas as frontes, essa está igualmente aqui conosco, na aquisição de ensinamentos, exercendo a sua função de remodelar e de aperfeiçoar  toda a glória suprema da vida. Todavia, Senhor, vós que sois a grandeza e a misericórdia suprema do Universo, estendei as vossas mãos magnânimas para a Terra, mansão de sombras e de provações, onde irmãos nossos se entregam ao mais proveitoso dos aprendizados.

 Dá-lhes fortaleza de ânimo e resignação nos embates contra a adversidade dolorosa, alçando os seus olhos para os vossos impérios resplandecentes, onde compreendemos as luminosas afirmações da vida espiritual.

  Protegei-me a todos, Senhor, integrando as suas consciências no caminho retilíneo da salvação e os seus entendimentos na compreensão profunda das vossas leis. Que a Terra conheça a nova era do amor e da fraternidade espiritual. [114 - páginas 133 / 135] - Maria de São João de Deus (mãe de Chico Xavier) – 1932

Em 1932, através do capítulo acima UM  NOVO CICLO EVOLUTIVO, Maria de São João de Deus (mãe de Chico Xavier), informa: "Nossos venerandos mentores espirituais sempre nos elucidam explicando que a Terra se acha em vias de conhecer um novo ciclo evolutivo. Explicam-nos, então, que esses movimentos objetivam não só o cumprimento exato das provações individuais e coletivas dos homens e dos povos, como também representam um trabalho de drenagem sobre as multidões humanas, selecionando as almas então encarnadas nesse mundo"  e, através do capítulo AS CORRENTES MIGRATóRIAS, informa: "Afirmam, portanto, os nossos guias que apenas começamos a presenciar os grandes acontecimentos que, fatalmente, terão de ocorrer nos anos vindouros."

        Em 1938, no capítulo acima LUTAS RENOVADORAS, Emmanuel informa: "As guerras russo-japonesa e a europeia de 1914 a 1918 foram pródromos de uma luta maior, que não vem muito longe, dentro da qual o planeta alijará todos os espíritos rebeldes e galvanizados no crime, que não souberam aproveitar a dádiva de numerosos milênios no patrimônio sagrado do tempo."
 

        E, em 1971, conforme capítulos do livro PLANTãO DE RESPOSTAS, transcritos abaixo, Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057.

 Portanto, com base nessas informações supracitadas, entendemos que o processo de "TRANSIÇÃO DE PLANETA DE PROVAS E EXPIAÇÕES PARA O DE REGENERAÇÃO" teve início com a Segunda Guerra Mundial e deve estar concluído por volta de 2057.

        Esta magnífica obra "A CAMINHO DA LUZ" não se limita a um simples registro histórico, apenas, mas, sobretudo, tem como finalidade precípua a demonstração do ciclo evolutivo a caminho da regeneração. Podemos concluir, também, que Francisco Cândido Xavier é um dos principais missionários enviado à Terra, no início desse período de transição para ratificar e complementar todas as informações necessárias, a fim de que possamos trabalhar em prol do nossos semelhantes e na iluminação do nosso íntimo, "finalidade divina do Espiritismo".

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Livro "PLANTÃO DE RESPOSTAS" referente ao programa de televisao em dezembro de 1971 - "PINGA FOGO (II)".

Capítulos do livro “Plantão de Respostas “ - Emmanuel / Francisco Cândido Xavier

    •    CONDIÇÕES DO PLANETA (I)

Pergunta: O que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transformação do planeta de provas e expiações para o de regeneração?

Resposta: Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências.

 Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este é o caminho.

    •    CONDIÇÕES DO PLANETA (II)

Pergunta: Qual a classificação do planeta Terra na hierarquia universal? É verdade que a humanidade se encontra ainda no estágio animal e não hominal?

Resposta: Planeta de prova e expiação. Segundo Allan Kardec, a Terra deixará de ser um mundo de dor, de provas e de expiações para ser um mundo de regeneração, de reequilíbrio, de felicidade. Encontramo-nos em processo de evolução. 

Encarnado no corpo do homem, o espírito lhe traz o princípio intelectual e moral que o torna superior aos animais. Purificando-se, o espírito se liberta pouco a pouco da influência da matéria. Sob essa influência aproxima-se do bruto, mas não deixa de pertencer ao reino hominal. Isento dela, elevar-se-á à sua verdadeira destinação, ou seja, a de espírito puro.
  
Digitado Por: Lúcia Aydir.
 
Pergunta ao Chico: O que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transição de planeta de provas e expiações para o de regeneração?

Resposta: Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências. Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057. Cabe, a cada um, longa e árdua tarefa de ascensão. Trabalho e amor ao próximo com Jesus, esse é o caminho. Jesus também disse que o começo do fim é quando os filhos começarem a matar os pais e os pais a matar os filhos. Aproxima-se o tempo em que se devem realizar as coisas anunciadas para a transformação da humanidade.

Ditosos serão os que tiverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade. Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tenham esperado.

Ditosos os que houverem dito a seus irmãos: Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre terminada a obra, porquanto o Senhor lhes dirá: 'Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio às vossas rivalidades e às vossas discórdias, a fim de que dai não viesse dano para a obra!' Mas infelizes os que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! "

Estão próximos os tempos, repito-o, em que nesse planeta reinará a grande fraternidade, todos os espíritos impuros e revoltados serão relegados para mundos inferiores, de acordo com as suas inclinações. 

Amai-vos, pois, como filhos do mesmo Pai; não estabeleçais diferenças entre os outros infelizes, porquanto quer Deus que todos sejam iguais; a ninguém desprezeis. Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como criaturas, que são, de Deus, às quais o perdão e a misericórdia serão concedidos, se arrependerem, como também a vós, pelas faltas que cometeis contra sua Lei. Ignorais que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza e que o mundo nem sequer como faltas leves considera?

http://www.programatransicao.tv.br/programas/programa54.html


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A GÊNESE – Allan Kardec
 - Federação Espírita Brasileira, tradução de Guillon Ribeiro da 5ª Edição Francesa - 33ª edição brasileira.


    •    Cap XVIII - Sinais dos Tempos: Item 8 - 

"Quando se vos diz que a humanidade chegou a um período de transformação, que a Terra tem que se elevar na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas palavras; vede, ao contrário, a execução de uma das grandes leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda a má vontade humana" - ARAGO
 
    •    Cap XVIII - Sinais dos Tempos: Item 10 - (...) Anunciando a época de renovação que se havia de abrir para a humanidade e determinar o fim do velho mundo,  a Jesus, pois, foi lícito dizer que ela se assinalaria por fenômenos extraordinários, tremores de terra, flagelos diversos, sinais do céu, que mais não são do que meteoros, sem ab-rogação das leis naturais. O vulgo, porém, ignorante, viu nessas palavras a predição de fatos miraculosos. (...) - ALLAN KARDEC

    •    Cap XVIII - Sinais dos Tempos: Item 34 - Opera-se presentemente um desses movimentos gerais a realizar uma remodelação da humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos germens (...) - ALLAN KARDEC

http://www.umanovaera.com/planeta_x_parte_2.htm
 

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Cap. 17 – item 9

Dr. Barry: “Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por isso não deixa de ser rigorosa verdade, é que o mundo dos espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções. Nada tem isso de surpreendente, para quem sabe que os espíritos fazem corpo com a humanidade; que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois, natural se interessem pelos movimentos que se operam entre os homens. Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mundo invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós.  À agitação dos encarnados e desencarnados se juntam às vezes, e frequentemente mesmo, já que tudo se conjuga em a Natureza, as perturbações dos elementos físicos. Dá-se então, durante algum tempo, verdadeira confusão geral, mas que passa como furacão, após o qual o Céu volta a estar sereno, e a humanidade, reconstituída sobre novas bases, imbuída de novas ideias, começa a percorrer nova etapa de progresso... É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá e dará frutos. Trabalhais, portanto, mais para o futuro, do que para o presente. Era, porém, necessário que esses trabalhos se preparassem antecipadamente, porque eles traçam as sendas da regeneração, pela unificação e racionalidade das crenças. Ditosos os que deles aproveitam desde já. Tantas penas se pouparão esses, quantos forem os proveitos que deles aufiram”.
 

