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Notícia

Chico Xavier sobre o movimento espírita




15 de setembro de 1984


A reunião do dia 15.09.84, como sempre, foi uma festa para os nossos corações. A alegria estava em todos os semblantes. A criançada arrulhava como um bando de aves, falando de renovação e esperança.

Quando o Chico chegou, um coral constituído por muitos caravaneiros improvisou inesquecível canção, que fez vibrar as cordas do sentimento de todos os presentes.

Emocionado, o Chico agradeceu.

Meu Deus, quando será que teremos no mundo mais reuniões como esta, de fraternidade pura... — pensávamos em silêncio.

Logo após a prece inicial, o Chico leu a lição de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" para a tarde, que nos ofertou um trecho do Cap. X — "Bem-aventurados os misericordiosos", no item 15.

Todos colaboraram nos comentários com muita inspiração. Na palavra de todos o perdão foi ressaltado por imperativo da paz que tanto anelamos no mundo em que vivemos.

Uma de nossas companheiras, porém, destacou a seguinte frase: "Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo: perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se tornou melhor."

Baseando-se na referida colocação evangélica, na palavra lúcida de nossa confreira, o Chico solicitou ao Sr. Weaker permissão para também dizer alguma coisa. E, de forma inspirada, proferiu uma leal e fraterna advertência aos que ali estávamos, como também, segundo depreendemos, a todos os irmãos que militam no movimento espírita do Brasil.

Sem maiores delongas, deixando que cada qual retire suas próprias conclusões, passemos à palavra do querido Chico, breve, mas de profunda significação para os que têm "ouvidos de ouvir e olhos de ver".

"Apenas pedimos permissão para reafirmar as definições de nossa irmã, quando ela se deteve na expressão: perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo: perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se tornou melhor". Nós conhecemos, na Doutrina Espírita, uma característica muito interessante — a livre expressão: alguns possuem um guia determinado, outros possuem outros amigos espirituais. E isso causa muita discussão na Doutrina. Da legião dos cristãos nós somos talvez mais discutidora, no campo doutrinário do Evangelho. Outros irmãos não param o pensamento para analisar, mas a comunidade espírita lê bastante e interpreta muito. E nesse interpretar encontramos o antagonismo de uma pessoa para com a outra... As pessoas passam a não ser tolerantes. Dizem: "Gosto muito de fulano, mas não gosto do trabalho que executa". Nós sabemos que a nossa meta é Jesus Cristo, a mesma meta de todos os cristãos. Nós que temos essa faculdade, por enquanto — por enquanto, porque a qualquer hora poderemos ter isso cassado — da livre discussão e da livre opinião, deveríamos anotar este lema: "Desculpar os amigos, de qualquer maneira, de qualquer falta..." Os inimigos estão fora dessa observação, aqueles que se nos fazem adversários estão mais ou menos longe, não dão trabalho à nossa cabeça. Entre nós outros, os amigos entre si, para conduzirmos nossa bandeira para a frente precisamos ser mais amigos uns dos outros; a hora requer que sejamos mais amigos... Se somos considerados minoria, por que nos vamos hostilizar? Ante os muitos milhões, somos poucos... Pelo fato de sermos minoria, deveríamos amar ainda mais os nossos amigos; sabendo que o trabalho deles se altera de dia para dia, como julgar o amigo por atitudes de um dia só? (...) Então, essa tolerância seria para nós uma espécie de cimento de união para sermos, de fato, companheiros uns dos outros, amigos uns dos outros, irmãos uns dos outros... Nós não temos usado com bastante sensatez essa liberdade de opinião irrestrita... E um ponto de vista que emitimos pensando na necessidade de tolerância em nossos grupos. Não é que devemos esquecer os inimigos, não. Também são filhos de Deus. Se estão se aproximando de nós, é nosso dever dialogar com eles. Mas, sobretudo, entre nós outros, os amigos, devemos ter mais união. E uma verdade que gostaríamos que fosse contestável, mas não é... A nossa imprensa, a nossa vida nas instituições nos mostra diferente... Às vezes estamos tão separados a ponto de uma outra autoridade religiosa, de um outro culto dizer: "Os espíritas do Brasil conseguiram um prodígio: conseguiram ser inimigos íntimos..." Precisamos respeitar todos os trabalhos e todos os companheiros."

Enquanto Eurípedes encerrava o culto com uma prece, ficávamos a meditar no quanto seria interessante se essas palavras do nosso Chico fossem ouvidas pelos companheiros espíritas de todo o Brasil.


Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Nuno Emanuel | In: "Chico Xavier à sombra do abacateiro" | Carlos A. Baccelli
27/01/2013
 


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