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Notícia

Fernando Peron, organizador e intérprete do audiolivro "Viajantes", concede entrevista ao Centro Espírita Irmãos de Boa Vontade, de Recife


Entrevista do Mês com Fernando Peron

 O Conexão Espírita deste mês foi ao encontro do irmão de ideal Fernando Peron.
Peron é ator, diretor e dublador experiente. Como dublador, já atuou em longa-metragens, séries, seriados, desenhos animados, novelas e documentários. Estudioso do Espiritismo, tem especial amor a Chico Xavier, dedicando-se a estudar e a divulgar sua vida e obra. Nesta entrevista, ele nos fala de sua trajetória como espírita e também do seu mais recente trabalho: o audiolivro Viajantes – A Espiritualidade iluminando sua mente e seu coração através de Chico Xavier, pela Vinha de Luz Editora (no final da entrevista, o leitor amigo poderá conferir  o vídeo referente a este trabalho). Fala ainda de sua convicção pessoal de ser Chico Xavier a reencarnação de Kardec, além, é claro, de outros assuntos. Confiram!!!


CE - Quando tomou conhecimento da Doutrina Espírita?

FP - Não tive qualquer influência da família ou amigos, visto que ninguém era espírita. Desde a adolescência, adquiri o hábito da leitura e foi a partir dos 16 anos (em 1988) que passei a tomar conhecimento do Espiritismo, visitando por mim mesmo uma casa espírita (na cidade de São Paulo, SP, onde nasci e resido), no intuito de investigar a realidade espiritual. Aos 17, caiu-me em mãos O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, que foi um marco para meu pensamento. Percebi que dentro daquela obra excepcional estava, em síntese, tudo o que eu procurava. A partir de então, embora continuasse a ler os mais variados tipos de literatura, fui gradativamente aprofundando-me na Doutrina Espírita. Como autodidata, nunca parei de estudar, de maneira intensiva e organizada, até hoje.  

CE - Fale-nos um pouco da importância de Chico Xavier em sua vida.

FP - Considero Chico Xavier um verdadeiro pai para mim. Em todos os momentos, ele é o grande orientador, a grande inspiração para o trabalho, para a superação e para a vida. Apesar de não ter tido a felicidade de conviver com ele, sinto-o muito próximo, através de suas obras e dos livros que tratam de sua vida e obra, que estudo todos os dias, com muito prazer. Não há nisso qualquer espécie de idolatria, pois o próprio Espiritismo nos vacina contra tal, mas sim um amor muito bem fundamentado dentro de mim – embora a distância absurda que separa meu pobre espírito daquele verdadeiro príncipe dos planos superiores. Emociono-me com muita facilidade ao pensar nele. Quanto mais estudo sua vida e obra, mais boquiaberto fico com sua grandeza autêntica e com o valor de seu legado.     

CE - Como você começou os audiolivros? Fale-nos um pouco a respeito desse trabalho.

FP - Em 1998, criei o projeto do programa radiofônico Ponte Para a Luz (ainda com outro nome), que consistia na interpretação de mensagens de Chico Xavier. Era uma forma de dar uma contribuição para a divulgação de suas obras através da arte, através da minha própria profissão (ator, dublador, locutor). Foram três anos de luta até conseguirmos estreiá-lo, em dezembro de 2001, na Rádio Boa Nova (AM 1450 khz, SP), aceitando o convite do confrade Jether Jacomini Filho, diretor artístico da emissora. No ano seguinte, houve a estreia de outra vertente do projeto: o canal Chico Xavier – Mensagens em Áudio, dentro do Universo Espírita (www.universoespirita.org.br), site criado por Hermann Campos. Foi durante todo esse processo que surgiu-me também a ideia dos CDs ou audiolivros. Correram mais de dez anos de luta até conseguirmos o lançamento de Viajantes (Vinha de Luz Editora, de Belo Horizonte, MG), graças ao amigo Geraldo Lemos Neto, grande empreendedor e divulgador espírita, amigo pessoal de Chico Xavier. Esse audiolivro foi elaborado com muito planejamento, muito esmero técnico e artístico, e sobretudo com muito amor. Durante todos esses anos de expectativa, não fiquei parado esperando a coisa acontecer: a luta foi imensa, com fortes pancadas contrárias tentando nos derrubar, sucessivos lances de desânimo e inúmeros sopros de desistência aos nossos ouvidos. Mas nunca me deixei abater por nada disso. Apesar da minha fraqueza, procurava seguir o próprio exemplo de vida do Chico. Foram e continuam sendo anos de muito trabalho, estudando as obras do médium e organizando os conteúdos para não somente este projeto, como diversos outros.    

