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Notícia

Leia aqui trechos da entrevista realizada por Hebe Camargo em 17 de setembro de 1973, no Horto Florestal Paulistano, para o seu programa da TV Record, Canal 7


Temas da atualidade
 
Hebe – Escolhemos este lugar onde nós nos encontramos, entre plantas, flores, água, o canto dos pássaros, lugar especial, especial mesmo, como é especial um bate-papo com você, porque você sabe, Chico, você é uma criatura que transmite, realmente, muita paz. Fico emocionada de ver as pessoas na rua, quando se aproximam de você, o carinho, a emoção que eles sentem de estar ao lado de Chico Xavier!

Chico Xavier - Eu não mereço isso, é muita bondade!
 
 
A AMIZADE DE HEBE
 
Hebe – Você, que é uma criatura boa demais, acha que tudo é bondade, mas é você que está nessa bondade. Então, eu queria dizer para você da honra que eu sinto de ter você hoje no nosso programa, porque sei o que vai representar para os telespectadores, sei a importância da sua palavra para cada um deles.

Chico Xavier - A honra é minha, a bondade é sua.
 
Hebe – E você sabe que as pessoas, às vezes, exploram o momento de felicidade, por muitos anos. Chegou o grande momento de minha carreira, o momento de conversar, assim, intimamente, com você.

Chico Xavier - É uma honra para mim. Sempre admirei e respeito especialmente a você, o seu apostolado artístico.
 
PRIMEIRO CONTATO COM O MUNDO ESPIRITUAL
 
Hebe – Muito obrigada, Chico. Mas, Chico, eu trouxe aqui algumas perguntas que vão satisfazer a minha curiosidade e a curiosidade, também, dos telespectadores, em torno de você, você gente, você tão gente. Quando é que você experimentou, Chico, pela primeira vez, contato com o mundo espiritual?

Chico Xavier - Acho, às vezes, que uma resposta demanda demora e eu peço perdão se devo me estender, por alguns minutos, a esse respeito. O assunto pede que minha memória regresse no tempo. Eu tinha quatro anos de idade, quando voltei da cidade de Matozinhos, perto de Pedro Leopoldo, onde nasci, em companhia de meus pais e de meus irmãos. Meus pais haviam assistido às cerimônias religiosas que naquele tempo eram consideradas de praxe para todas as famílias católicas. Havíamos caminhado onze quilômetros. Chegamos em casa, numa noite bastante fria, com chuva. Meus irmãos se dirigiram logo para o descanso no sono. Minha mãe, naturalmente preocupada com problemas de saúde, trocou-me a roupa e, como eu estava fatigado, levou-me à cozinha, onde fora fazer um café para o meu pai. Enquanto esperava o café que se fazia, meu pai começou a falar a respeito de um problema de aborto que havia ocorrido com uma de nossas vizinhas. Uma criança havia nascido fora do tempo e meu pai, que não havia atingido a verdade toda sobre o assunto, discutia com minha mãe a respeito. Nesse instante, eu ouvi uma voz e então transmiti para meu pai: “O senhor naturalmente não está muito bem informado com respeito ao caso. O que houve foi um problema de negação inadequada do ovo, de modo que...”
 
Hebe – Com 4 anos?

Chico Xavier – “...a criança adquiriu posição ectópica". Meu pai arregalou os olhos e disse para a minha mãe: “O que é isso, Maria? Esse menino não é o nosso! Trocaram essa criança na igreja, enquanto nós estávamos na confissão”; e me perguntou o que vinha a ser nidação, o que vinha a ser ectópico, o que vinha a ser implantação. Eu não sabia explicar coisa nenhuma, porque falei o que uma voz me dissera. Ele me olhou com muita desconfiança e minha mãe comentou: “Não, João, este menino é o nosso mesmo!" “Este menino não é o nosso. Até a roupa dele está mudada!” Então, minha mãe explicou: “Eu mudei a roupa da criança agora, por causa do frio". Meu pai ficou naquela dúvida e as vozes começaram a trabalhar.
 
Hebe – Quantos anos tinha você, Chico?

Chico Xavier - Quatro anos de idade, eu me recordo perfeitamente.
 
VlVÊNCIA COM O MUNDO ESPIRITUAL
 
Hebe – Depois desse primeiro contato, como é que aconteceu a continuidade do fato?

