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Espiritualidade | Textos sobre Barnabé | A chave divina


Psicopictografia de Cleide, pelo espírito Djanira - Fraternidade Cristã Francisco de Assis (Fecfas)


O JORNAL DA CIDADE BH preparou lançamentos, periódicos, com uma série de escritos sobre Barnabé, um dos primeiros trabalhadores que se agregaram integralmente à causa cristã. Confira todos os textos da coluna sobre Barnabé assinada por Carlos Malab.

A CHAVE DIVINA 

-Nada faz mais sentido em minha vida irmão Barnabé desde que perdi meu filho. Minha vontade é de partir deste mundo para poder me encontrar com ele. Não tenho mais animo para viver.

A afirmativa vinha de uma senhora que aparentava estar doente. Seus olhos fundos e tristes demonstravam de forma contundente que ela se encontrava debaixo de extrema perturbação e conflito interior.

-Deus não me ama, como pode ter deixado o meu único filho morrer. Lutei durante anos para cria-lo. Se o Senhor vê tudo, como não viu que ele é tão importante para mim e que na sua falta eu não posso viver? Será que sou tão ruim que não mereço o amparo do céu?

Barnabé olhava paciente para aquela senhora e no seu íntimo sentia profunda compaixão. Sabia por experiência que o sofrimento de uma mãe em tal situação é tão intenso que não pode descrito. Precisava ajuda-la a se reencontrar, a achar um caminho da paz interior e uma forma de superar este momento tão doloroso. Pensando assim lhe dirigiu a palavra dizendo:

-Minha irmã que bom que você veio até a nossa casa. Sei que sua dor é incomensurável, mas isto não quer dizer que Deus não vele por ti. O Pai é todo amor e nenhum ser está desamparado do seu olhar compassivo e bom. Me conte um pouco mais do que ocorreu. Qual o seu nome?

A senhora que chorava baixinho, levantou vagarosamente a cabeça e disse ainda sobre o domínio dos soluços.

-Me chamo Cássia e o meu Joshua morreu em um treinamento para corrida de bigas. Ele caiu após um choque com um camelo que de repente apareceu em sua frente. Disseram que o animal foi assustado por um rapaz imprevidente que já foi apanhado e posto a ferros.

-Irmã é muito doloroso quando um ente tão querido parte para o outro lado da vida, mas peço de coração que não procure abreviar a sua estada na terra. Isto não vai lhe trazer o seu filho de volta e te levar a se encontrar com o seu menino. Só vai colocar mais dor no seu caminho e de seus familiares.

Cássia parou de soluçar e olhou para Barnabé, sem muito entender o que ele falava. Percebeu que aquele homem era diferente pois falava com firmeza mas com uma entonação macia de paz que ela não conhecia.

-Minha Irmã, Deus não coloca nos nossos ombros fardos que não tenhamos condição de suportar. Sei que sua dor é grande, mas lembre-se que seu querido não morreu e um dia vocês irão se reencontrar para felicidade plena. Isso não ocorrerá se a irmã intentar contra a própria existência em rebeldia com as determinações do nosso Pai. Você tem sonhado com ele?

-Sim irmão, tenho sonhado. Como você pode saber disto? Não tenho dito a ninguém.

-Minha irmã o Senhor é tão bondoso que sempre nos envia ajuda para nos fortalecer e consolar e esta ajuda vem de diversas formas. Para alguns é através do sonho, para outros é o encontro com pessoas que já viveram experiências semelhantes. Muitas vezes não vemos estes sinais que o Pai manda. Se você se machucar, irá desagradar a Ele e a todos que querem o seu bem. Desafiar ao Pai não nos leva a lugar algum, só nos afasta cada vez mais dos que nos amam e nos ajudam.

-Mas que posso fazer pelo meu menino?

-Irmã a melhor maneira de ajuda-lo é pela oração. Seu amado é uma benção que continuará sempre em teu caminho. O próprio nome dele diz isto. Joshua significa “o Senhor é a minha salvação”. Existe mais linda mensagem do que esta?

-Mas como vou saber se meu filho está bem e quando vou encontrar com ele?

-Minha filha, temos de ter fé e lembrarmos que a bondade e a misericórdia do Pai é infinita. É Ele que nos provê o sustento físico e espiritual. Já pensou que você tem a graça de sonhar com Joshua. Isso já não é uma benção? Quantas mães não tem esta felicidade de imediato?

Barnabé silenciou por um pouco e logo retornou dizendo:

-Maria mãe de nosso Mestre, sofreu muito com a partida do filho, mas mesmo diante de todas as injustiças que Ele sofreu e do martírio que lhe impuseram, ela nunca deixou de ter fé. Maria é o exemplo que devemos sempre ter em mente. Jesus mesmo no madeiro infame e injusto, ao qual Ele foi relegado, não se esqueceu de consolar aqueles que sofriam ao seu lado. Que tal fazer o mesmo minha Irmã?