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Texto retirado da revista Reformador Fev/2006

         ... Diante do que foi exposto, retornemos ao trabalho que publicamos em Reformador de agosto de 1992, quando inserimos em seu contexto a mensagem do espírito Demeure, da qual, mais uma vez, extraímos agora o trecho a seguir, por considerarmos oportunas suas palavras:

    •    (...) Cada dia mais entramos no período transitório, que deve trazer a transformação orgânica da Terra e a regeneração de seus habitantes. 
Os flagelos são instrumentos de que se serve o grande cirurgião do Universo para extirpar do mundo, destinado a marchar para a frente, os elementos gangrenados que nele provocam desordens incompatíveis com o seu novo estado. Cada órgão ou, para melhor dizer, cada região será, passo a passo, batida por flagelos de naturezas diversas. Aqui a epidemia sob todas as suas formas; ali, a guerra, a fome. Cada um deve, pois, preparar-se para suportar a prova nas melhores condições possíveis, melhorando-se e se instruindo, a fim de não ser surpreendido de improviso. Já algumas regiões foram provadas, mas seus habitantes estariam em completo erro se se fiassem na era de calma, que vai suceder à tempestade, para recair nos seus antigos erros. Há um período de mora, que lhes é concedido, para entrarem num caminho melhor. Se não o aproveitarem, o instrumento de morte os experimentará até os trazer ao arrependimento.2
2 Esta mensagem foi recebida em 23/10/1868 na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e publicada na Revista Espírita em seu número de novembro do mesmo ano.

http://www.espirito.org.br/portal/download/pdf/reformador-2006-02.pdf

O espírito Demeure, citado acima, é o Dr. Demeure, médico de Allan Kardec. É um daqueles que não dormiu logo após a morte.

    •    Ver página http://www.guia.heu.nom.br/consciencias_que_dormitam.htm

    •    Ver, também, I CORíNTIOS, Capítulo 15, Versículo 51, na página http://www.guia.heu.nom.br/apos_a_morte.htm


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  MATEUS [5]
    •    1 Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e tendo se assentado aproximaram-se os seus discípulos,
    •    2 e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
    •    3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
    •    4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
    •    5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. (Ficarão no planeta de regeneração, não sendo banidos como outros que não aproveitaram sua derradeira oportunidade aqui)
    •    6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.
    •    7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
    •    8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
    •    9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
    •    10 Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
    •    11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram, e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
 

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O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec - 
Capítulo XX - OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
 Item 5 - Os obreiros do Senhor

Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da humanidade.

Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado.

Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: "Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra", porquanto o Senhor lhes dirá: "Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!"

Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Clamarão: "Graça! graça!" O Senhor, porém, lhes dirá: "Como implorais graças, vós que não tivestes piedade dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da Terra."

Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: "Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.)

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 O Evangelho segundo o Espiritismo
 - Capítulo III - HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI
 - Item 4 - DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS HABITADOS

        Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue:

    •    mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana;
    •    mundos de expiação e provas, onde domina o mal;
    •    mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar, haurem novas forças, repousando das fadigas da luta;
    •    mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal;
    •    mundos celestes ou divinos, habitações de espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem.

        A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas e é por isso que o homem nela é alvo de tantas misérias.



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Chico Xavier fala sobre a transição planetária

        A conversa abaixo ocorreu no dia 5 de janeiro de 1954.

    •    Pergunta: – Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que se avizinha, segundo a predição de Ramatis?

    •    Chico Xavier: – Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto alusivo à aproximação de um planeta ou de planetas, da zona – ou melhor da aura da Terra – deve, naturalmente, basear-se em estudos científicos, que possam saciar a curiosidade construtiva das novas gerações renascentes no mundo. (Ver: Planeta X)

 O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração da ciência e da observação de nossos dias. Razão por que pede ele que não nos detenhamos na expressão física dos acontecimentos que se vizinham, para marcar maiores acontecimentos – acontecimentos esses de natureza espetacular – na transformação do plano em que estamos estagiando, no presente século.

 Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências matemáticas, serão portadoras, naturalmente, de ilações, conclusões da mais alta importância para os nossos destinos, no futuro próximo.

    •    Pergunta: – Pode Emmanuel dizer-nos algo a respeito da verticalização do eixo da Terra e das transformações que esta sofrerá, segundo Ramatis?

    •    Chico Xavier: – Afirma nosso orientador espiritual que não podemos esquecer que a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui os seus grandes períodos de atividade e de repouso. Cada período de atividade e cada período de repouso da MATéRIA PLANETáRIA, que hoje representa o alicerce de nossa morada temporária, pode ser calculado, cada um, em duzentos e sessenta mil (260.000) anos. Atravessando o período de repouso da matéria terrestre a vida se reorganiza, enxameando de novo, nos vários departamentos do planeta, representando, assim, novos caminhos para a evolução das almas.

 Assim sendo, os GRANDES INSTRUTORES da humanidade, nos PLANOS SUPERIORES, consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil anos são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada.

 Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças que, como grandes quadros, enfeixam assuntos e serviços, que dizem respeito à evolução do espírito domiciliado na Terra.

 Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa casa planetária, temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos.

 Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra, cujos traços se perderam, por causa de seu primitivismo.

 Logo em seguida, podemos considerar a grande raça lemuriana, como portadora de uma inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos, nos domínios do espírito.

 Após a raça lemuriana – em seguida aos 28.000 anos de trabalho lemuriano propriamente considerado – chegamos ao grande período da raça atlântica, era doutros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual a inteligência do mundo se elevou de maneira considerável.

 Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça ariana.

 Podemos considerar essas raças como grandes ciclos de serviços em que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa permanência na crosta do planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de nossas grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros. 

Assim considerando, será mais significativo e mais acertado, para nós, venhamos a estudar a transformação atual da Terra sob um ponto de vida moral, para que o serviço espiritual, confiado às nossas mãos e aos nossos esforços, não se perca em considerações, que podem sofrer grandes alterações, grandes desvios; porque o serviço interpretativo da filosofia e da ciência está invariavelmente subordinado ao Pensamento Divino, cuja grandeza não podemos perscrutar.