Chico Xavier - Passados alguns meses, minha mãe adoeceu, mas adoeceu gravemente, e como meu pai estava desempregado ela se preocupou com a nossa sorte no caso de ocorrer o falecimento dela. Passou a perguntar às amigas quais delas poderiam se incumbir do zelo de que nós necessitávamos. As vésperas da partida da minha mãe, ela, se sentindo muito mal, começou a chamar as amigas e a entregar os filhos, que eram oito, dos quais eu era o penúltimo. Quando chegou a minha vez – eu estava com cinco anos – perguntei a ela: “Mas, minha mãe, a senhora está me entregando para os outros?” Então ela me disse: "Meu filho, eu não estou entregando você para os outros. Quero que você saiba que vou me ausentar daqui” – naturalmente ela dizia isso prevendo a morte próxima – “e seu pai está em dificuldade. Estou confiando seus irmãos para as amigas zelarem por eles, porque seu pai, no momento, não pode dispensar a atenção que vocês precisam. Você vai ficar com a nossa amiga Dona Ritinha e vai gostar muito dela. Ela será muito boa e eu volto para buscar você”. Naturalmente, sentindo que meu pai, muito moço ainda, necessitaria, provavelmente, de um segundo casamento, como, realmente, aconteceu, ela acrescentou: “Se eu não puder vir mais depressa, enviarei uma moça que possa ajudar vocês. Mas se alguém disser que eu não volto mais, que eu estou morta, não acredite porque eu voltarei".
 
Hebe – Que mulher sensacional, Chico. Como era o nome dela?

Chico Xavier - Maria de São João de Deus.
 
Hebe – Maria de São João de Deus, um nome adequado para uma pessoa que encaminha um filho para suportar a perda de uma  mãe. É uma mulher extraordinária e só podia ter um filho maravilhoso como você!

Chico Xavier - Bondade sua, Hebe.
 
Hebe – Chico, você começou com essas manifestações com 4 anos, depois com 5 anos a segunda. E qual foi a atitude, por exemplo, dos sacerdotes católicos, com relação ao que você lhes confiava nas confissões?

Chico Xavier - Acompanhei, então, essa senhora, para a residência dela. Ela possuía um sobrinho, um rapazinho de treze anos, e passei a conviver com a família. O casal não tinha filhos, além desse sobrinho e filho adotivo. Essa senhora era excepcionalmente bondosa, mas, no meu caso, ela sentia uma certa necessidade de me surrar, vamos dizer assim.
 
Hebe – A Dona Ritinha?

Chico Xavier - A Dona Ritinha. Esse sobrinho inventava coisas e eu achava que o menino era incapaz de inventar qualquer intriga. Então eu atribuía tudo aquilo ao capeta, porque minha mãe era muito católica e todas as noites nos ensinava orações, nos ensinava a orar com ela, os nove filhos, de joelhos. Certa feita, era uma tarde, seis meses depois do falecimento da minha mãe - essa senhora, que me acolhera, tinha o hábito de passear às tardes com o esposo e o sobrinho, e eu ficava com a moça que ajudava na cozinha – eu me dirigi para umas bananeiras, ajoelhei-me e comecei a orar, repetindo as orações que minha mãe me ensinara, porque aquela senhora me dava, muitas vezes, três surras por dia e eram surras de vara de marmelo.
 
Hebe – Mas que coisa!

Chico Xavier - O menino criava os problemas, eu não podia me defender e no meu íntimo, já que eu não o via a fazer aquilo que ele fazia, eu acreditava que ele era de boa índole e atribuía tudo ao demônio.
 
 Hebe – Você acreditava que ninguém pudesse fazer mal, porque você não era capaz de fazê-lo!

Chico Xavier - Eu não acreditava que ele pudesse fazer e então apanhava de manhã, apanhava ao meio-dia e apanhava à tarde.
 
Hebe – Tinha hora certa para apanhar!

Chico Xavier - Tinha tanta hora certa que de manhã, quando a moça, na cozinha, me falava: “Chico, venha tomar café”, eu dizia: – “Por enquanto, não, eu vou esperar a minha madrinha levantar para me bater primeiro"...
 
Hebe – Que judiação, meu Deus!

Chico Xavier - Antes da surra fatal eu não sentia o gosto do café. Então, esperava apanhar, porque, depois do couro...
 
Hebe – Aí já sabia que podia tomar o café.

Chico Xavier - ...eu já sabia que podia tomar café.
 
Hebe – Até o meio-dia.

Chico Xavier - Até o meio-dia.
 
Hebe – Mas que coisa!

Chico Xavier - Então, uma tarde, minha mãe me apareceu e começou a conversar comigo. Respondi logo:
“Ah! Mas a senhora demorou!!! Por que a senhora nos deixou tanto tempo?” Para mim não havia dificuldade.
 
Hebe – Quantos anos tinha?

Chico Xavier - Cinco anos. Não havia dificuldades no meu cérebro, não havia dúvida filosófica, não havia discussão religiosa, e admitia o fato de minha mãe estar vivendo, porque ela me dissera que voltaria. Aí falei com ela: “A senhora não sabe como estamos lutando”... Minha mãe prosseguiu: "Meu filho, no local onde estou uma enfermeira me informou que você está querendo se queixar das surras, mas você deve apanhar com calma, porque isso vai lhe fazer muito bem". “Leve-me com a senhora, mamãe! Não me deixe mais aqui!...” - foi o que roguei. “Agora não posso, porque vou para o hospital, não é?" Quando a minha madrinha chegou, às oito horas da noite, de volta  casa, que eu contei que minha mãe tinha vindo, com aquela euforia, ela achou que eu havia enlouquecido e, então, apanhei mais ainda.
 
Hebe – Mas que coisa!