CE - Qual o livro psicografado pelo Chico tem para você um sentido especial e por quê?

FP - Sinceramente, não há como citar apenas um. Perante o colosso de mais de 460 obras, desde romances históricos, estudos científicos, tratados filosóficos, esclarecimentos doutrinários, análises evangélicas, até contos, crônicas, cartas, infantis, trovas, poesias, entrevistas e dissertações diversas, temos uma riqueza sem paralelo na história do conhecimento. E pensar que todo esse tesouro ainda é desconhecido pela grande maioria das pessoas que, apesar de admirarem a figura humana de Chico Xavier, permanecem ociosas para o trabalho feliz de estudar-lhe as obras, que nos levaria à aplicação e consequente transformação do mundo.       

CE - Você – como homem ligado ao cinema, de certa forma – o que achou dos últimos filmes espíritas que estiveram presentes na telona? 

FP - Todos pudemos constatar o sucesso que tiveram, dentro e fora das comunidades espíritas, propriamente ditas, o que foi mais uma comprovação do interesse (consciente ou inconsciente) do grande público pela temática, que na verdade independe de religião, pois que se refere a uma realidade que todos nós, sem exceção, enfrentaremos logo mais. O grande problema ainda continua sendo a falta de estudo da imensa maioria, a ignorância generalizada, a ideia de que se trata de crença e não de conhecimento. Se todos se dedicassem a estudar a fundo, saberiam das abundantes provas científicas que existem a respeito da vida após a morte, comunicabilidade dos espíritos, reencarnação, etc. Justamente por falta desse estudo, muitos não têm cultura para compreender que os filmes não são meras especulações artístico-religiosas, mas retratos de verdades pulsantes, muitíssimo acima do que vastos grupos de intelectuais materialistas sequer imaginam. Ainda não vi O Filme dos Espíritos. Gostei muito de Chico Xavier, Nosso Lar e As Mães de Chico Xavier. Boas produções, que muito emocionaram. Os que conhecem bem a vida de Chico Xavier perceberam inúmeros erros de conteúdo e forma no filme de Daniel Filho; porém, ainda assim, foi um belo trabalho que cumpriu sua função – que sirva, sobretudo, de estímulo para que busquemos as mais de 200 biografias e livros de estudo sobre a vida e a obra do médium, para que sua personalidade, sua história e seu trabalho sejam, de fato, conhecidos.            

CE - Existe alguma obra psicografada por Chico Xavier que você gostaria de ver também nos cinemas?

FP - Há outras, sem dúvida, que se adaptariam muito bem ao formato longa-metragem, não somente romances, mas também reuniões de contos, crônicas e aquelas que descrevem em detalhes a vida nos diversos planos espirituais. 

CE - Qual a importância de Chico Xavier na obra de Kardec?

FP - Chico Xavier é o continuador natural e legítimo de Allan Kardec. A obra do médium aprofunda e alarga a obra sólida do codificador. É lamentável que os próprios espíritas não se dediquem a explorar mais a fundo as obras de Chico; ficam geralmente nas mais conhecidas e, mesmo assim, fazendo apenas uma leitura superficial. Há verdadeiros poços de sabedoria em simples frases dentro dessas obras. Encontramos também longos estudos a respeito de temas diversos, como Sociologia, Economia, Psicologia, Psiquiatria, Biologia, Medicina, Astronomia e incontáveis outros, sem nunca distanciarem-se do apuro crítico - racional e construtivo - de Allan Kardec.                

CE - Pessoalmente, você acredita ser Chico a reencarnação de Kardec?  

FP - Sim, embora não se trate de crença, mas de raciocínio e constatação. A quem realmente queira entender este assunto, que estude – não apenas leia, mas estude – as obras Chico Xavier, A Reencarnação de Allan Kardec (Carlos A. Baccelli e autores diversos, Leepp - Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo) e A Volta de Allan Kardec (Weimar Muniz de Oliveira, Feego - Federação Espírita do Estado de Goiás, Editora Kelps).     

CE - Por que esse tema – principalmente para aqueles que defendem não ser Chico, Kardec – é tratado com tanta polêmica e, às vezes, preconceito?

FP - Os motivos são vários, desde a falta de conhecimento e a dificuldade em raciocinar com acerto, até os interesses mais mesquinhos que, em alguns casos, estão por detrás, como a inveja, a pretensão intelectual e a vã tentativa de diminuir a intensidade da luz que Chico Xavier representa para a humanidade. Podemos encontrar inteligentíssimos apontamentos sobre esses motivos nas obras (próprias e psicografadas) de Carlos A. Baccelli, excelente autor e principal biógrafo de Chico.  

