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Notícia

Alexandre Caroli Rocha entrevista Elias Barbosa sobre Humberto de Campos e Chico Xavier




Chico Xavier e Elias Barbosa na Federação Espírita Brasileira | RJ, em 22 de dezembro de 1972

Elias Barbosa (1934-2011), grande amigo de Chico Xavier, publicou, entre outros livros, “Humberto de Campos e Chico Xavier: a mecânica do estilo”. Em 2006, entrevistei-o por e-mail. Essa entrevista ainda não foi publicada, mas vou deixá-la aqui para o conhecimento de vocês.


Alexandre Caroli Rocha: Você conversava com Chico Xavier a respeito de Humberto de Campos? O médium lhe dava informações sobre o escritor? Ele lhe disse algo sobre o escritor que não conste dos escritos mediúnicos?

Elias Barbosa: Sim, todas as vezes em que ele vinha à minha casa, nas noites de terças-feiras. Dava-me preciosas informações; uma delas sobre quando Humberto de Campos mostrou a Chico Xavier a cena de quando o autor de SEPULTANDO OS MEUS MORTOS chegou ao mundo espiritual, após a sua desencarnação. O local era de beleza infinita e das próprias folhas das plantas divina música brotava. Nada mais me disse que não conste dos escritos mediúnicos.

ACR: Sabe se Chico Xavier se pronunciou sobre a afinidade entre ele, como médium, e o espírito Humberto de Campos? Se não me engano, Emmanuel disse que havia entre os dois uma afinidade muito propícia à comunicação mediúnica.

EB: Por diversas vezes Chico Xavier se referiu à grande afinidade que existia entre ele e o espírito de Humberto de Campos, confirmando o que Emmanuel lhe havia transmitido, inclusive que já eram amigos de existências pregressas, e a importância de serem ambos autodidatas.

ACR: Chico Xavier lhe fez algum comentário sobre a edição crítica que você realizou do "Parnaso de além-túmulo"?

EB: Ele ficou impressionado pela quantidade de informações, como resultado de apenas um ano de pesquisa. Foi grande a sua alegria ao ter oportunidade de ler as poesias escritas pelos vates desencarnados de quando estavam neste mundo. Achou que foi boa a comemoração dos quarenta anos de lançamento do PARNASO DE ALÉM-TÚMULO, em sua nona edição, exatamente no Ano Internacional do Livro, dado pela UNESCO - 1972.

ACR: Sabe se Chico Xavier era leitor de Humberto de Campos?

EB: Não. No meu livro HUMBERTO DE CAMPOS E CHICO XAVIER: A MECÂNICA DO ESTILO, deixei claro que somente a partir de 1956, que eu mesmo consegui percorrer alguns livros do grande beletrista maranhense. Em 1935, o próprio repórter Clementino de Alencar, que o jornal O GLOBO mandou para seguir os passos de Chico Xavier em Pedro Leopoldo, verificou que não existia nenhum livro de Humberto de Campos, ou mesmo uma enciclopédia sequer, na casa do médium.

ACR: Chico Xavier se pronunciou alguma vez sobre a história da senha que Monteiro Lobato e Godofredo Rangel planejavam usar, após a morte de um deles? Esse caso, aliás, foi comentado na crônica “Nota explicativa”, do livro Cartas e crônicas.

EB: Quando conversei com ele sobre este assunto, comentando o que eu havia encontrado num dos dois tomos de A BARCA DE GLEYRE, com cartas de Monteiro Lobato a Godofredo Rangel, nosso inesquecível amigo Chico Xavier guardou absoluto silêncio.

ACR: Acha que, entre as décadas de 1930 e 1970, as psicografias de Chico Xavier assinadas por Humberto de Campos/Irmão X mantiveram a mesma qualidade? Ou houve “altos e baixos”?

EB: Entre as décadas 1930 e 1970, as páginas assinadas por Humberto de Campos/Irmão X, mantiveram a mesma qualidade, por sinal altíssima.

ACR: Você saberia identificar quais as principais fontes históricas utilizadas no livro "Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho"?