Chico Xavier - No outro dia, minha mãe tornou a aparecer e disse: “Eu não quero que você minta, mas você não precisa dizer que eu estou lhe aparecendo.” De minha parte, respondi: – “Mas estou apanhando muito! Olhe a minha pele como está!” “A sua madrinha é sua instrutora” – disse ela – “você deve gostar muito dela".
 
Hebe – Você conseguia gostar dela?

Chico Xavier - Quando criança, temia a madrinha, ao invés de estimá-la. Mas quando a idade foi chegando, compreendi o bem que ela me fez.
 
Hebe – Não era muito boa para você, mas era bondosa para muita gente?

Chico Xavier - Sim, ela era muito boa pessoa, mas seria, talvez, nervosa ou muito doente, em certas horas...
 
AS MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS E OS SACERDOTES
 
Hebe – Chico, você, em algum tempo, sofreu hostilidade por parte das autoridades católicas ou evangélicas?

Chico Xavier - Nunca sofri hostilidade alguma. O padre que me confessou durante oito anos foi para mim um verdadeiro apóstolo. Auxiliou-me em tudo, amparou-me em tudo, aconselhou-me, abençoou-me, trouxe diretrizes para mim e quando a minha situação se tornou muito difícil, ele foi sempre um dos melhores amigos de minha vida. Deixou em mim recordações inesquecíveis!
 
DELINQUÊNCIA E TERRORISMO
 
Hebe – Chico, justamente em função daquilo que eu disse na abertura do nosso programa, do que você emana de bondade da sua palavra, da paz que você transmite, eu gostaria de fazer uma pergunta para modificar, assim, o quadro do nosso diálogo. Que dizem os amigos espirituais sobre o problema da delinquência e terrorismo em nossos tempos?

Chico Xavier - Nosso Emmanuel, que tem estado sempre em contato intensivo conosco, sempre afirma que esse quadro de perturbações de nosso tempo é, em grande parte, devido à ausência da influência religiosa nas novas gerações. Precisamos encontrar um caminho de ajustamento da nossa alma à ideia de Deus e aos preceitos da religião, quaisquer que sejam esses preceitos, que nos conduzam para o bem, a fim de que venhamos a encontrar o reequilíbrio de que estamos necessitando. A falta de ideia de Deus e a ausência da religião no pensamento da criatura geram tendências à criminalidade, à violência, à subversão, a dificuldades que chegam, às vezes, até à loucura.
 
Hebe – Nós poderíamos saber, através de você, de algum modo, a causa profunda dos conflitos da nossa época?

Chico Xavier - Hebe, parece incrível, mas Emmanuel costuma dizer que a era tecnológica pretende, na essência, construir uma civilização sem as mães e isso é um erro muito grande, de modo que, criando dificuldades para a mulher e, especialmente, para a maternidade, estamos condenando a nós mesmos a muitas perturbações, porque a mulher sem apoio entra, naturalmente, em desespero, dando origem a determinadas teorias que não são aquelas do feminismo autêntico, aquele feminismo correto que prepara a mulher para a independência construtiva. Dizendo isso, cremos que será justo esquecer as teorias enfermas que levam a mulher a ilusões destrutivas, com as quais se compromete o equilíbrio do grupo social. Precisamos realmente não reprovar o comportamento da mulher, e sim estudar por que meios conseguiremos auxiliar as nossas irmãs de humanidade para que se sintam conscientizadas na responsabilidade de ser mulheres com encargos muito mais importantes que os encargos atribuídos ao homem, porque o homem é a administração e a mulher é o lar, e sem o lar não sustentamos a cúpula com a segurança desejada.
 
AUXÍLIO À MULHER
 
Hebe – Chico, de que maneira poderíamos, por exemplo, auxiliar a mulher para que ela cumpra, com mais segurança, os seus encargos?

Chico Xavier - Cremos que estamos numa época em que a proteção à maternidade deve ser promovida criteriosamente, com todas as minúcias possíveis, para que a mulher se sinta tranquila e contente dentro dos encargos da maternidade, mormente agora que temos a civilização ameaçada pelo bebê de proveta.
Não podemos duvidar das afirmações científicas, mas também não podemos desprezar a necessidade de apoio às mães. Poder-se-ia criar, por exemplo, institutos de proteção à maternidade, em que a mulher-mãe, desta ou daquela procedência, pudesse observar-se amparada. Não podemos esquecer que o governo, magnânimo qual o nosso, criou o salário-família, que já é uma bênção, mas a mulher em si, a mulher-mãe, precisa de compreensão e apoio, para que, através de todas as vicissitudes da nossa civilização, consiga ser mãe com a felicidade de se sentir mãe, conduzindo os filhos das nações para a civilização do futuro, quando esperamos a humanidade melhor.
 