CE - De que maneira você vê o Espiritismo daqui a 50 anos?

FP - Com grande entusiasmo! O Espiritismo, sem dúvida, estará avançando, como sempre esteve, mantendo suas bases fundamentais, pois que muito bem estabelecidas pelos espíritos superiores em conjunto com a sensatez de Allan Kardec. Mas não nos iludamos: o trabalho é para milênios. A imensa maioria ainda é feita de acomodados e indispostos. Quem estuda a Doutrina Espírita a fundo sabe que ela está nas próprias leis da natureza e, portanto, independe das opiniões dos que, por determinados motivos, não desejam conhecer a verdade. Analisemos o que diz Allan Kardec na Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos - Ano VII, 1864 (nº 11 - novembro de 1864), publicada pela FEB - Federação Espírita Brasileira: (...) O Espiritismo nada inventou, porque não se inventa o que está na Natureza. Newton não inventou a lei da gravitação; esta lei universal existia antes dele. Cada um a aplicava e lhe sentia os efeitos, embora não a conhecessem. / O Espiritismo, por sua vez, vem mostrar uma nova lei, uma nova força da Natureza: a que reside na ação do Espírito sobre a matéria, lei tão universal quanto a da gravitação e da eletricidade, conquanto ainda desconhecida e negada por certas pessoas, como o foram todas as outras leis na época de suas descobertas. É que os homens geralmente têm dificuldade em renunciar às suas ideias preconcebidas e, por amor-próprio, custa-lhes reconhecer que estavam enganados, ou que outros tenham podido encontrar o que eles mesmos não encontraram. / Mas, afinal, como esta lei repousa sobre fatos, e contra os fatos não há negação que possa prevalecer, terão de render-se à evidência, como os mais recalcitrantes o fizeram quanto ao movimento da Terra, a formação do globo e os efeitos do vapor. / Por mais que acusem os fenômenos de ridículos, não podem impedir a existência daquilo que é.” Assim tranquilos quanto à sua destinação, sentimos uma grande felicidade e vontade de trabalhar, vislumbrando seus caminhos claros em desdobramentos firmes e seguros. Lembrando Chico Xavier mais uma vez, o fundamental é praticar o amor ao próximo, sem fazer nenhuma distinção de credo, raça, posição social ou qualquer outra. Somos todos iguais, em momentos evolutivos, às vezes, diferentes. Tão necessitados uns dos outros, precisamos prosseguir unidos na superação das dificuldades naturais da jornada, individual e coletivamente.     

CE - Agora, para terminarmos, vamos para o nosso...

Deus: Lógica.
Jesus: Guia.
Allan Kardec: Ciência e bom senso.
Chico Xavier: Amor e ciência.
Doutrina Espírita: Profundidade e abrangência incomparáveis.
Família: Exercício para amar a humanidade.
Planeta Terra: Abençoado recanto para nosso aprendizado.
Paz: Tolerância, silêncio, trabalho e participação.
Saudades: Cada vez menos, no caminho para o desapego.
Felicidade: Trabalhar e estudar.
Cinema: Pode ser um belíssimo instrumento para despertar o bem dentro de nós.
Um Filme: Há algumas coisas boas e incontáveis coisas ruins, em relação à abordagem e ideias que propagam.
Um Livro: Seria injusto citar apenas um. Mas não posso deixar de dizer: todos de Allan Kardec e Chico Xavier.  
Uma Frase: "Buscai a Verdade, antes que a Verdade vos surpreenda." (do livro: Nosso Lar. Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz. FEB – Federação Espírita Brasileira.)
Fernando Peron por Fernando Peron: Um aprendiz.

CE - Suas considerações finais:

FP - Agradeço a oportunidade de compartilhar este diálogo com os amigos espíritas e não espíritas. Que Deus nos fortaleça no trabalho do bem. Um forte abraço fraterno e muita paz.   


CE - Nós que ficamos gratos por sua gentileza e colaboração. Que Jesus continue a lhe guiar os passos, meu amigo de ideal! Obrigado, amigo!


Miniatura

Mensagem 'Viajantes", pelo espírito Emmanuel, do audiolivro homônimo da Vinha de Luz Editora

Viajantes — A Espiritualidade iluminando sua mente e seu coração através de Chico Xavier Francisco Cândido Xavier Por espíritos diversos ...



 
In: http://irmaosdeboavontade.blogspot.com/2012/01/entrevista-do-mes-com-fernando-peron.html
03/01/2012
 


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