EB: Os repórteres que revistaram a casa de Chico Xavier, principalmente depois de 1938, quando saiu a primeira edição do BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO, não encontraram sequer um livro de curso primário que trouxesse algo sobre a História do Brasil. O mesmo aconteceu quando Emmanuel escreveu, através de Chico, o livro A CAMINHO DA LUZ, os referidos repórteres não encontraram nenhuma obra que tratasse da História universal, constatando a inexistência de qualquer enciclopédia em seu poder.

[Comentário: nesta pergunta, eu quis saber se Elias Barbosa havia identificado quais as principais fontes históricas utilizadas pelo autor do livro “Brasil, coração do mundo...”, mas ele entendeu que eu me referia aos conhecimentos que Chico Xavier tinha sobre a historiografia brasileira.]


ACR: Sobre o livro "Boa nova", saberia dizer quais as principais fontes evangélicas utilizadas? Acha que esse livro apresenta novidades confiáveis a respeito da história cristã? Parece que o Chico Xavier tinha um apreço especial pelo "Boa nova".

EB: O livro BOA NOVA, que eu costumo receitar para vários clientes, em meu consultório, com efeito tinha Chico Xavier especial apreço por semelhante obra-prima, exatamente por trazer Jesus até nós, de forma admirável.

ACR: Nos textos mediúnicos de Humberto de Campos, há referências a seus filhos, sua mãe, seus amigos, etc. Não encontrei nenhuma referência à viúva do escritor. Você encontrou alguma?

EB: Somente no livro IRMÃO X, MEU PAI, de Humberto de Campos Filho, pelo que soube já desencarnado, a quem conheci, pessoalmente, em minha casa, na década de setenta, acompanhado de repórteres da extinta revista MANCHETE, é que eu encontrei referências à D. Paquita.

ACR: Sabe quem eram os responsáveis, na FEB, pela leitura dos textos de Chico Xavier/Humberto de Campos, antes de serem publicados? Sabe se cabia à FEB a revisão dos textos? Parece que o presidente Antônio Wantuil de Freitas era um dos responsáveis por esse trabalho.

EB: Os responsáveis pela leitura dos textos de Chico Xavier/Humberto de Campos eram os drs. Antônio Wantuil de Freitas e seu ilustre filho Zêus Wantuil, figuras de alto valor na Federação Espírita Brasileira.

ACR: Foi o autor espiritual quem decidiu começar a assinar Irmão X, após o processo de 1944?

EB: Sim, pelo que o Chico Xavier me disse, certa vez. Creio que Humberto de Campos quis se penitenciar do que escrevera, na Terra, o velho Conselheiro XX, material enfeixado em onze volumes.

ACR: Sabe se ainda há textos de Chico Xavier/Humberto de Campos não publicados?

EB: Até agora, não tive conhecimento de qualquer texto inédito de Chico Xavier/Humberto de Campos.

ACR: Antes de ler esses textos, você já era leitor de Humberto de Campos? Ou conheceu primeiro os textos psicografados e, depois, a obra do escritor “em vida”?

EB: Como deixei claro no meu livro acima citado, somente em julho de 1956 é que pude ler alguns livros de Humberto de Campos, deixados por ele, neste mundo. Desde os meus quinze anos de idade, já havia lido textos de Humberto de Campos através de Chico Xavier.

ACR: Vários textos de Chico Xavier/Humberto de Campos são cartas-respostas. Sabe se existiam mesmo as cartas de leitores anônimos às quais os textos psicografados se referem?

EB: Sim, as cartas-respostas de Humberto de Campos/Irmão X destinavam-se a leitores encarnados, que lhe solicitavam informações sobre assuntos da mais alta importância.

ACR: Em sua opinião, o espírito Humberto de Campos entrevistou, de fato, Judas Iscariotes, Sócrates, D. Pedro II, Marilyn Monroe? Ou ele realizou entrevistas ficcionais, tais como aquelas que ele fazia, “em vida”, em algumas de suas crônicas? Além disso, acha que ele esteve mesmo em Marte?

EB: Em minha opinião, não pode pairar qualquer dúvida sobre as entrevistas feitas pelo espírito de Humberto de Campos a Judas Iscariotes, Sócrates, D. Pedro II e Marilyn Monroe. Por que não poderia o espírito de Humberto de Campos ter visitado o planeta Marte?

(25 de abril de 2006)




Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Alexandre Caroli Rocha | Imagem in: www.harmoniacomflorais.com
04/03/2013
 


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