AMOR LIVRE
 
Hebe – É um assunto interessante e que preocupa a nós mesmos o futuro dos nossos filhos, porque hoje em dia, você vê, a coisa está liberal demais. Eu gostaria, até, de entrar mais profundamente nesse assunto e saber a sua opinião, como espiritualista que é, a respeito de um problema que realmente preocupa a mãe, especialmente a que tem filhas, mulheres, porque se fala e se propala sobre o amor livre e muitas vezes não sabem sequer o que é amor livre na acepção da palavra. Eu gostaria de ouvir a sua palavra a respeito disso. Como você vê o futuro, assim, tão liberto?

Chico Xavier - Eu espero que você me perdoe, e mesmo aqueles que nos ouvem, se a minha palavra é ineficaz e mesmo destituída de qualquer valor para a solução do problema. Temos ouvido de nossos amigos espirituais que deveríamos educar os nossos filhos e descendentes para que eles se conscientizem nas responsabilidades do amor, com mais educação para a vida afetiva, de modo a se sentirem mais seguros na vida afetiva, principalmente quanto ao relacionamento sexual. Com respeito ao amor livre em si, estou recordando, neste momento, uma trova que nos foi transmitida, mediunicamente, pelo nosso grande poeta brasileiro Adelmar Tavares, que se distinguiu muito como trovador e foi, até, o rei da trova brasileira. Escrevendo por nosso intermédio, em Uberaba, no mês passado, ele psicografou uma trova concebida nestes termos:
 
Amor livre, uma expressão
Que vive a se contrapor.
Amor em si não é livre.
Se é livre, não é amor!
 
REBELDIA DOS JOVENS
 
Heb – Eu sinto, Chico, que a juventude de hoje não aceita, assim, uma espécie de imposição dos pais. Ainda recentemente vi um casal muito amigo meu, que tem um casalzinho de filhos, e o pai, assim muito discretamente, disse: "Meu filho, eu acho que você deveria fazer uma visita para fulano de tal". Então, ele virou-se, muito petulantezinho, com o nariz arrebitado, respondeu assim: "Esse negócio de "deveria" não é comigo, pai. Eu acho que devo ir quando eu achar que devo". Quer dizer que eles não aceitam mais a palavra dos pais, não aceitam mais um caminho que o pai está mostrando. Por que será isso, Chico? Será que eles acham que têm que ter o seu mundo próprio, as suas deliberações e seus encaminhamentos? Será que eles estão no caminho certo?

Chico Xavier - Não podemos esquecer que os nossos amigos da juventude guardam o direito de ser eles mesmos e de se realizarem por si. Admitimos, desse modo, que estamos numa época de muito diálogo e de muito entendimento fora daqueles momentos em que acontecem os grandes desastres sentimentais. Dizemos isso porque quase que de modo absoluto, os pais – isso em nos referindo aos pais, no sentido de pais-homens – se dedicam e só têm entrada num entendimento mais longo com os filhos numa ocasião de acidentes do coração. Precisamos dialogar com os nossos companheiros de juventude para que se sintam responsáveis por eles mesmos, façam as suas próprias escolhas, tornando-se criaturas úteis ao campo que vieram para servir, que é o campo da humanidade, dentro do qual eles nasceram ou renasceram. Atualmente, nesse sentido, vemos muitas dificuldades e distúrbios, porque o momento, obviamente, é de grandes transformações. Os próprios jovens estão vendo quantos desastres estão surgindo para todos aqueles que se sentem ainda não livres, mas que querem ser demasiadamente livres do lar, dos pais, da família, da influência doméstica, antes de algum amadurecimento do raciocínio. Os jornais estão repletos de informações em que tantos jovens-meninos têm caido em ciladas lastimáveis, por haverem abandonado a influência doméstica, sem maior consideração. Esperemos que nossos rapazes e meninas-moças pensem por si, porque não desejamos retirar deles a liberdade de ser eles mesmos.
 
O JOVEM E O SOBRENATURAL
 
Hebe – Já que estamos falando do mundo jovem, e acho que a sua palavra é, realmente, importantíssima para a nossa juventude, tenho aqui uma pergunta do jornalista Narciso Kalil, da Jovem Pan e da Revista "Grilo”. Ele fala, justamente, sobre os jovens e pergunta a você : “Chico, no mundo todo o pessoal jovem está se ligando em coisas do sobrenatural, do esotérico, da metafísica. Por que isso não acontece no Brasil? Será que as entidades e organizações metafísicas não inspiram confiança aos jovens brasileiros?"

Chico Xavier - A pergunta é, naturalmente, muito respeitável, mas conhecemos centenas de jovens, para não dizer, milhares, que estão se interessando, vivamente, por todos os assuntos da religião. Há pouco, convidaram a mim, que nada sou, que não passo de um servidor humilde – humilde no sentido da desvalia pessoal – para debatermos, filosoficamente, assuntos religiosos da atualidade. Estamos certos de que os jovens brasileiros continuarão aderindo a essa corrente cada vez mais ativa e mais intensa em torno dos problemas da vida espiritual e em torno da fé em Deus.
 
O ESPÍRITA E AS OUTRAS RELIGIÕES
 
Hebe – Eu me permiti trazer estas perguntas porque sabia que você não iria se furtar de respondê-las. O Chico de Assis, jornalista extraordinário, autor da "Missa Leiga“, uma peça teatral que fez grande sucesso aqui e na Europa, pergunta: "Chico, como você vê o diálogo entre os espíritas e os fiéis de outras religiões, em termos ecumênicos?"

