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Notícia

Vale a pena ouvir Francisco Cândido Xavier falar de si mesmo



Chico Xavier, quem é você?

“(...) sendo eu um cidadão como qualquer outro, pertenço ao gênero humano e não me consta seja de praxe que esta ou aquela pessoa deva explicar quem venha ser, desde que esteja sempre circulando, qual me acontece, no relacionamento comum.

(...) sou uma pessoa como tantas outras, com muitos erros na vida e alguns poucos acertos, sempre alimentando o sincero desejo de cumprir as minhas obrigações.

Não tenho qualquer privilégio material ou espiritual. No setor da profissão, trabalhei 4 anos numa fábrica de tecidos, outros 4 anos num pequeno armazém, com setores anexos de cozinha e horticultura, e outros 32 anos consecutivos no Ministério da Agricultura, no qual me aposentei na condição de escriturário, somando, ao todo, 40 anos de trabalho profissional.

Materialmente, tenho atravessado longos períodos de moléstia física. Sou portador de luxação no olho esquerdo desde muitos anos e, em verdade, tenho recebido muito auxílio dos amigos espirituais nos tratamentos de saúde a que tenho me submetido, mas já passei por cinco cirurgias de grande porte, sempre pelas mãos de médicos cirurgiões humanos e amigos, submetendo-me a instruções médicas e a regimes hospitalares, como sucede a qualquer doente comum. A mediunidade não me deu imunidades contra doenças e tentações naturais na existência humana, porque ainda agora, numa ocorrência muito natural a qualquer pessoa com 67 janeiros de idade física, sou portador de um processo de angina, que me obriga a tratamento diário muito complexo.

(...) sou uma pessoa demasiadamente comum, sem pretensões a qualquer destaque, que nada fiz por merecer.

(...) não tenho o privilégio de viver o tempo ao meu dispor...

(...) O relógio tem muita importância em minha vida, conquanto me sinta muito feliz quando possa sustentar essa ou aquela conversação com amigos, o que para mim não é um prazer muito acessível, em virtude das muitas tarefas a que estou vinculado.

(...) em matéria de estudos tive apenas o curso primário, na cidade de Pedro Leopoldo, onde nasci. Mas, naturalmente, ouvindo instruções e escrevendo instruções com o espírito de Emmanuel e outros espíritos amigos, desde 1927, é impossível que a minha inteligência, mesmo estreita quanto é, não obtivesse alguma evolução e algum aprimoramento em meio século de trabalho espiritual incessante.

  (...) pertenço, morfologicamente, ao sexo masculino, e qual ocorre com as pessoas que sentem e pensam muito sobre as próprias responsabilidades, psicologicamente tenho os conflitos naturais, inerentes a essas mesmas pessoas, conflitos esses que procuro asserenar, tanto quanto possível, com o apoio da religião, pois não creio que possamos vencer as nossas tendências inferiores ou animalizantes sem fé em Deus, sem a prática de uma religião que nos controle os impulsos e nos eduque os sentimentos.

        Passei por muitas lutas espirituais, desde tenra idade, em matéria de faculdades mediúnicas. Mas, com a Doutrina Espírita, em que Allan Kardec explica os ensinamentos de Jesus, há precisamente meio século, encontrei nas tarefas espíritas o equilíbrio possível de que eu necessitava, para viver e conviver com os meus irmãos em humanidade e para trabalhar como qualquer cidadão que deseja ser útil à sua família e ao seu grupo social.

       Informo ainda a você que o trabalho mediúnico foi sempre muito intenso em minha vida, e que continuo solteiro, sentindo-me feliz nessa condição.

(...) se algum apontamento elogioso aparece aqui e ali, esse apontamento pertence ao espírito de Emmanuel, e a outros benfeitores espirituais que se comunicam por meu intermédio, em minha condição simples de medianeiro espírita, e que de mim mesmo não passo de um médium muito falho em tudo, precisando sempre das preces e das vibrações de apoio das pessoas amigas, espíritas ou não espíritas, que possam fazer a caridade de orar em meu favor, para que eu possa cumprir o meu dever.”

                                         ENTENDER CONVERSANDO – IDE, cap. 4, 44.

 

Títulos de cidadania

Numa ocasião, em um local no centro da nossa cidade de Uberaba, encontrei com o Chico às vésperas dele viajar para receber um título de cidadão honorário de uma cidade.

Eufórico, disse-lhe:

Chico, que bom! Você, neste fim de semana, irá receber o título de cidadão...

Ele me interrompeu a fala e pude notar que estava contrariado e triste. Disse-me que não gostava de tais homenagens e que deveriam ser outros amigos espíritas ou instituições a recebê-las e não Chico Xavier.

Mas, Chico, acho que é muito bom para divulgar o Espiritismo.

Mas não deveria ser eu.

Na minha ingenuidade, perguntei:

Você, desde quando começou sua tarefa, não sabia que isso estava incluído em seu trabalho espírita?

De pronto e rapidamente respondeu:

Conquanto me reconheça sem qualquer merecimento, seria uma descortesia de minha parte à amizade sincera dos amigos generosos que na verdade querem homenagear a Doutrina Espírita ligada ao Evangelho de Jesus, e não a mim.

       Todas as vezes que ele recebeu tais homenagens as transferia para os trabalhadores espíritas e instituições ativas do movimento espírita.        

De volta à minha oficina de ourives, pensei:

É... O Chico é um espírito diferente!... A distância que me separa dele é muito grande! Agradeço a Jesus por tê-lo como amigo.

Concluindo o nosso estudo a respeito das homenagens, vejamos as sábias respostas de Francisco Cândido Xavier:

“P – O Nobel da Paz mudaria o seu ritmo de trabalho?

R – Há várias décadas, encontrei tanta alegria e tantas bênçãos de paz nos serviços de médium, entre os benfeitores espirituais e os amigos do plano físico, ou melhor, entre os bons espíritos e os homens, nossos irmãos e irmãs da humanidade, que, a meu ver, conquanto respeito profundamente as homenagens e honrarias propriamente da Terra, nenhuma premiação especial do mundo seria para mim maior que esta: a de prosseguir cumprindo os meus deveres mediúnicos, tanto quanto isso se me faça possível.

E peço licença para dizer que penso desse modo porque os amigos da vida comunitária poderão, por bondade, homenagear o trabalho dos bons espíritos em mim, que me reconheço claramente sem méritos para isso; e os bons espíritos, embora conhecendo os meus defeitos e imperfeições de criatura humana que sou, há mais de meio século têm me aceitado em serviço deles, com tolerância e benevolência.

Se pudesse, a quem você outorgaria semelhante honra?

(...)  imagino que se a uma formiga fossem concedidos os precisos recursos para indicar quem seria o seu maior benfeitor, e aquele a quem se deveria conferir o maior prêmio do mundo, a formiga, certamente, votaria no Sol que lhe garante a vida. Eu, na condição de inseto humano, se fosse convidado a me pronunciar sobre o mais alto vulto da humanidade, digno de receber o Prêmio Nobel da Paz, votaria em Jesus Cristo, entregando-se os benefícios de semelhante premiação aos nossos irmãos internados nas instituições de assistência social, das quais Jesus é sempre a inspiração, a força, a bênção e o alicerce de origem.”

                                                   ENTENDER CONVERSANDO – IDE, Cap. 9, p. 110 e 112.

 

Cezar Carneiro

Uberaba, janeiro de 2014.







Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Cezar Carneiro de Souza
28/01/2014
 


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