 Cabe-nos, então, sentir, e, mais ainda, reconhecer, que os fenômenos da vida moderna e as modificações que nosso “habitat” terreal vem apresentando nos indicam a vizinhança de atividades renovadoras, de considerável extensão.

 Daí esse afluxo de revelações da vida extra-terrestre, incluindo sobre as cogitações dos homens; esses apelos reiterados, do mundo dos espíritos; essa manifestação ostensiva, daqueles que, supostamente mortos na Terra, são vivos na eternidade, companheiros dos homens em outras faixas vibratórias do campo em que a humanidade evolui. 

Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da vida espiritual, devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente século, a urgência do aproveitamento das lições de JESUS. Elas deverao ser apreciadas em si mesmas, e examinadas igualmente no exemplo e no ensinamento de todos aqueles que, em variados setores culturais, políticos e filosóficos do globo – lhe traduzem a vontade divina, que na essência é sempre a nossa jornada para o Supremo Bem.

 *Os termos da comunicação obtida em Curitiba (a “Conexão de Profecias”, de Ramatis) são de admirável conteúdo para a nossa inteligência, de vez que, realmente, todos os fatos alusivos à evolução da Terra, e referentes a todos os eventos, que se relacionam com a nossa peregrinação para a vida mais alta, estão naturalmente planificados, por aqueles MINISTROS de Nosso Senhor JESUS CRISTO; os quais, de acordo com Ele, estabelecem programas de ação para a COLETIVIDADE PLANETáRIA, de modo a facilitar-lhe os vôos para a divina ascensão.

Embora, porém, esta mensagem, por isso mesmo, seja digna de nosso melhor apreço, contudo, na experiência de companheiro mais velho, recomenda-nos nosso orientador espiritual (Emmanuel) um interesse mais efetivo, para a fixação de valores morais em nossa personalidade terrena, de conformidade com os padrões estabelecidos no Evangelho de nosso Divino Mestre. Porque, para nossa inteligência, os fenômenos renovadores da existência que nos cercam têm qualquer coisa sensacional, de surpreendente, nosso coração de inclinar-se, humilde, diante da Majestade do Senhor, que nos concede tantas oportunidades de trabalho, em nós mesmos, a revelação dos grandes acontecimentos porvindouros; novo soerguimento íntimo, novo modo de ser, a fim de que estejamos realmente habilitados a enfrentar valorosamente as lutas que se avizinham de nós, e preparados para desfrutar a Nova Era que, qual bonança depois da tempestade, facilitará nossos círculos evolutivos.

 Será, todavia, muito importante encarecer, que não devemos reclamar, do TERCEIRO MILêNIO, uma transformação absolutamente radical, nos processos que caracterizam, por enquanto, a nossa vida terrestre.

 O prazo de 47 anos é diminuto, para sanar os desequilíbrios morais, de tantos séculos, em que o nosso campo coletivo e individual adquiriu tantos débitos, diante da sabedoria e diante do amor, que incessantemente apelam para nossa alma, no sentido de nos levantarmos, para uma clima mais aprimorado da existência.

 Não podemos esquecer, que grandes imensidades territoriais, na América, na áfrica e na ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho. Não podemos olvidar, também, que a Europa, superalfabetizada, se encontra num karma de débitos clamorosos, à frente da LEI, em doloroso expectação, para o reajuste moral, que Ihe é necessário.

 Aqui mesmo, no Brasil, numa nação com capacidade de asilar novecentos (900) milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos de evolução, mal estamos – os espíritos, encarnados na Terra em que temos a bênção de aprender ou recapitular a lição do Evangelho – mal estamos passando das faixas litorâneas.

 Serviços imensos esperam por nossas almas no futuro próximo.

E, se é verdade que devemos aguardar, em nome de Nosso Senhor JESUS CRISTO, condições mais favoráveis para a estabilização da saúde humana, para o acesso mais fácil às fontes da ciência; se nos compete a obrigação de esperar o melhor para o dia de amanhã cabe-nos, igualmente, o dever de não olvidar que, junto desses direitos, responsabilidades constringentes contam conosco, para que o mundo possa, efetivamente, atender ao programa divino, através, não somente da superestrutura do pensamento científico – que é hoje um teto brilhante para os serviços de inteligência do mundo – mas também, através de nossos corações, chamados a plasmar uma vida, que seja realmente digna de ser vivida por aqueles que nos sucederão nos tempos duros; entre os quais, naturalmente, milhões de nós os reencarnados de agora, formaremos, de novo, como trabalhadores que voltam para o prosseguimento da tarefa de auto acrisolamento, para a ascensão sublime, que o Senhor nos reserva.

 Considerando, assim, a questão sob este prisma, cabe-nos contar com o concurso da ciência, no setor das observações de ordem material; com a evolução dos instrumentos de óptica; com o avanço dos processos de exame, na esfera da QUíMICA PLANETáRIA, na qual os mundos podem ser analisados, como áTOMOS DA AMPLIDãO DE UNIVERSOS, que se sucedem uns aos outros, no infinito da Vida.

 Será lícito, então, esperar que certas afirmativas, referentes a vida material, se positivem satisfatoriamente, para mais altas concepções da MENTE PLANETáRIA; de vez que, muito breve, o homem estará ligado à glória da RELIGIãO CóSMICA, da religião do amor e da sabedoria, que o CRISTIANISMO RENASCENTE, no Espiritismo de hoje, edificará para a humanidade, ajustando-a ao concerto de bênçãos, que o grande porvir nos reserva. (Ver: Planeta X)

    •    Pergunta: – Foi, de fato, há 37.000 anos que submergiu a Atlântida?

    •    Chico Xavier: – Diz nosso smigo (Emmanuel) que o cálculo é, aproximadamente, certo, considerando-se que as últimas ilhas, que guardavam os remanescentes da civilização atlântida, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos, antes da Grécia de Sócrates.

    •    Pergunta: * – Acha nosso irmão que a mensagem de Ramatis deva ser divulgada com amplitude?

    •    Chico Xavier: – Diz nosso orientador que a mensagem é de elevado teor… E todo trabalho organizado com o respeito, com o carinho e com a dignidade, dentro dos quais essa mensagem se apresenta, merece a nossa mais ampla consideração, de vez que todos nós, em todos os setores, somos estudiosos, que devemos permutar as nossas experiências e as nossas conclusões para a assimilação do progresso, com mais facilidade em favor de nós mesmos.

* grifo de MCesar


Re
vista Boa Vontade, Ano 1, nº 4 – Outubro de 1956.


http://porque2012.blogspot.com/2009/06/chico-xavier-fala-sobre-transicao.html




A mensagem acima reproduzida contém a íntegra de uma entrevista realizada com o médium Francisco Cândido Xavier e seu instrutor espiritual chamado Emmanuel, publicada pela “Revista Espírita Allan Kardec”, em sua edição de nº 43.

 Logo que apareceram as primeiras publicações da “Conexão de Profecias*”, de Ramatis (atualmente com o nome “Mensagens do Astral”), fomos a Pedro Leopoldo, a fim de ouvir a palavra autorizada de Emmanuel, através daquele aparelho maravilhoso que é Francisco Cândido Xavier. Isso porque o que era dito pelo espirito de Ramatis parecia-nos perfeitamente lógico. Mas como constituía novidade não queríamos aceitar de pronto algo que não passasse pelo crivo de várias manifestações mediúnicas, através de diversos aparelhos. *Obs. Hoje com o título: “Mensagens do Astral”. 