Chico Xavier - Em termos ecumênicos, naturalmente, será sempre em termos de respeito recíproco.
Nessa base, creio que todos nós, os religiosos das diversas correntes da pensamento cristão, estaremos unidos em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cremos que os espíritas, conquanto fiéis às interpretações de Allan Kardec, estarão sempre dispostos ao diálogo e ao entendimento com todos para que alcancemos soluções adequadas à nossa paz e à tranquilidade geral.
 
CIÊNCIA E CRENÇA EM DEUS
 
Hebe – Outro repórter, este do "Jornal da Tarde" e editor e diretor geral de Redação da Jovem Pan - é o Hamilton Almeida que pergunta: “Você acredita que a crença em Deus, a fé em si, sobreviverá à era da tecnologia?"

Chico Xavier - Sem dúvida, porque a inteligência do homem é filha da inteligência de Deus. Não podemos viver tão-somente de inteligência. Precisamos de amor para sobreviver a todas as calamidades necessárias ao processo evolutivo em que todos estamos envolvidos na Terra. Se cooperarmos para que o amor sobreviva, para que a mulher seja reposta em sua condição de tutora da vida na Terra, a quem Deus confiou o encargo de produzir a vida, com o auxílio do homem, aquela que recebeu a missão mais importante do planeta, estamos certos de que, por intermédio do amor, a era tecnológica não será um deserto, um céu despovoado de alegria, porque não nos adianta estar rodeados de computadores que sabem o que há em Marte ou o que há em Júpiter e viver aqui sedentos de carinho, morrendo à míngua de assistência espiritual.
 
ALMA E VIAGENS INTERPLANETÁRIAS
 
Hebe – Nosso companheiro Fausto Canova, moço muito inteligente e que tem contribuído muito com seu programa em benefício dos ouvintes, manda perguntar: "Você acredita que a alma pode ser deslocada, transportada para outro planeta que não o nosso, mesmo que seja outra galáxia, outro sistema?"

Chico Xavier - Os nossos amigos espirituais consideram isso possível, naturalmente em condições excepcionais, mas é um fato que se verifica observando-se sempre que a criatura para isso deve estar num estado de grande elevação para abandonar os seus implementos físicos e retornar ao corpo depois de estudos especiais em outras regiões do Universo.
 
REENCARNAÇÃO E EMMANUEL
 
Hebe – Chico, uma pergunta do povo: "Se um dia o seu grande guia Emmanuel reencarnar em outro corpo, como vai ser, Chico?"

Chico Xavier - Isso tem sido objeto de conversações entre ele e nós. Ele costuma dizer que nos espera no Além, para, em seguida, retomar a vida física, e até costuma me dizer: “Quando eu estiver na vida física e vocês estiverem fora do corpo físico, vocês vão ver como é difícil entrarmos em comunicação com vocês e como é difícil orientar os companheiros para o bem”.
 
Hebe – Outra pergunta do povo: "Chico Xavier, pode acontecer de alguém pretender contato com um espírito e ele não poder atender, porque está atendendo a outro aparelho?"

Chico Xavier - Na vida dos santos, quais são os grandes heróis da Cristandade, temos exemplos de grandes missionários do Evangelho de Jesus que puderam interromper, por exemplo, uma prédica, para surgirem no corpo espiritual em outros locais, determinando providências necessárias à proteção de criaturas injustiçadas.
 
CRÍTICAS DA IMPRENSA
 
Hebe – Chico, eu sei que você foi muito criticado por um jornal, "O Pasquim". Não sei se você tomou conhecimento, de algumas vezes que você se apresentou na televisão. Ouvi, há poucos momentos, alguns dos nossos companheiros dizendo que você deveria, pelo menos, aparecer na televisão uma vez por mês, pelo bem que você transmite, pela bondade, enfim, tudo aquilo que eu já disse e não me canso de repetir todas as vezes, em todos os lugares em que estou. Como você se sentiu por ser criticado por um grupo de jornalistas?

Chico Xavier - Os jornalistas do “O Pasquim" foram até muito generosos comigo. Leio o “O Pasquim” sempre que posso, com o máximo interesse. Admiro muitíssimo os nossos grandes jornalistas Ivan Lessa, Sérgio Augusto, Ziraldo, que é filho de Caratinga, e nutro admiração muito grande pelo nosso Millôr Fernandes, que aparece sempre no “O Pasquim”. Moço genial que é no Brasil, uma inteligência enciclopédica! Naturalmente que eles possuem as ideias deles. Eu admiro muito os nossos grandes escritores. Quanto a vir à televisão, como o nosso amigo lembrou, isso é muita bondade dele. Eu não mereço.
 
Hebe  – É o que todo o mundo deseja!

Chico Xavier - Eu não mereço, Hebe, é muita bondade.
 
