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Notícia

Espiritualidade | Textos sobre Barnabé | Nosso lar deve ser ambiente de paz


Psicopictografia de Cleide, pelo espírito Mello - Fraternidade Cristã Francisco de Assis (Fecfas)


A rotina de atendimento na igreja cristã nascente em Antioquia era constantemente pontuada com casos que envolviam os mais diversos aspectos da sociedade. A dor e sofrimento mostravam-se extensos. A maioria das pessoas encontravam-se desamparadas pela fé.

Barnabé notando que era preciso disponibilizar um horário e local especifico, para os casos mais delicados, criou um espaço destinado aos interessados em uma palavra de esclarecimento e esperança. Agindo assim, percebeu que as todos se sentiam mais confortáveis em comentar o que lhes afligia.

Ele chamou este espaço, com simplicidade que lhe era característica, de recanto da conversa.

Já havia terminado o serviço do dia, quando se aproximou uma senhora profundamente triste, trazendo junto a si um menino aparentando ter oito anos de idade. Seus olhos denunciavam longos períodos de choro.

A criança magra e pálida deixava evidente a necessidade de cuidados mais intensos com a saúde.

-Irmão o senhor tem um tempo para conversar?

Embora já estivesse cansado, sabia que o Senhor continuamente mandava casos extras e que não cabia a ele negar, mas sim servir trabalhando.

Olhando aquele rosto sofrido, percebendo que havia ali penoso drama, respondeu sem hesitar:

-Claro, estamos aqui ao seu inteiro dispor. Como podemos lhe auxiliar?

-Não sei o que fazer . Meu nome é Tiana e este é meu filho Felipe. Meu marido trabalha no mercado junto ao rio e não fica mais em casa, só quer saber de beber. Retorna tarde da noite, tropeçando e muitas vezes briga comigo e com nosso filho. Chega sempre reclamando da vida.

-Entendo Irmã e o que você faz?

-Eu brigo com ele e escondo o Felipe para que ele não apanhe e veja o pai agindo desta forma.

Após um minuto de silencio, onde as lagrimas brotaram intensas, ela continuou:

-Que devo fazer ? Quando casamos nos dávamos tão bem!

-Mas o que aconteceu? Como as coisas ficaram assim?

-Tudo começou quando minha sogra veio morar conosco. Eu não suportava como ela entrava em nossas vidas. Só ela queria fazer as coisa do meu marido. O que eu fazia, estava mal feito ou errado. Aos poucos o clima em nossa casa foi ficando ruim porque eu não aceitava o que ela falava. Não percebi o quanto isto fazia mal ao nosso lar.

-Todos nós temos nossas dificuldades irmã. É preciso ter paciência, agir com determinação e fé. Você ama seu marido?

-Amo sim irmão, tudo o quero é que ele retorne a ser como antes, interessado no bem de nossa família e no amparo do nosso filho.

-Que bom filha, vê-se que você tem um bom coração e uma alma boa. Sua sogra ainda vive com vocês?

-Não, ela foi morar com uma filha. Ela diz que eu a maltrato e deseja ficar longe de mim.

-Isto é verdade?

Tiana reparou na atenção que lhe era dada e olhando direto nos olhos vividos e brilhantes do calmo interlocutor, percebeu que tinha de lhe contar a verdade, com sinceridade. Voltou então a falar, baixando a sua cabeça:

-Agora depois de um tempo, vejo que eu poderia ter sido mais paciente com ela.

Barnabé parou um pouco e fechou os olhos por curto espaço de tempo. Meditou brevemente lembrando-se das lições de Jesus.
O nosso lar deve ser ambiente de paz e não local de guerra e de disputa. Considerando aqueles que nos exigem muito, no relacionamento comum, o Mestre recomendou andássemos com eles não mil passos juntos, mas dois mil passos, procurando dissipar qualquer animosidade. (1) Pensando assim, retornou a falar, como quem conversa com uma filha:

-Você quer mesmo ter seu marido de volta?

-Sim é o que mais eu desejo.

-Então você precisa ir até a sua sogra, pedir perdão e convida-la para viver novamente em sua residência. Você deve senti-la como sua mãe, tratando-a com paciência e amor. Veja o exemplo de uma rua, onde transitamos todos os dias, ela está ali para o bem comum. Pode ser cheia de buracos, de terra batida e regular ou com pavimentação perfeita como a dos Romanos. A estrada desejável para o nosso crescimento e felicidade, esta em primeiro lugar, no bom relacionamento em nossa família. Vamos nos manter como as pedras firmes neste caminho enquanto a tempestade passa, pois aquelas pedras levadas pelas águas das chuvas que correm agressivas, mais cedo ou mais tarde voltam, pelas mãos do Senhor, que é construtor de tudo, a compor a via de onde não deveriam ter saído.

-Compreendo irmão, mas e se ela não me receber , o que faço?

-Peça a Deus paciência e insista na aproximação. Conte o que se passa com o filho dela e solicite ajuda ao seu marido. O coração de mãe é grande e tudo supera no desejo de amparar um filho. Vá de coração aberto e sem magoas, com humildade. Escute o que ela tem a dizer, com calma e sem se ofender ou desejar ser dona da verdade. Lembre-se que você além de socorrer o marido e seu casamento, estará tranquilizando imensamente o pequeno Felipe.

A mulher desabou em choro, e o filho vendo isto, a abraçou carinhoso. A cena de emoção profunda, demorou alguns minutos, findos os quais, ela se recompôs e afirmou:

-Muito obrigado Irmão. Vou fazer o que você me recomenda. Espero que eu consiga.

-Você vai conseguir sim. Tenha fé. Peça aos anjos do Senhor, eles estão sempre prontos para auxiliar. Vou estar orando aqui por você e sua família. Lembre-se sempre de Deus.

-Vou agora mesmo procurar encontrar com a minha sogra!

-Isto, não deixe para amanha o que pode ser feito hoje. No que precisar conte conosco. Venha orar aqui e estudar dos ensinos do nosso divino Instrutor sempre que puder.

Com animo renovado e com firme decisão interior, a senhora saiu da entrevista, abraçada no pequeno Felipe, na direção da residência da cunhada.

Barnabé na soleira da porta, acompanhou-a com os olhos, intimamente rogando a Deus que amparasse aquela família e que ela conseguisse resgatar o esposo do vicio destruidor do álcool no qual ele voluntariamente se algemara.

(1) Mateus em 5:41

Carlos Malab – textos sobre Barnabé

Engenheiro, 61 anos, formado pela PUC-MG, com extensão no IEC e Fundação Don Cabral, o autor da coluna, foi Professor convidado no IBMEC, IEC, IETEC e PUC-MG. Possui vasta experiência em planejamento e implementação de tecnologias no Brasil, tendo trabalhado por um ano na Namíbia onde dirigiu a parte tecnológica da maior empresa de Telefonia Móvel Celular do pais. Atualmente reside em Belo Horizonte onde desenvolve atividades de consultoria. Tem se dedicado a estudos, pesquisas sobre o Evangelho e questões espirituais. Espírita Cristão, Atualmente integra os quadros do Portal Saber Espiritismo, do Grupo Mediúnico Maria de Nazaré e do Grupo Espírita Saber Amar de Belo Horizonte.  É palestrante e autor dos livros Telefonia Móvel de Forma Simples e Prática (Clube de Autores) e Era Uma Vez Para Sempre (Editora Vinha de Luz).

E mail: cmalab@gmail.com



Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado "ipsis verbis"| In: https://www.jornaldacidadebh.com.br/sociedade/espiritualidade-textos-sobre-barnabe-6/
20/05/2020
 


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