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Notícia

17º artigo de Martins Peralva: “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”



Artigo. O Jornal da Cidade BH preparou lançamentos, periódicos, de artigos do escritor, expositor e articulista José Martins Peralva Sobrinho, ou simplesmente Martins Peralva, como era conhecido. Ele, que foi um dos grandes representantes do movimento espírita no Brasil, escreveu os seguintes livros: “Estudando a mediunidade”, “Estudando o Evangelho”, “O Pensamento de Emmanuel”, “Mediunidade e evolução”, editados pela Federação Espírita Brasileira (FEB), e “Mensageiros do bem”, editado pela UEM.

Os artigos que publicados no JCBH, fazem parte do livro “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”. Trata-se uma coletânea de textos disponibilizados nos jornais “O Luzeiro”, periódico de sua terra natal, Sergipe, “Síntese” e “Estado de Minas”, ambos de Minas Gerais, e na revista “Reformador” da FEB. Geraldo Lemos Neto, responsável pelo Vinha de Luz — Serviço Editorial, foi quem coletou o material com a família Peralva, para que a comunidade espírita tivesse a oportunidade de conhecer mais de perto Martins Peralva.

Nem prata, nem ouro…

Dezembro | 1955

Tudo é belo e edificante nos episódios, alegorias e parábolas que, reunidos, constituem a vida, a presença do Senhor no cenário terrestre! Conta o evangelista-médico (Atos, 3) um fato que merece ser meditado por quantos se interessam pelos problemas do espírito à luz da Terceira Revelação.

Dois discípulos subiam ao templo para a oração na hora nona. Eram eles Pedro, o velho pescador, e João, o jovem discípulo cuja ternura as páginas evangélicas evidenciam. Ao se aproximarem da porta chamada Formosa, quais transeuntes comuns, são interrompidos por um homem que mendigava, sentado. Era um coxo de nascença, um paralítico, cujas mãos logo se ergueram para os discípulos, no habitual gesto de quem pede.

Pedro, fitando-o, disse: “Olha para nós!” Nessa altura, após significativo silêncio, o velho Cefas, pondo na voz a mais sublime inflexão de ternura e misericórdia, proferiu aquelas palavras que ainda hoje recordamos com justa e compreensível emoção: “Não possuo nem prata, nem ouro, mas o que tenho isso te dou; em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” Diz ainda o livro santo que o homem “de um salto se pôs de pé”, passou a andar com ele no templo, saltando e louvando a Deus.

O episódio suscita observações interessantes. Por que o silêncio e depois o pedido “Olha para nós?” De início, convém lembrar que os discípulos de Jesus eram médiuns. E médiuns poderosos. Desde a ocorrência do Pentecostes, os poderes psíquicos dos herdeiros do Senhor foram estimulados de modo a que se tornassem como pegureiros da Boa Nova, força atuante e eficaz no ministério evangélico e onde se fizesse necessária a glorificação do Pai celestial. E sobre Pedro, especialmente — cuja ancianidade respeitável mantinha a fé e a estrutura fraterna da comunidade apostólica —, as bênçãos da mediunidade superior jorravam fecundas e abundantes.

“Olha para nós!” — pediu o velho Cefas. Por quê? Para quê? Desejaria devassar-lhe a alma? Investigar-lhe o coração? Conhecer-lhe a história íntima, sondando-lhe, nos refolhos da consciência, a dolorosa trama do seu destino? Ou simplesmente penetrava os arcanos de luz para, afinal, efetivar em nome do Senhor e Mestre a cura prodigiosa?

Humilde, simples, modesto, sem qualquer formalismo ou ritual, trajando singela túnica, possivelmente desbotada pelo tempo, Pedro, antes de ordenar-lhe “anda!”, talvez estivesse a recordar as saudosas exortações do Mestre querido, que se fora na aflitiva tarde do Calvário: “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei!” “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito!” “E tudo quanto pedirdes em meu nome isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho!”

Sim, Pedro certamente orava, uma vez que a saudade do Mestre era oração viva dentro de sua alma extremosa. Evocando o Senhor, o irmão de André recordava, igualmente, as promessas amigas. Então a sua voz se ergueu, confiante e serena: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”.

Nesse episódio, revestido de simplicidade e beleza, há um mundo de ensinamentos. Um livro, talvez, pudesse, imperfeitamente embora, emoldurar-lhe o profundo conteúdo. Pedro em nada tinha de si mesmo. Nem prata e nem ouro. As próprias redes de pescador descansavam nas distantes praias do saudoso e poético Tiberíades, porque lhe competia, agora, apascentar as ovelhas que o Mestre querido lhe confiara ao coração. Entretanto, ao som de sua voz, um paralítico de nascença ergueu-se para a vida, para o movimento, para o trabalho. Duas forças se conjugaram, se aliaram nesse episódio: a misericórdia do Pai e a humildade do pescador…

***

Dois milênios se passaram. Em nossos dias, dificilmente o episódio se repete. Os cristãos modernos, de modo geral, deixaram que o veneno sutil do “narcisismo” espiritual habitasse em seus corações, indicando, sem dúvida, que a lição foi esquecida.

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Fonte: PERALVA SOBRINHO, José Martins; PERALVA, Basílio (Org.). Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito. Belo Horizonte: Vinha de Luz Editora, 2009. p. 67-69.

Nota da Editora: Reformador, dezembro de 1955, p. 280. Reformador é uma revista de divulgação da Doutrina Espírita, editada mensalmente pela Federação Espírita Brasileira (FEB). É uma das mais antigas publicações de seu gênero, em circulação no Brasil (desde 1883, no formato original de jornal). Com a fundação da FEB, em 1884, o periódico foi por ela incorporado, passando a ser o seu principal órgão de divulgação, voltado para a difusão de artigos doutrinários, fatos e trabalhos desenvolvidos pela entidade, assim como pelas entidades afiliadas em todo o país. In: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Reformador>. Acesso em: 12 nov 2009.

Leia todos os artigos de Martins Peralva publicados no JCBH 






Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | In: https://www.jornaldacidadebh.com.br/sociedade/46416/
22/04/2020
 


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