Dessa forma, munidos do aparelho de gravação em fita, fomos atendidos gentilmente pelo médium, que respondeu às perguntas que fazíamos, repetindo as palavras da resposta, que eram ditadas por Emmanuel. A gravação foi feita no dia 5 de janeiro de 1954. Conservamos até hoje o rolo gravado em nosso poder.


http://luzdecuraeamor.blogs.sapo.pt/236456.html

 

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    •    Pergunta feita por Salvador Gentile ao Dr. Elias Barbosa: Como o senhor entende a afirmativa que fazem de que os tempos estão chegados? Quais os sinais que o Senhor pode nos mencionar a esse respeito?

    •    DR. ELIAS: Eu gostaria que o nosso prezado Chico respondesse a essa pergunta, por gentileza.
 
    •    CHICO: Segundo Emmanuel, os tempos são, naturalmente chegados, para que nós, por dentro de nós, façamos um compromisso real, efetivo, de renovação íntima, valorizando o tempo, na pauta dos conhecimentos superiores que já possuímos.

 Se aproveitássemos dez ou vinte por cento em trabalho, dos conhecimentos elevados de que já somos detentores, principalmente nós outros, os espíritas-cristãos, certamente que os tempos estariam chegados, para muita felicidade na Terra, começando, esta felicidade, em nós mesmos.

Isso, porém, não é fácil. Construir por fora foi sempre algo fácil, mas edificar por dentro de nós as qualidades superiores que nos converterão em espíritos realmente enobrecidos, é muito difícil.

Os tempos são chegados para que venhamos a perceber isso com mais clareza.

 Trabalhar e trabalhar pelo bem de todos, é o programa da criatura, em todos os tempos, de modo a penetrar no entendimento e na execução das Leis de Deus [118 - questão 48] 

Emmanuel - Entrevista realizada no Instituto de Difusão Espírita, em Araras, SP, por Salvador Gentile, a 5 de dezembro de 1971, quando da visita do médium para uma tarde de autógrafos.

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Capítulos do livro "CHICO XAVIER PEDE LICENçA"


CASA EM REFORMA

        Calamidades, flagelos, conflitos, lutas, provas!... Os quadros do mundo moderno, porém, não expressam retorno ao primitivismo ou exaltação da animalidade. Achamo-nos em plena via de burilamento e progresso. A Terra assemelha-se hoje a casa em reforma. Tudo ou quase tudo aparentemente desajustado para a justa rearmonização. 
Na altura atual dos conhecimentos humanos não será recomendável uma revisão de valores por parte homem, considerando-se o homem na sua condição de espírito imperecível? Conceitos enunciados pela civilização cristã, em quase vinte séculos, são agora testados, acordando as criaturas para a responsabilidade de viver nos padrões da imortalidade que nos é própria.

***

        Desnível espiritual na família, criando perturbações, compelem aqueles que a integram para a conscientização da regra de ouro. Abre-se mais amplamente a escola da experiência, a fim de que aprendamos a respeitar os entes queridos, tanto quanto anelamos ser respeitados. 
Desentendimentos aqui e além requisitam a presença de construtores da segurança geral. Matriculemo-nos na concorrência ao título de pacificadores. Incompreensões se alongam em todos os caminhos, com acusações recíprocas entre grupos e pessoas. 
Salienta-se o ensejo de mecanizarmos o perdão, imunizando-nos contra revide ou ressentimento. A felicidade e a paz nos processos de vivência comum reclamam a abnegação de quantos se declaram a favor do mundo melhor. Surpreendemos nisso expressivo concurso de valores pessoais, lançado aos cultivadores do bem, na base da legenda evangélica: "Quem deseja ser o maior que se faça o servidor de todos".

***

        Ergamo-nos para a vida sustentando a luz da esperança. Evidentemente não temos a moradia planetária sob sentença de extermínio. 
Continuamos todos resguardados pelo equilíbrio das leis universais. 
O que existe presentemente na Terra é o chamamento cada vez mais vivo ao testemunho individual de compreensão e aperfeiçoamento, com multiplicadas oportunidades de trabalho em louvor de nossa própria renovação.

……………

A FAMÍLIA ESTÁ CRESCENDO

Irmão Saulo

        Ao enviar-nos a mensagem “Casa em Reforma”, de Emmanuel, Chico Xavier nos conta o seguinte: “Foi recebida em nossa reunião pública. Em conjunto, estudávamos a questão 737 de “O Livro dos Espíritos”. O salão estava repleto de nossos irmãos procedentes de outras cidades. Antes da prece inicial o assunto dominante era a situação presente da Terra, com tantas crises e desarmonias a conturbá-la. Aberto o livro de Allan Kardec os comentários estenderam-se e o nosso amigo da Espiritualidade escreveu a página de fé e otimismo que lhe envio às mãos”. A questão 737 de “O Livro dos Espíritos”, colocada por Kardec, é esta: “Com que objetivo Deus castiga a humanidade com calamidades destruidoras?” E a resposta dos espíritos começa assim: “Para que ela avance mais rápido”. A seguir os espíritos explicam o problema da evolução humana. Somos criaturas espirituais em desenvolvimento. Nascemos do princípio inteligente que é uma substância fundamental do Universo e à maneira da semente que germina na terra germinamos e crescemos na carne. Esse processo de desenvolvimento é o processo de criação explicado na Bíblia: Deus fez o homem do limo da terra e submete-nos a dificuldades e dores individuais e coletivas.  O homem, como adverte o cientista espírita inglês Sir Oliver Lodge, não é um ser acabado, mas ainda em formação. A nossa humanidade terrena é uma parcela mínima da humanidade cósmica. A Terra assemelha-se agora a uma casa que era habitada por uma família de cinco pessoas: pai, mãe e três filhos. Mas acontece que os filhos casaram e tiveram filhos, e que estes também cresceram e se multiplicaram. Para acomodar a todos é necessário reformar a casa, ampliá-la, melhorá-la. A população atual da Terra ultrapassa em número a soma de todas as populações anteriores que conhecemos. A família cresceu e os problemas aumentaram. 
Mas tudo isso acontece porque o nosso planeta está passando do plano inferior em que ainda se acha para um plano mais elevado; é a lei de evolução que se cumpre e não devemos dar ouvidos aos pregoeiros da destruição e da desgraça. É natural que nos inquietemos, mas não é justo que esqueçamos o Poder Supremo que nos dirige. Confiemos em Deus e nos seus desígnios.

Livro “Chico Xavier pede licença” - Psicografia Francisco C. Xavier - Autores diversos.

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Do livro "RELIGIãO DOS ESPíRITOS", ditado pelo espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier.