-Não entendi o que o senhor quer que eu faça.

-O primeiro passo para sermos ajudados é ajudar ao nosso semelhante. Já pensastes na família do que está preso? Na mãe dele que certamente sofre com esta situação?

Cássia olhou assustada para Barnabé. Nunca havia pensado desta forma.

-E se ele não é culpado, como pensas, pelo acidente? Não seria melhor perdoa-lo? Nosso mestre nos ensinou que devemos perdoar não sete mas setenta vezes sete vezes (1) e fazer ao próximo aquilo que desejamos que nos seja feito (2).

-Mesmo ele sendo culpado Irmão?

-Quem somos nós para julgar o nosso semelhante? Uma coisa nos sabemos, é que o ódio e a raiva nos destroem por dentro e nos deixam pessoas extremamente infelizes e sem paz. Jesus quando estava sendo crucificado, pediu a Deus que perdoasse os homens porque não sabiam o que estavam fazendo (3).

As palavras causaram um efeito tranquilizador na senhora que parecia agora começar a ver tudo o que ocorria, por um angulo diferente.

-Que posso fazer irmão? Me sinto tão fraca. Meu marido também não para de chorar e está bem triste.

-O que você acha de visitarmos a família deste rapaz que esta sendo acusado? Qual é o nome dele?

-O seu nome é Ravid, mas não tenho detalhes sobre ele.

Barnabé percebeu a grande oportunidade de reconciliação e amparo a ambas as famílias envolvidas em tão trágico evento e recomendou:

-Vá para casa irmã e dê apoio ao seu marido. Lembre-se que Deus nunca nos abandona e que seu Joshua vive. Ele não quer ver você assim arrasada, querendo antecipar a sua partida para o outro mundo. Aqueles que tiram a própria vida, assumem um débito muito grande com as dádivas recebidas do alto. O sofrimento da alma que se fere assim é imenso. Eu vou até a prisão procurar falar com o rapaz e entender o que aconteceu. Vou encontrar com a sua família dele. São pessoas que também precisam de auxilio.

Na manhã seguinte Barnabé encontrou Ravid na prisão, ele estava muito abatido e com feridas no corpo por apanhar muito. Soube através de rápida conversa que no dia da tragédia, quando ele passava pelo local, os animais ainda ariscos, se assustaram com a cor de sua roupa e correram sem rumo, sem que os provocasse. O seu acusador era o comerciante proprietário dos camelos. No entanto, no dia fatídico, os bichos estavam soltos e sem a necessária vigilância que teria evitado o ocorrido. Procurou conhecer também a família do prisioneiro e tentou anima-los com a possibilidade de auxiliar o jovem.

O dono do camelo causador de todo o drama, não foi mais encontrado, pois estava de passagem na cidade. Havia decidido partir, no mesmo dia do acidente, abandonando as redondezas, sem que houvesse meio de localiza-lo.

Após as atividades do dia, Barnabé visitou Cássia e o marido, relatando tudo o que havia pesquisado e chegaram a um acordo em torno das providencias a tomar. Efetuaram um contato com as autoridades e em função das dúvidas existentes, da a ausência de provas e de testemunhas acusatórias, o jovem foi posto em liberdade trazendo alivio e felicidade para ele e a sua família.

Na mesma noite da saída de Ravid da prisão, Barnabé parou para admirar as estrelas, meditando e  lembrando do jovem que conseguira ficar livre, de Cássia e o esposo que seguiam agora um novo caminho de fé e conformação com os designíos de Deus, sentiu no fundo do coração muita paz e alegria. Estava evidenciado mais uma vez que a vivencia das mensagens de Jesus é a chave divina para solução de todos os problemas humanos.

A certeza na renovação interior do ser, pelo amor ao semelhante, é uma regra dourada que nunca devemos esquecer.

(1) Mateus 18:22

(2) Mateus 7:12

(3) Lucas 23:34

Carlos Malab – textos sobre Barnabé

Engenheiro, 61 anos, formado pela PUC-MG, com extensão no IEC e Fundação Don Cabral, o autor da coluna, foi Professor convidado no IBMEC, IEC, IETEC e PUC-MG. Possui vasta experiência em planejamento e implementação de tecnologias no Brasil, tendo trabalhado por um ano na Namíbia onde dirigiu a parte tecnológica da maior empresa de Telefonia Móvel Celular do pais. Atualmente reside em Belo Horizonte onde desenvolve atividades de consultoria. Tem se dedicado a estudos, pesquisas sobre o Evangelho e questões espirituais. Espírita Cristão, Atualmente integra os quadros do Portal Saber Espiritismo, do Grupo Mediúnico Maria de Nazaré e do Grupo Espírita Saber Amar de Belo Horizonte.  É palestrante e autor dos livros Telefonia Móvel de Forma Simples e Prática (Clube de Autores) e Era Uma Vez Para Sempre (Editora Vinha de Luz).

E mail: cmalab@gmail.com









Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado
30/07/2020
 


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