Hebe – Eu vou dizer a você: quando eu disse a alguns amigos jornalistas, inclusive, eles me imploraram que eu dissesse o local onde iríamos fazer as entrevistas...

Chico Xavier - Eu tenho não somente carinho pelo seu programa, mas veneração, porque você sabe produzir cultura, dirigir as criaturas nos temas para o bem de todos, de modo que para eu vir ao seu encontro é um dever que me honra muito, que me traz muita felicidade, mas eu não me sinto capaz de aparecer em TV.
 
A PROVA CIENTÍFICA DOS FENÔMENOS ESPIRITUAIS
 
Hebe – É sempre a modéstia de Chico Xavier, que é uma coisa fora do comum e que, cada dia que passa, eu respeito ainda mais. Como você explica que até hoje nenhum cientista tenha feito uma prova científica, unanimemente aceita, dos fenômenos espirituais?

Chico Xavier - Nós, Hebe, encontramos sempre um conflito aparente entre ciência e religião. A religião caminha para Deus, ensinando, a ciência caminha para as novidades de Deus, estudando. As discussões se formam e a prova experimental do espírito, do ponto de vista científico, é sempre mais difícil. Mas essa prova está sendo organizada pela própria ciência nos dias de hoje. Por exemplo, as provas fotográficas com a chamada câmera Kirlian, descoberta por um casal de estudiosos no norte da Europa, câmera essa que já está produzindo resultados muito promissores no Instituto de Parapsicologia aqui no Brasil, especialmente aqui em São Paulo, sob a direção do nosso distinto patrício Dr. Hernani Andrade enseja esperança muito grande para essa prova cientifica a ser unanimemente aceita. Estamos caminhando... Mas também, do ponto de vista religioso, você pode imaginar a reviravolta que vai haver no mundo, quase que uma violência do mundo espiritual em desfavor da Terra, se tivermos, de um dia para outro, uma demonstração tão autêntica, que atinja as raias da violência? Isso não seria construtivo. Naturalmente, está no plano da Vida Superior preparar a nós outros, pouco a pouco, através de nossas experiências e de nossas provas, para conhecimento mais exato da sobrevivência além da morte. Estamos convencidos de que a Parapsicologia, sem nenhuma ideia de fanatismo, como ciência pura de observação, alcançará resultados compensadores dentro de muito breve tempo. Sempre que a ciência entra em conflito com a religião, ou cria qualquer problema de fanatismo dentro dela, essa prova a que nos referimos vai ficando cada vez mais remota. Esperemos, porém, confiantemente o futuro, porque precisamos da certeza de que a vida continua, certeza em favor de todos.
 
DESEQUILÍBRIO EMOCIONAL E PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL
 
Hebe – Chico, eu gostaria de fazer uma pergunta muito pessoal. Eu perdi meu pai há dois anos. No começo, eu chorava demais e diziam que a gente não devia chorar, porque perturbava o espírito dele. A partir daquilo eu passei a chorar menos e a pensar mais nele. Senti que realmente isso me trouxe mais tranquilidade. Acha você que quando a gente chora muito por um ente que nos deixou aqui perturba o seu espírito?

Chico Xavier - Geralmente, quando partimos da Terra, partimos em condições difíceis, sempre traumatizados por violenta saudade e essa saudade também fica do lado de cá. Se persistirmos nas impressões de dor negativa, cultivando angústia interminada, isso se reflete sobre a pessoa que nós amamos. Sem dúvida, o parente é nosso, a lágrima é uma herança nossa, sofremos e choramos, mas sempre que pudermos chorar escorados na fé em Deus, escorados na certeza de que vamos nos reencontrar, isso tranquiliza aquele ente amado que espera de nós um diálogo pacífico. Creio que tudo aquilo que você fala com tanto amor nas suas horas de maior sofrimento, ou que fala com tanto carinho junto às relíquias de seu venerado pai, em Getsêmani, tudo isso alcança, pelos mais belos sentimentos, seu pai, porque vocês estão ligados.
 
OS ESPIRÍTOS E AS PROVAÇÕES COLETIVAS
 
Hebe – Chico, agora quero fazer uma pergunta, talvez, audaciosa. Havendo, segundo a Doutrina Espírita, planos espirituais superiores, dispondo de notáveis poderes, como vocês explicam que eles não atuem para evitar e impedir as guerras e hecatombes que tanta repulsa causam a todos os espíritos bem-formados?

Chico Xavier - Certamente os espíritos superiores interferem sempre, através do diálogo amoroso e pacífico que o mundo espiritual estabelece com os seres humanos desde épocas imemoriais. Tudo aquilo que conhecemos dentro da religião – os preceitos religiosos – são induções à paz e ao amor, que devemos cultivar uns com os outros, estima recíproca ao trabalho, ao progresso, à cultura, à não violência. Se ocorrem, em nosso campo de criaturas humanas, determinados conflitos, isso ocorre à nossa conta, porque claramente que o homem terá criado o robô, mas Deus criou o espírito humano, livre, herdeiro das qualidades divinas, e o homem – configurando aí o homem e a mulher – obviamente possui suas faculdades próprias de autodeterminação e por isso mesmo necessitamos compreender que todos dependemos uns dos outros, que a guerra é um estado anômalo dentro da humanidade, que isso não deveria ocorrer e que quanto mais nos adiantarmos mais longe ficaremos das guerras e mais perto do panorama das realizações divinas que nos esperam no mundo de amanhã.
 