Capítulo 63 - Na grande transição - 
Reunião pública de 11/09/1959 | Questão nº 155


        Por muitas sejam as tuas dores, repara o mundo em que a Divina Bondade te situa a existência e deixa que a vida te renove a esperança.
 Tudo é serviço por toda parte.
 Apesar dos profetas do pessimismo, vulcões ameaçadores transformam-se, na hora da tempestade, em lagos volantes, acalentando a gleba sedenta; fontes de longo curso atravessam as garras pontiagudas da rocha, convertendo-se em padrão de pureza; pântanos drenados deitam messes de reconforto e árvores podadas multiplicam a produção.
 Todas as energias que sustentam a Terra esquecem todo o mal, buscando todo o bem.
 Dir-se-ia que o próprio Senhor criou a noite como exaustor das inquietações do dia, para que o homem, cada manhã, consiga reaprender e recomeçar.
 Colocado, assim, no trono da razão, ante os elementos inferiores que te servem, humildes, olvida a sombra para que a luz te favoreça.
 Ouve a própria consciência, seja qual for a ideia religiosa a que te filias, e perceberás que nasceste para realizar o melhor.
 E quem realiza o melhor desconhece o que exprima ofensa ou descaridade, porque a ofensa é espinho da ignorância e a descaridade é chaga da delinquência, que somente a educação e o remédio conseguirão liquidar.
 Tudo aquilo que desfrutas é depósito santo.
 Dotes de espírito e afeições preciosas, autoridade e influência, títulos e haveres são talentos emprestados que devolverás na hora prevista.
 Desse modo, ainda mesmo que a maioria te escarneça o propósito de bem fazer, perdoa sempre e fase o bem que possas.
 O tempo que te traz hoje a oportunidade presente será amanhã o portador do minuto necessário à grande transição que a morte impõe sempre a justos e injustos... E na grande transição o bem que houveres feito, muita vez superando sacrifícios e trevas, ser-te-á o orvalho fecundante depois da nuvem, a água pura acrisolada na pedra, o ramo virente a destacar-se do lodo e o fruto opimo a pender do tronco dilacerado.
 Segue, pois, ao clarão do bem, para que o crepúsculo das forças físicas te descerre a senda estrelada.
 Não digas que tens o lar à feição de penitenciária, que te falta a compreensão alheia, que não dispões de recursos para ajudar ou que sofres inibições invencíveis.
 Recorda que, certo dia, um anjo transfigurado em homem subiu agressivo monte, sentenciado à morte sem culpa, mas, em razão de haver aceitado a cruz, por amor de todos, embora desolado e sozinho, clareou para sempre a rota do mundo inteiro.

Fonte de pesquisa: http://www.guia.heu.nom.br/Transicao_planetaria.html

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Capítulo VI (completo) – II Parte – Há 2.000 anos – Emmanuel/Chico Xavier
 
Alvoradas do reino do Senhor
 
(…) Reportando-nos à dolorosa e comovedora cena do sacrifício dos mártires cristãos, na arena do circo, somos compelidos a acompanhar a entidade de Lívia na sua augusta trajetória para o reino de Jesus. Nunca os horizontes da Terra foram brindados com paisagens de tanta beleza, como as que se abriram nas esferas mais próximas do planeta, quando da partida em massa dos primeiros apóstolos do Cristianismo, exterminados pela impiedade humana, nos tempos áureos e gloriosos da consoladora doutrina do Nazareno. Naquele dia, quando as feras famintas estraçalhavam os indefesos adeptos das idéias novas, toda uma legião de espíritos sábios e benevolentes, sob a égide do Divino Mestre, lhes rodeava os corações dilacerados no martírio, saturando-os de força, resignação e coragem para o supremo testemunho de sua fé. Sobre as nefastas paixões desencadeadas naquela assistência ignorante e impiedosa, desdobravam os poderes do céu o manto infinito de sua misericórdia, e além daquele vozerio sinistro e ensurdecedor havia vozes que abençoavam, proporcionando aos mártires do Senhor uma fonte de suaves e ditosas consolações.

Entardecia já, quando tombavam as últimas vítimas ao choque brutal dos leões furiosos e implacáveis. Abrindo os olhos entre os braços carinhosos do seu velho e generoso amigo, Lívia compreendera, imediatamente, a consumação do angustioso transe. Simeão tinha nos lábios um sorriso divino e lhe acariciava os cabelos, paternalmente, com meiguice e doçura. Estranha emoção vibrava, porém, na alma liberta da esposa do senador, que se viu presa de lágrimas dolorosas. A seu lado notou, com penosa surpresa, os despojos sangrentos do corpo dilacerado e entendeu, embora o seu espanto, o doce mistério da ressurreição espiritual, de que falava Jesus nas suas lições divinas. Desejou falar, de modo a traduzir seus pensamentos mais íntimos e, todavia, tinha o coração repleto de emoções indefiníveis e angustiosas. Aos poucos, notou que da arena ensangüentada se erguiam entidades, qual a sua própria, ensaiando passos vacilantes, amparadas, porém, por criaturas etéreas, aureoladas de graça incomparável, como jamais contemplara em qualquer circunstância da vida. Aos seus olhos desapareceu o cenário colorido e tumultuoso do circo da ignomínia e aos ouvidos não mais ressoaram as gargalhadas irônicas e perversas dos espectadores impiedosos. Notou que do firmamento constelado fluía uma luz misericordiosa e compassiva, afigurando-se-lhe que nova claridade, desconhecida na Terra, se acendera maravilhosamente dentro da noite. Imensa multidão de seres, que lhe pareciam alados, cercava-os a todos, enchendo o ambiente de vibrações divinas. Deslumbrada, viu, então, que entre a Terra e o Céu se formava radioso caminho...

Através de uma esteira de luz intraduzível, que não chegava a ofuscar o brilho caricioso e terno das estrelas que bordavam, cintilando, o azul macio do firmamento, observou novas legiões espirituais que desciam, celeremente, das maravilhosas regiões do Infinito... Empolgados com as sonoridades delicadas daquele ambiente indescritível, seus ouvidos escutaram, então, sublimes melodias do plano invisível, como se, de envolta com liras e flautas, harpas e alaúdes, cantassem no Alto as divinas toutinegras do Paraíso, projetando as alegrias siderais nas paisagens escuras e tristes da Terra... Seu espírito, como que impulsionado por energia misteriosa, conseguiu, então, manifestar as emoções mais íntimas e mais queridas. Abraçando-se ao velho e generoso amigo de Samaria, pôde murmurar, banhada em lágrimas:

- Simeão, meu benfeitor e mestre, roga comigo a Jesus para que esta hora me seja menos dolorosa...

- Sim, filha - respondeu o venerável apóstolo aconchegando-a ao coração, como se o fizesse a uma criança. - O Senhor, na sua infinita misericórdia, reserva o seu carinho a quantos lhe recorrem a magnanimidade, com a fé ardente e sincera do coração!... Acalma o teu espírito porque estás, agora, a caminho do reino do Senhor, destinado aos corações que muito amaram!...

