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47º artigo de Martins Peralva: "Incompreensão" | “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”


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O Cidade Conecta preparou lançamentos, periódicos, de artigos do escritor, expositor e articulista José Martins Peralva Sobrinho, ou simplesmente Martins Peralva, como era conhecido. Ele, que foi um dos grandes representantes do movimento espírita no Brasil, escreveu os seguintes livros: “Estudando a mediunidade”, “Estudando o Evangelho”, “O Pensamento de Emmanuel”, “Mediunidade e evolução”, editados pela Federação Espírita Brasileira (FEB), e “Mensageiros do bem”, editado pela UEM.

Os artigos publicados fazem parte do livro “Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito”. Trata-se uma coletânea de textos disponibilizados nos jornais “O Luzeiro”, periódico de sua terra natal, Sergipe, “Síntese” e “Estado de Minas”, ambos de Minas Gerais, e na revista “Reformador” da FEB. Geraldo Lemos Neto, responsável pelo Vinha de Luz — Serviço Editorial, foi quem coletou o material com a família Peralva, para que a comunidade espírita tivesse a oportunidade de conhecer mais de perto Martins Peralva.

Incompreensão

Janeiro | 1962

Sim, amigo, a incompreensão dilacera-te a alma. Desejarias que o teu pensamento, as tuas ideias e os teus sentimentos fossem os sentimentos, as ideias e o pensamento dos que, junto de ti, palmilham o caminho evolutivo, as veredas da redenção. Mas tu, que lês e meditas, que estudas e raciocinas sobre o Evangelho e o Espiritismo — tu que falas e escreves, não tens mais o direito de alimentar semelhante ilusão. Esperar entendimento não mais se justifica em ti, porque não desconheces a Doutrina, nem ignoras as lições da Boa Nova da Imortalidade. O Evangelho e o Espiritismo te cassaram o direito de exigir compreensão, porque ambos te ensinaram, te induziram a ser compreensivo.

Desejarias — bem o sinto! — que o lar fosse o tranquilo refúgio onde pudesses, esgotado, descansar dos labores de cada dia, em noites em que o cansaço não é mais cansaço, porque se transformou em exaustão, convertendo-te num trapo humano.

Gostarias — oh, como o percebo! — de te entreteres em palestras edificantes com aqueles que, contigo, mais de perto transitam nas redentoras estradas da vida.

Sentir-te-ias feliz — imensa e profundamente feliz, suave e liricamente venturoso! — se a tua delicadeza e o teu carinho tivessem ressonância junto a todos os caminheiros terrenos.

Sim, amigo, seria agradável e reconfortante, mas, bem o reconheces, em tuas silenciosas reflexões, não tens direito, por enquanto, a essa ventura. O teu mundo não comporta, ainda, a felicidade sem mescla.
” O meu reino não é deste mundo” — asseverou o Mestre.

Resgata primeiro os teus débitos. Acerta, antes, as tuas contas. Corrige, agora, os erros de ontem. Reconcilia-te com aqueles a quem feriste, suporta aqueles a quem fizeste chorar, abraça aqueles cujas esperanças esfacelaste.

Foste livre na semeadura? Sê, agora, escravo na colheita! Não sonhes com a reciprocidade afetiva, uma vez que, no momento que passa, no relógio de tua vida, ela é uma flor que não pode medrar no jardim do teu idealismo, no canteiro de tuas aspirações. Oferece tua ternura, dá algo de ti mesmo, mas não esperes retribuição, porque a Lei está funcionando junto a ti, contigo, em ti mesmo, nos escaninhos da tua consciência.

Os teus companheiros de jornada, guardando, ainda, dolorosas e amargas reminiscências de ti, desconfiam do teu afeto, repelem o teu carinho. Tem, pois, paciência. Resigna-te. Ama e sofre, perdoa e procura servir. Não é isso que tens aprendido no Espiritismo? Não tem o Evangelho indicado essa conduta?

Lembra-te do Cristo, quando te sentires fraco no exercício da compreensão. Ele espalhou alegria e paz, consagrando-as, jubilosamente, nas Bodas de Caná da Galileia. Distribuiu, por onde passou, saúde e bom ânimo, esperança e fé. Reabilitou mulheres infelizes, corrigiu homens equivocados. No entanto, no seu último dia entre nós, ofertamos-lhe, por lembrança do mundo, o vinagre e o fel, a coroa de espinhos e a cruz.

Recorda isso, amigo, a fim de que a incompreensão te não doa n’alma, a desafeição dos teus não te incomode tanto, a rebeldia dos companheiros não te deprima a vida. Ora e trabalha, confia e espera.



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Fonte: PERALVA SOBRINHO, José Martins; PERALVA, Basílio (Org.). Evangelho puro, puro Evangelho – Na direção do Infinito. Belo Horizonte: Vinha de Luz Editora, 2009. p. 142-143. Reformador, janeiro de 1962. p. 189. Reformador é uma revista de divulgação da Doutrina Espírita, editada mensalmente pela Federação Espírita Brasileira (FEB). É uma das mais antigas publicações de seu gênero, em circulação no Brasil (desde 1883, no formato original de jornal). Com a fundação da FEB, em 1884, o periódico foi por ela incorporado, passando a ser o seu principal órgão de divulgação, voltado para a difusão de artigos doutrinários, fatos e trabalhos desenvolvidos pela entidade, assim como pelas entidades afiliadas em todo o país. In: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Reformador>. Acesso em: 12 nov 2009.


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Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Artigo postado "ipsis verbis" | In: https://cidadeconecta.com/47o-artigo-de-martins-peralva/
27/10/2021
 


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