SOCIEDADE PERMISSIVA
 
Hebe – Por que há muita gente que condena a sociedade, hoje considerada permissiva? Que diz você?

Chico Xavier - Vamos dizer que estamos com uma explosão demográfica no mundo, francamente inimaginável. Há 20 anos possuíamos, por exemplo, um Brasil com 40, 50 ou um pouco mais de milhões de pessoas. Hoje estamos com quase, vamos dizer, aproximadamente, 100 milhões de brasileiros. Decerto que são milhões aqueles que nascem hoje em condições psicológicas especialíssimas. Não podemos estabelecer um critério absoluto de comportamento afetivo para todas as criaturas, em nos referindo a milhões de milhões de pessoas. Aqueles que falam condenando a sociedade chamada permissiva, poderiam entender que estamos criando uma sociedade compreensiva, porque só dentro da compreensão mútua é que atingiremos a paz a que nos referimos momentos antes.
 
NECESSIDADE DA FAMÍLIA ORGANIZADA
 
Hebe – E você acha que o mundo conseguiria viver sem a família organizada?

Chico Xavier - Não acreditamos, porque sem a família organizada caminharíamos para a selva e isso não tem razão de ser. Admitimos que a família terá de fazer grandes aberturas, porque estamos aí com os anticoncepcionais, com os problemas psicológicos, com os conflitos da mente, com as exigências afetivas de várias nuances. Os assuntos familiares assemelham-se hoje aos viajantes que transitam em determinada estrada. Com exagerado acúmulo de veículos, construímos mais pistas para que haja menos desastres. A família precisa abrir novas pistas de compreensão para que os componentes dela possam viver em regime de respeito recíproco, com os problemas de que são portadores, sem a agressão que tantas vezes se verifica contra criaturas que sofrem aflitivos problemas dentro da constituição psicológica diferente da maioria. Cremos que esses assuntos estarão presentes em simpósios da ciência e aqueles que nos orientam nos ajudarão a encontrar os caminhos necessários à paz, com o apoio da religião, em tempos muito próximos. Nesse sentido, peço licença a você – apesar da resposta estar um pouco longa – para recordar aquela afirmação de São Paulo, no versículo 1, do Capítulo 2, da Primeira Epístola a Timóteo. Ele pede para que nós todos, cristãos, façamos preces pelos dirigentes e pelos nossos pastores, e por todos aqueles que administram os interesses do mundo para que estejamos em paz. Roguemos a Deus para que as cúpulas das nossas comunidades estejam seguras, para que os nossos dirigentes e os nossos pastores, seja em política, religião, ciência ou cultura, estejam afinados com as necessidades de atendimento da comunidade e que eles contem também com o nosso respeito e colaboração para que possamos, pouco a pouco, resolver os nossos problemas.
 
PSICOGRAFIA PELA TV
 
Hebe – Bem, Chico, acho que vou me atrever a pedir a você fazer a psicografia. Será possível?

Chico Xavier - Você está lembrando os programas anteriores. Vamos tentar. Se tivéssemos um pouco de música, isso poderia nos ajudar. Mas precisamos também de uma mesa e papel.

Hebe – Então vamos fazer o seguinte: enquanto nós preparamos - eis mesa com o papel, tudo direitinho -, vamos solicitar de nosso amigo telespectador que se prenda a nós, porque vamos fazer um pequeno intervalo comercial e depois voltaremos com o Chico e sua mensagem psicografada.
 
MENSAGEM "AMOR E SACRIFÍCIO"
 
Não digas, alma irmã, que a Terra é triste.
A Terra, em toda parte, é iluminada escola
E a grandeza de Deus, em tudo quanto existe,
É a luz que apoia, cria, equilibra e consola.
 
Do resplendor solar aos abismos do mundo,
De esfera a esfera, em paz, a vida se confia
Ao sublime poder do amor terno e profundo
Que envolve a própria dor em perpétua alegria.
 
A natureza inteira é sempre um livro aberto.
A noite dá medida ao tempo de alvorada.
Tudo é renovação, a campo descoberto,
Dos detritos do chão à abóbada estrelada.
 
Da rocha, ei-la, a surgir a fonte viva e pura;
E beijando o calhau que se lhe atira à face
Estende no deserto impérios de verdura,
Esparzindo a esperança em que a vida renasce.
 
Do lenho dado ao fogo o calor se derrama.
Faz-se a gleba jardim, ao golpe de tratores,
E uma simples semente acomodada à lama
Transforma o próprio charco em berçário de flores.
 
Escuta, coração!... Perdoa! Servente, aceita
A lágrima por luz nas tarefas que esposas!
Sofrimento constrói a harmonia perfeita,
A treva aponta a estrela, os espinhos dão rosas!...
 