Naquele instante, porém, uma força incompreensível parecia impelir para as Alturas quantos ali se conservavam sem a pesada indumentária da Terra... Lívia sentiu que o terreno lhe faltava e que todo o seu ser volitava em pleno espaço, experimentando estranhas sensações, embora fortemente amparada pelos braços generosos do venerando amigo. Era, de fato, uma radiosa caravana de entidades puríssimas, que se elevava em conjunto, através daquele cintilante caminho traçado de luz, em pleno éter!... Experimentando singulares sensações de leveza, a esposa do senador sentiu-se mergulhada num oceano de vibrações suavíssimas. Todos os companheiros lhe sorriam e, contemplando-os, igualmente amparados pelos mensageiros divinos, ela identificava, um a um, quantos lhe haviam sido irmãos no cárcere, no martírio e na morte infamante. Em dado instante, todavia, como se a memória fosse chamada a todos os pormenores da realidade ambiente, lembrou-se de Ana, sentindo-lhe a falta naquela jornada de glorificação em Jesus Cristo. Bastou que a recordação lhe aflorasse no íntimo para que a voz de Simeão esclarecesse com a proverbial bondade:

- Filha, mais tarde poderás saber tudo... Na tua saudade, porém, inclina-te sempre aos desígnios divinos, inspirados em toda a sabedoria e misericórdia... Não te impressiones com a ausência de Ana neste banquete de alegrias celestiais, porque aprouve a Jesus conservá-la ainda algum tempo na oficina de suas bênçãos, entre as sombras do degredo terrestre...

Lívia ouviu e resignou-se, silenciosa. Reconheceu que seguiam sempre pela mesma estrada maravilhosa, que, a seus olhos, parecia ligar o Céu e a Terra num fraternal amplexo de luz, afigurando-se-lhe que todos os divinos componentes da luminosa caravana flutuavam num movimento de ascensão, em pleno espaço,
demandando regiões gloriosas e desconhecidas. No seio dos elementos aéreos, admirava-se de conservar todo o mecanismo de suas sensações físicas, através do eterizado e radioso caminho. Ao longe, nos abismos do ilimitado, parecia divisar novos firmamentos estrelados, que se multiplicavam maravilhosamente no seio do Infinito, e observava radiações fulgurantes que, por vezes, lhe ofuscavam os olhos deslumbrados... De outras vezes, olhando furtivamente para trás, via um acervo de sombras compactas e movediças, onde se localizavam as esferas de vida na Terra distante. Em ambas as margens do caminho verificou a existência de flores graciosas e perfumadas, como se os lírios terrestres, com expressões mais delicadas, se houvessem transportado aos jardins do Paraíso. A eternidade apresentava-se-lhe com encantos e venturas indizíveis!...

Simeão falava carinhosamente da sua adaptação à vida nova e das belezas sublimadas do reino de Jesus, recordando com alegria as penosas angústias da vida na Terra, quando aos seus ouvidos ecoaram vozes argentinas e harmônicas dos rouxinóis siderais que festejavam, nas Alturas, a redenção dos mártires do Cristianismo, como se estivessem chegando às cercanias de uma nova Galileia, saturada de melodias e perfumes deliciosos, erguida à luz plena do Infinito, como se fosse um ninho de almas santificadas e puras balouçando, aos ventos perfumados de interminável primavera, na árvore maravilhosa e sem fim da Criação... Aquele hino suave e claro, ora se elevava às Alturas em sonoridades prodigiosas, como se fora um incenso sutil das almas procurando o sólio do sempiterno em hosanas de amor, de alegria e de reconhecimento, ora descia em melodias arrebatadoras, demandando as sombras da Terra, como se fosse um brado de fé e esperança em Jesus Cristo, destinado a acordar no mundo os corações mais perversos e mais empedernidos... A linguagem humana não traduz fielmente as harmoniosas vibrações das melodias do Invisível, mas aquele cântico de glória, ao menos palidamente, deve ser lembrado por nós outros como suave reminiscência do Paraíso:

- Glória a Ti, Senhor do Universo, Criador de todas as maravilhas!... É por tua sabedoria inacessível que se acendem as constelações nos abismos do Infinito e é por tua bondade que se desenvolve a erva tenra na crosta escura da Terra!... Por tua grandeza inapreciável e por tua justiça misericordiosa, abre o tempo os seus ilimitados tesouros para as almas!... Por teu amor, sacrossanto e sublime, florescem todos os risos e todas as lágrimas no coração das criaturas!... Abençoa, Senhor do Universo, as sagradas esperanças deste reino. Jesus é para nós o teu Verbo de amor, de paz, de caridade e beleza!... Fortalece as nossas aspirações de cooperar em sua seara santa!… Multiplica as nossas energias e faze chover sobre nós o fogo sagrado da fé, para espalharmos na Terra as divinas sementes do amor de teu filho!… Basta uma gota do orvalho divino de tua misericórdia para que se purifiquem todos os corações, mergulhados no lodo dos crimes e das impenitências terrestres, e basta um raio só do teu poder para que todos os espíritos se convertam ao bem supremo!.. E agora, ó Jesus, Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, recebe as nossas súplicas ardentes e fervorosas! Abençoa, ó Divino Mestre, os que chegam redimidos com o anélito criador de tuas bênçãos sacratíssimas!... Vítimas da perversidade humana, cumpriram, valorosamente, os teus missionários, todas as obrigações que os prendiam ao cárcere do penoso degredo!... O mundo, no torvelinho de suas inquietações e iniquidades, não lhes compreendeu o coração amantíssimo, mas, na tua bondade e misericórdia, abres aos mártires da verdade as portas divinas do teu reino de luz...

Estrofes de profunda beleza espalhavam nas estradas claras e sublimadas do éter universal as bênçãos da paz e das alegrias harmoniosas! Os seres inferiores, das esferas espirituais mais próximas do planeta, recebiam aqueles eflúvios sacrossantos do celeste banquete reservado por Jesus aos mártires da sua doutrina de redenção, como se fossem também convidados pela misericórdia do Divino Mestre, e muitos deles, recebendo no íntimo aquelas vibrações maravilhosas, se converteram para sempre ao amor e ao bem supremos. Harmonias suavíssimas saturavam todas as atmosferas espirituais, derramando sobre a Terra claridades augustas e soberanas. Naquela região de belezas ignotas e prodigiosas, intraduzíveis na pobreza da linguagem humana, Lívia retemperou as forças morais, depois do austero cumprimento de sua missão divina. Ali, compreendeu a extensão do conceito de "muitas moradas", dos ensinamentos de Jesus, contemplando junto de Simeão as mais diversas esferas de trabalho, localizadas nas cercanias da Terra, ou estudando a grandeza dos mundos disseminados pela sabedoria divina no oceano imensurável do éter, na imortalidade. Obedecendo às tendências do seu coração, não se esqueceu das antigas amizades nos círculos espirituais, colocados nas zonas terrestres. Depois de alguns dias de emoções suaves e carinhosas, todos os espíritos, reunidos naquela paisagem luminosa, se prepararam para receber a visita do Senhor, como quando da sua divina presença na bucólica moldura da Galileia. Num dia de rara e indefinível beleza, em que uma claridade de cambiantes divinos entornava saboroso mel de alegria em todos os corações, descia o Cordeiro de Deus da esfera superior de suas glórias sublimes e, tomando a palavra naquele cenáculo de maravilhas, recordava as suas inesquecíveis pregações junto às águas tranquilas do pequeno mar da Galileia. De modo algum se poderia traduzir fielmente, na Terra, a beleza nova da sua palavra eterna, substância de todo o amor, de toda a verdade e de toda a vida, mas constitui para nós um dever, neste escorço, lembrar a sua ilimitada sabedoria, ousando reproduzir, imperfeitamente e de leve, a essência de sua lição divina naquele momento inesquecível. Figurava-se, a todos os presentes, a cópia fiel dos quadros graciosos e claros do Tiberíades. A palavra do Mestre derramava-se no ádito das almas, com sonoridades profundas e misteriosas, enquanto de seus olhos vinha a mesma vibração de misericórdia e de serena majestade.

