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Notícia

33º artigo de Martins Peralva: “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”




Artigo. O Cidade Conecta preparou lançamentos, periódicos, de artigos do escritor, expositor e articulista José Martins Peralva Sobrinho, ou simplesmente Martins Peralva, como era conhecido. Ele, que foi um dos grandes representantes do movimento espírita no Brasil, escreveu os seguintes livros: “Estudando a mediunidade”, “Estudando o Evangelho”, “O Pensamento de Emmanuel”, “Mediunidade e evolução”, editados pela Federação Espírita Brasileira (FEB), e “Mensageiros do bem”, editado pela UEM.

Os artigos que publicados fazem parte do livro “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”. Trata-se uma coletânea de textos disponibilizados nos jornais “O Luzeiro”, periódico de sua terra natal, Sergipe, “Síntese” e “Estado de Minas”, ambos de Minas Gerais, e na revista “Reformador” da FEB. Geraldo Lemos Neto, responsável pelo Vinha de Luz — Serviço Editorial, foi quem coletou o material com a família Peralva, para que a comunidade espírita tivesse a oportunidade de conhecer mais de perto Martins Peralva.

O Espiritismo e os mundos habitados

Junho | 1958

Nesta altura dos tempos não há mais dúvida, especialmente entre os espíritas, de que, além da Terra, outros planetas existem habitados.

Desde que os espíritos superiores lançaram as bases do Espiritismo, através dos ensinamentos que constituem a codificação kardequiana, o problema foi situado em termos tão categóricos e incisivos que a família espiritista, pequenina no começo, mas grande na atualidade, jamais ignorou semelhante realidade.

Os próprios cientistas, bem assim eminentes figuras de respeitáveis correntes religiosas, começam a reconhecer a existência de seres noutros planetas, podendo-se considerar a proclamação que nesse sentido fazem como auspicioso e sintomático esforço de superação do preconceito e do sectarismo.

“O Livro dos Espíritos”, obra basilar da Doutrina, granítico monumento de lógica e bom senso, cuja argumentação filosófica permanece na plenitude do seu vigor e no clímax de sua atualidade, apesar dos seus bem vividos 100 anos de publicação (Paris, 18-04-1857), aborda com segurança o tema da habitabilidade dos mundos, que, à maneira de infinitesimais grãos de areia, excursionam no espaço cósmico, deslumbrando essas criaturas privilegiadas e felizes, os astrônomos, que lhes acompanham a marcha incessante através de poderosos telescópios.

No Cap. IV, Parte 2ª — Da pluralidade das existências — Encarnação nos diferentes mundos — as grandes entidades que materializaram, na codificação espírita, a promessa de Jesus quanto à vinda do Consolador (João, 16: 7-14), foram interpeladas por Allan Kardec se as existências humanas verificam-se todas na Terra, ao que responderam: “Não, vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas, são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição”.

Nesse mesmo capítulo ensinam que todos os mundos são solidários, que os espíritos (pessoas humanas falecidas) aprendem num o que não aprendem noutro. Inquiridas a respeito do estado físico e moral dos diversos planetas que formam o Universo, acrescentaram: “Nós, espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar essas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria”.

Continuando os esclarecimentos em torno desses planetas em que humanidades iguais à da Terra, evoluídas ou superevoluídas, segundo a elevação de cada mundo, ascendem para a luz, em espirais progressivas, obedientes ao divino impulso que retorna a criatura ao Criador, informaram: “Os mundos estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram com o vosso, por um estado inferior, e a própria Terra sofrerá idêntica transformação. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons“.

Essa transformação se processará lentamente, no curso dos milênios, à medida que as raças que hoje habitam a Terra forem substituídas por outras mais evoluídas, graças à admirável lei reencarnacionista, do mesmo modo que os homens da atualidade substituíram os povos bárbaros do passado, construindo a civilização meio-cristã em que vivemos. É interessante observar que o problema da pluralidade dos mundos habitados mereceu as atenções da filosofia espírita logo nos seus primórdios, ou seja, há 100 anos.

A Doutrina, na simplicidade de sua estrutura, esclarece, prende, encanta todos os tipos de leitor. O homem inteligente, detentor de amplos cabedais de cultura, e o homem simples, apenas alfabetizado, não resistem à consoladora lógica dos argumentos filosóficos do Espiritismo, contidos no portentoso tratado a que se deu tão singela denominação: “O Livro dos Espíritos” — Filosofia Espiritualista.

É um manancial de lógica que não se refuta, em sã consciência, ante a qual o homem honesto se descobrirá, respeitoso. Em suas páginas encontram-se ensinos que se entrosam plenamente com as lições imorredouras do Evangelho, em particular no que toca ao problema em tela, uma vez que reafirma a palavra de Jesus de que “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, já eu vo-lo teria dito” (João, 14: 2).

Sem dúvida, a casa do Pai, a que se referia o Senhor, é o Universo, e as muitas moradas os diversos planetas, onde bilhões de bilhões de almas gravitam para o supremo bem.

Flammarion, o famoso astrônomo, além de inúmeras obras de apreciável conteúdo filosófico, tais como “Narrações do Infinito”, O fim do mundo”, “A morte e seu mistério”, “O desconhecido” e “Os problemas psíquicos” e outras, escreveu também fascinante livro sobre o tema deste artigo: “Pluralidade dos mundos habitados”. No dia em que a ciência oficial tornar-se menos dogmática e as religiões se decidirem a acompanhar a irresistível marcha do pensamento humano, ao Espiritismo far-se-á, embora de maneira retardada, a justiça de ter contribuído silenciosamente, sem alarde, para o triunfo da cultura superior e para a consolidação da fraternidade entre os homens, porque, inegavelmente, a Doutrina Espírita, examinada como ciência, estudada como filosofia e sentida e exemplificada como religião, é o mais  expressivo código de moral e beleza que já felicitou, até os dias que correm, o conturbado e aflito rebanho de nosso obscuro orbe. Até lá, entretanto, teremos nós, os espíritas, dilacerado os pés nos espinhos da incompreensão e nas pedras da intolerância, guardando, todavia, aquela paz de consciência que é filha do dever bem cumprido.

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Fonte: PERALVA SOBRINHO, José Martins; PERALVA, Basílio (Org.). Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito. Belo Horizonte: Vinha de Luz Editora, 2009. p. 103-106.
Nota da Editora: Reformador, junho de 1958, p. 141. Reformador é uma revista de divulgação da Doutrina Espírita, editada mensalmente pela Federação Espírita Brasileira (FEB). É uma das mais antigas publicações de seu gênero, em circulação no Brasil (desde 1883, no formato original de jornal). Com a fundação da FEB, em 1884, o periódico foi por ela incorporado, passando a ser o seu principal órgão de divulgação, voltado para a difusão de artigos doutrinários, fatos e trabalhos desenvolvidos pela entidade, assim como pelas entidades afiliadas em todo o país. In: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Reformador>. Acesso em: 12 nov 2009.

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Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | In: https://cidadeconecta.com/33o-artigo-de-martins-peralva/
23/06/2021
 


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