Só no amor há poder divino e incontroverso,
Que abraça anjos e réus, santos, crentes e ateus.
E o amor em sacrifício é a força do Universo
Que revela a bondade e a presença de Deus.
 
MARIA DOLORES
 
Hebe – Dentro de sua grandeza, ela disse exatamente aquilo que eu gostaria de dizer e acho que todos os nossos amigos sentem. Você, Chico, é uma criatura tão grande, tão grande, que chega a ficar pequenino como uma criança, porque, realmente, a imagem é essa! A criança é tudo o que a gente mais sonha na vida. E a maior força que a mulher tem. A grandeza da criança que você representa, dentro da sua grandeza, da sua humildade, da sua majestade! Chico, tudo o que eu poderia dizer, para agradecer momentos que nós vivemos aqui, neste programa, realmente seria pálido e então só posso dizer: Deus lhe pague!

Chico Xavier - Sou eu quem agradece.
 
Hebe – Eu gostaria, então, de terminar com uma prece, já que nós estamos num mundo de tanta violência, de tanta agressividade... Acho que prece é a melhor coisa que a gente pode fazer por aqueles que já se foram, por aqueles que estão aqui e por aqueles que estão por chegar. Muito obrigada!
 
PRECE
 
Chico Xavier - Amado Jesus, nosso divino Mestre e Senhor! Agradecendo o encontro espiritual com a nossa Hebe Camargo, com os nossos amigos da equipe que colabora com ela, estamos endereçando a ti, Senhor, o nosso reconhecimento e encerramos este encontro. Já que nos achamos assistidos pela presença de mães carinhosas, que nos rodeiam aqui, nós te rogamos para que todas elas tenham bastante força para suportar todos os problemas que lhes possam surgir, a fim de cumprirem a sagrada missão de que foram investidas! Recordamos aquelas que nos deram o ser, que neste mundo ou fora dele velam por nós. Nós te pedimos, amado Jesus, abençoes a todas elas, as que nos deram a vida, que se sacrificaram por nós, as que esqueceram prazer, mocidade, conveniências e convenções para se fazerem nossas mães! Nós te rogamos por aquelas que conseguiram realizar os seus ideais e por todas as que sofreram tremendas renúncias para se ajustarem aos encargos de que foram investidas; por aquelas, amado Mestre, que muitas vezes trazem sobre o peito cruzes de ouro, lembrando a tua misericórdia, a trazerem o coração sob o peso das grandes cruzes de lágrimas; por aquelas outras que se encontram em penúria; por aquelas que guardam os filhos queridos nos sanatórios; por aquelas que se viram desvinculadas do amor deles a golpes de violência e que reclamam serenidade e compreensão para se reequilibrarem na vida; por aquelas que se sentiram mães, com a deserção dos companheiras aos quais se confiavam; por aquelas, Senhor, que trabalham, dia a dia, para buscarem o pão dos próprios filhos; por aquelas que amanhecem de coração atormentado sem saberem como resolver os problemas mais simples da vida à luz do cotidiano! Pedimos-te por todas elas, Senhor, porque todas as mães são santas diante de ti! Amado Mestre, abençoa aquelas que nos amaram, que nos amam e que nos amarão sempre; aquelas em cujos corações colocaste um segredo de amor que ninguém decifra; aquelas que necessitam, cada vez mais de nosso apoio para nos dignificarem, guardando-nos a civilização, ajudando-nos a ser nós mesmos! Amado Jesus, abençoa-nos!
Abençoa a nossa Hebe, abençoa os nossos amigos presentes! Abençoa-nos, Senhor, e despede-nos em paz!
E que a tua bondade, Amado Senhor Jesus Cristo, possa estar conosco, abençoando-nos, sustentando-nos, tolerando-nos e auxiliando-nos, hoje, agora e sempre! Assim seja!

A Terra e o Semeador - Espírito Emmanuel - Psicografia de Francisco C. Xavier - Editora Ide

"Caro amigo Salvador,

Deus nos abençoe.
 
Autorizamos os prezados amigos do Instituto de Difusão Espírita, em Araras, a fazerem a publicação das entrevistas que você arquivou, entre 1958 e 1975, e agradecemos, como sempre, as suas atenções.
 
Realmente, de minha parte, devo-as todas, no que contenham de útil, ao nosso abnegado Emmanuel, e, em razão disso, não posso esquecer que nosso amigo espiritual é o autor das páginas a que nos referimos.
 
Estou na condição da terra e, sem dúvida, que ele é para mim o incansável semeador. Fizemos a revisão necessária na entrevista com a nossa distinta Patrícia Hebe Camargo e esperamos que todo o trabalho esteja preparado para os fins em vistas.
 
Muito grato, sou o irmão e servidor reconhecido de sempre.
 
Francisco Cândido Xavier
Uberaba, 30 de julho de 1975."



Enviado por Geraldo Lemos Neto | Vinha de Luz Editora | Informação em e-mail de Regina Bennati
17/08/2011
 


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