- Vinde a mim, vós todos que semeastes, com lágrimas e sangue, na vinha celeste do meu reino de amor e verdade!... Nas moradas infinitas do Pai, há luz bastante para dissipar todas as trevas, consolar todas as dores, redimir todas as iniquidades... Glorificai-vos, pois, na sabedoria e no amor de Deus Todo-
Poderoso, vós que já sacudistes o pó das sandálias miseráveis da carne, nos sacrifícios purificadores da Terra! Uma paz soberana vos aguarda, para sempre, no reino dilatado e sem fim, prometido pelas divinas aleluias da Boa Nova, porque não alimentastes outra aspiração no mundo, senão a de procurar o reino de Deus e de sua justiça. Entre a Manjedoura e o Calvário, tracei para as minhas ovelhas o eterno e luminoso caminho... O Evangelho floresce, agora, como a seara imortal e inesgotável das bênçãos divinas. Não descansemos, contudo, meus amados, porque tempo virá na Terra, em que todas as suas lições hão de ser espezinhadas e esquecidas... Depois de longa era de sacrifícios para consolidar-se nas almas, a doutrina da redenção será chamada a esclarecer o governo transitório dos povos; mas o orgulho e a ambição, o despotismo e a crueldade hão-de reviver os abusos nefandos de sua liberdade! O culto  antigo, com as suas ruínas pomposas, buscará restaurar os templos abomináveis do bezerro de ouro. Os preconceitos religiosos, as castas clericais e os falsos sacerdotes restabelecerão novamente o mercado das coisas sagradas, ofendendo o amor e a sabedoria de Nosso Pai, que acalma a onda minúscula no deserto do mar, como enxuga a mais recôndita lágrima da criatura, vertida no silêncio de suas orações ou na dolorosa serenidade de sua amargura indizível!... Soterrando o Evangelho na abominação dos lugares santos, os abusos religiosos não poderão, todavia, sepultar o clarão de minhas verdades, roubando-as ao coração dos homens de boa vontade!... Quando se verificar este eclipse da evolução de meus ensinamentos, nem por isso deixarei de amar intensamente o rebanho das minhas ovelhas tresmalhadas do aprisco!... Das esferas de luz que dominam todos os círculos das atividades terrestres, caminharei com os meus rebeldes tutelados, como outrora entre os corações impiedosos e empedernidos de Israel, que escolhi, um dia, para mensageiro das verdades divinas entre as tribos desgarradas da imensa família humana!... Em nome de Deus Todo-Poderoso, meu Pai e vosso Pai, regozijo-me aqui convosco, pelos galardões espirituais que conquistastes no meu reino de paz, com os vossos sacrifícios abençoados e com as vossas renúncias purificadoras! Numerosos missionários de minha doutrina ainda tombarão, exânimes, na arena da impiedade, mas hão de constituir convosco a caravana apostólica, que nunca mais se dissolverá, amparando todos os trabalhadores que perseverarem até ao fim, no longo caminho da salvação das almas!... Quando a escuridão se fizer mais profunda nos corações da Terra, determinando a utilização de todos os progressos humanos para o extermínio, para a miséria e para a morte, derramarei minha luz sobre toda a carne e todos os que vibrarem com o meu reino e confiarem nas minhas promessas, ouvirão as nossas vozes e apelos santificadores!... Pela sabedoria e pela verdade, dentro das suaves revelações do Consolador, meu verbo se manifestará novamente no mundo, para as criaturas desnorteadas no caminho escabroso, através de vossas lições, que se perpetuarão nas páginas imensas dos séculos do porvir!... Sim! amados meus, porque o dia chegará no qual todas as mentiras humanas hão de ser confundidas pela claridade das revelações do céu. Um sopro poderoso de verdade e vida varrerá toda a Terra, que pagará, então, à evolução dos seus institutos, os mais pesados tributos de sofrimentos e de sangue... Exausto de receber os fluidos venenosos da ignomínia e da iniquidade de seus habitantes, o próprio planeta protestará contra a impenitência dos homens, rasgando as entranhas em dolorosos cataclismos. .. As impiedades terrestres formarão pesadas nuvens de dor que rebentarão, no instante oportuno, em tempestades de lágrimas na face escura da Terra e, então, das claridades da minha misericórdia, contemplarei meu rebanho desditoso e direi como os meus emissários: "Ó Jerusalém, Jerusalém?..." Mas Nosso Pai, que é a sagrada expressão de todo o amor e sabedoria, não quer se perca uma só de suas criaturas, transviadas nas tenebrosas sendas da impiedade!... Trabalharemos com amor, na oficina dos séculos porvindouros, reorganizaremos todos os elementos destruídos, examinaremos detidamente todas as ruínas buscando o material passível de novo aproveitamento e, quando as instituições terrestres reajustarem a sua vida na fraternidade e no bem, na paz e na justiça, depois da seleção natural dos espíritos e dentro das convulsões renovadoras da vida planetária, organizaremos para o mundo um novo ciclo evolutivo, consolidando, com as divinas verdades do Consolador, os progressos definitivos do homem espiritual.

A voz do Mestre parecia encher os âmbitos do próprio Infinito, como se ele a lançasse, qual baliza divina do seu amor, no ilimitado do espaço e do tempo, no seio radioso da Eternidade. Terminando a exposição de suas profecias augustas, sua figura sublimada elevava-se às Alturas, enquanto um oceano de luz azulada, de mistura aos sons de melodias divinas e incomparáveis, invadia aqueles domínios espirituais, com as tonalidades cariciosas das safiras terrestres. Todos os presentes, genuflexos na sua doce emoção, choravam de reconhecimento e alegria, enchendo-se de santificada coragem para as elevadas tarefas que lhes competia levar a efeito, no curso incessante dos séculos. Flores de maravilhoso azul-celeste choviam do Alto sobre todas as frontes, desfazendo-se, todavia, ao tocarem nas delicadas substâncias que formavam o solo daquela paisagem; de soberana harmonia, como se fossem lírios fluidicos, de perfumada neblina. Lívia chorava de comoção indefinível, enquanto Simeão, com seus generosos ensinamentos, a instruía das novas missões de trabalho santificante, que lhe aguardavam a dedicação no plano espiritual.

- Meu amigo - disse ela, entre lágrimas as agonias terrestres são um preço misérrimo para estas recompensas radiosas e imortais!... Se todos os homens tivessem conhecimento direto de semelhantes venturas, não possuiriam outra preocupação além da de buscar o glorioso reino de Deus e de Sua justiça.

- Sim, filha - acrescentou Simeão, como se os seus olhos pousassem serenamente nos quadros do futuro -, um dia, todos os seres da Terra hão de conhecer o Evangelho do Mestre, observando-lhe os ensinos!... Para isso, haveremos de sacrificar-nos pelo Cordeiro de Deus, quantas vezes forem necessárias. Organizaremos avançados postos de trabalho entre as sombras terrestres, buscaremos acordar todos os corações adormecidos nas reencarnações dolorosas para as harmonias sublimes dessas divinas alvoradas!... Se for preciso, voltaremos de novo ao mundo, em missões santificadoras de paz e verdade... Sucumbiremos na cruz infamante, ou daremos o sangue em repasto às feras da ambição e do orgulho, do ódio e da impiedade, que dormitam nas almas dos nossos companheiros da existência terrestre, convertendo todos os corações ao amor de Jesus Cristo!...

Nesse instante, todavia, Lívia notou que um grupo gracioso de entidades angélicas distribuía as graças do Senhor naquela paisagem florida do Infinito, organizada no Além como estância de repouso, recompensando os que haviam partido das angústias terrenas, após o cumprimento de missão divina. Todos os que haviam alcançado a vitória celeste com os seus esforços, nos martírios santificantes, retemperavam agora as forças morais e desejavam conhecer novas esferas de gozo espiritual, novas expressões da vida noutros mundos, recebendo outros conhecimentos nos templos radiosos e sublimes da Eternidade e restabelecendo, ao mesmo tempo, o equilíbrio de suas emoções. Junto à magnanimidade dos mensageiros de Jesus, sublimados planos foram arquitetados. Novos cenários, novas oficinas de estudo, novas emoções no reencontro de afetos inesquecíveis, que haviam antecedido os missionários do Senhor na noite escura e fria da morte. Mas, chegando-lhe a vez de externar seus mais recônditos desejos, a nobre companheira do senador, depois de auscultar os seus sentimentos mais profundos, respondeu, entre lágrimas, ao emissário de Jesus que a interpelava:

- Mensageiro do bem - as maravilhas do reino do Senhor teriam para mim uma nova beleza, se eu pudesse penetrar-lhes a excelsitude, em companhia do coração que é metade do meu, da alma gêmea da minha, que a sabedoria de Deus, em seus profundos e doces mistérios, destinou ao meu modo de ser, desde a aurora dos tempos!... Não desejo menosprezar a glória sublime destas regiões de felicidade e de paz indizíveis, mas, no meio de todas essas alegrias que me rodeiam, sinto saudades da alma que é o complemento da minha própria vida!... Dai-me a graça de voltar às sombras da Terra e erguer, do lodaçal do orgulho e das vaidades impiedosas o companheiro do meu destino!... Permiti que possa protegê-lo em espírito, a fim de um dia trazê-lo aos pés de Jesus, igualmente, de modo que também receba as suas divinas bênçãos!...

A entidade angélica sorriu com profunda compreensão e terna complacência, exclamando:

- Sim, o amor é o laço de luz eterna que une todos os mundos e todos os seres da imensidade; sem ele, a própria Criação Infinita não teria razão de ser, porque Deus é a sua expressão suprema... As perspectivas deslumbrantes das esferas felizes perderiam a divina beleza, se não guardássemos a esperança de participar, um dia, de suas ilimitadas venturas, junto dos nossos bem-amados, que se encontram na Terra ou noutros círculos de provação, do Universo... E, fixando o lúcido olhar nos olhos serenos e fulgurantes de Lívia, continuou como se lhe devassasse os pensamentos mais secretos e mais profundos:

- Conheço toda a tua história e sei de tuas lutas incessantes e redentoras, nas encarnações do passado, justificando assim os teus propósitos de prosseguir, em espírito, trabalhando na Terra pelo aperfeiçoamento daqueles a quem muito amaste!... Também o Cordeiro de Deus, por muito amar a humanidade, não desdenhou a humilhação, o martírio, o sacrifício... Vai, minha filha.  Poderás trabalhar livremente entre as falanges radiosas que operam na face sombria do planeta terrestre. Voltarás aqui, sempre que necessitares de novos esclarecimentos e novas energias. Regressarás junto de Simeão, logo que o desejares. Ampara o teu infeliz companheiro na longa esteira de suas expiações rudes e amargas, mesmo porque o desventurado Públio Lentulus não está longe da sua mais angustiosa provação na atual existência, perdida, infelizmente, pelo seu desmarcado orgulho e pela sua vaidade fria e impiedosa!...

Lívia sentiu-se tomada de indizível emoção em face daquela revelação dolorosa, mas, simultaneamente, externou todo o seu reconhecimento à Misericórdia Divina, na intimidade do seu coração sensível e amoroso. Naquele mesmo dia, em companhia de Simeão, a generosa criatura voltava à Terra, afastando-se provisoriamente daqueles domínios esplendorosos. Através da sua excursão espiritual, sublime e vertiginosa, observou as mesmas perspectivas encantadoras e deslumbrantes do caminho, recebendo, extasiada, elevados ensinamentos do venerando amigo da Samaria.

Em pouco tempo aproximavam-se ambos de larga mancha escura. Já na atmosfera da Terra, Lívia sentiu a singular diversidade da natureza ambiente, experimentando os mais penosos choques fluídicos. Num ápice, notou que se encontravam na mesma Roma da sua infância, da sua juventude e das suas amargas provações. Era meia noite. Todo o hemisfério estava mergulhado nos abismos de sombra. Amparada pelos braços e pela experiência de Simeão, chegou ao seu antigo palácio do Aventino, identificando-lhe os mármores preciosos. Em lá penetrando, Lívia e Simeão se dirigiram imediatamente ao quarto do senador, então iluminado por frouxa claridade. Com exceção das ruas, onde se movimentavam ruidosamente os escravos, nos serviços noturnos de transporte, segundo os costumes do tempo, toda a cidade repousava na sombra. De joelhos, ante a relíquia de Simeão, como de seu recente costume, Públio Lentulus meditava. Seu pensamento descia aos abismos tenebrosos do passado, onde buscava rever, angustiadamente as afeições inesquecíveis que o haviam precedido nas sendas tristes da morte. Fazia mais de um mês que a esposa havia demandado, igualmente, os mistérios do túmulo, em trágicas circunstâncias. Mergulhado nas trevas do seu exílio de amargores e profundas saudades, o orgulhoso patrício serenava as inquietações dolorosas do dia, a fim de melhor consultar os mistérios do ser, do sofrimento e do destino... Em dado instante, quando mais fundas e melancólicas as penosas reminiscências, notou, através do véu de suas lágrimas, que a pequena cruz de madeira como que emitia delicados fios de luz prateada, qual se fora banhada de luar misericordioso e brando.

Públio Lentulus, absorto nas vibrações pesadas e obscuras da carne, não viu a nobre silhueta de sua mulher, que ali se encontrava junto do venerável apóstolo da Samaria, regozijando-se no Senhor, ao verificar as profundas e benéficas modificações espirituais da alma gêmea da sua, na peregrinação iterativa das encarnações terrenas. Tomada de alegria e reconhecimento para com a Providência Divina, Lívia beijou-lhe a fronte num transporte de indefinível ternura, enquanto Simeão erguia aos céus uma prece de amor e agradecimento. O senador não lhes percebeu, diretamente, a presença suave e luminosa, mas no íntimo da alma sentiu-se tocado por uma força nova, ao mesmo tempo que o seu coração dilacerado se viu envolto na luz cariciosa de uma consolação inefável e até então desconhecida. (…)
 
 

Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Nuno Emanuel
28/12/2012
 


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